Sabe o que foi o melhor desse episódio de Re:Creators? Os longos diálogos que tanto foram um problema ao longo da obra dessa vez não incomodaram, pelo contrário, foram bem escritos, não tentaram complicar as coisas e ainda atingiram o equilíbrio ideal com a ação e tensão pretendidas. De uma forma diferente o anime continuou merecendo o seu 10 e agora vou falar o porquê achei isso!

Sempre quis saber o que ela usava debaixo do uniforme… bem, acho que já valeu a espera!

Após o sacrifício da Selesia, até a Altair reconheceu seu ato heroico enquanto detonava as criaturas uma a uma. Destaco aqui as boas cenas de ação dela contra o Yuuya e o Shou, mas pontuo principalmente a forma como ela neutralizou os novos poderes da Hikayu, mostrando não só toda sua apelação como também sua forma de encarar as coisas e como sua emoção, seu orgulho, poderia afetar a forma como ela lida com uma situação não planejada.

Estava certo em imaginar que nenhum dos presentes seria capaz de derrotá-la, mas confesso que me surpreendi com o aparecimento da tal personagem Sirius. Pelo que entendi ela era mais uma ideia, um conceito que foi abordado em uma das muitas histórias preparadas para o Festival, tudo isso com o intuito de usá-la como uma carta na manga. A “contraparte” da Altair, se pudermos assim chamá-la, ser invocada pela Meteora para agir como um Deus Ex Machina fez sentido dentro da explicação dada, e se supormos que a aceitação do público para com a história da qual ela veio foi boa – assim como foi quanto ao aumento de poder da Meteora –, fica mais fácil de aceitar isso. A ideia da aceitação do público influenciar nesse tipo de coisa tem sido trabalhada constantemente na obra e, sendo assim, o que ocorreu fez certo sentido.

A Altair é o anime e a Hikayu nós que ficamos sem chão com todos esses últimos episódios!

O problema é que um personagem overpower, mesmo que seja uma “imagem” de outro, aparecer do nada para derrotar o boss final é um desfecho bem broxante, e até nesse aparente erro o episódio soube colher os louros do sucesso, pois ao fazer com que a Altair sobrepujasse a Sirius não só deu uma nova – e excelente – transformação a vilã como também ocasionou uma reviravolta e deu margem para o que quer que o Sota estivesse preparando fosse usado.

Dentro do contexto e com o mínimo de explicação dada tudo ficou coerente, nada pareceu advindo do vazio e, de tal forma, isso contribuiu ainda mais para passar a tensão necessária da situação desesperadora na qual os heróis se encontravam.

Isso que é visual arrojado, hein!

Tenho que destacar aqui a ótima ideia de sobrepor a Sirius na Altair que veio do fato de eles admitirem que não poderiam derrotá-la, mas só possivelmente “anular” sua existência. A cena em que a Sirius se machuca e depois se “funde” à vilã fez certo paralelo com a cena em que ela troca a causa e consequência do golpe da Aliciteria. Foi algo interessante e que pela situação anterior não pareceu infundado – apesar do Holopisicon já ter demonstrado ser um poder extremamente apelão e isso por si só já meio que justificar tal ato.

Sem perder o fôlego, e mesmo em meio a uma boa carga de diálogos, tivemos o cliffhanger final que eu já esperava e suponho que muitos de vocês também. Porém, confesso que não esperava que ele fosse se dar no lugar em que a criadora da Altair se suicidou, o que provavelmente deve levar o próximo episódio a uma abordagem ainda mais dramática do que a que foi feita até agora.

Considero esse, ao menos, o melhor design de vestimenta que vi nesse ano!

Não posso esquecer de citar a Magane que teve todo aquele seu longo diálogo justificado por causa da ajudinha gloriosa que ela deu para essa situação acontecer e o fato de que ela, apesar de ser uma personagem considerada “má”, teve um papel importante indireto na história. Desde o princípio a proposta da personagem e suas ações foram abordadas de forma coerente, sempre explorando sua ambiguidade e filosofia distorcida de vida. Poderia dizer que ela foi a personagem que menos “sofreu” com a inconsistência do roteiro, a que mais conseguiu ser tanto coerente quanto interessante. Ponto para quem teve a bela ideia de não a deixar se afundar em clichês e estereótipos e se perder pelo caminho.

Por fim só gostaria de dizer que acho legal o fato da Altair ser tão forte por causa da aceitação que ela tem na comunidade de doujins e afins. É divertido pensar em uma competição entre o trabalho de um amador e o de um profissional – Altair x as outras criaturas, por exemplo –, mas o legal mesmo é ver como o anime aborda a importância da criação como ferramenta – sendo ela tida como “oficial” ou não – para tornar críveis as relações de poder nele.

“Uma mentira sob uma mentira irá virar do avesso.”

Não só isso, ele mostra como o ato de criar é o que norteia toda a história e é o que fez ela ter chegado até aquele ponto onde a humanidade do mundo dos criadores se vê prontamente ameaçada por uma criatura que tem na liberdade a sua maior arma para cumprir sua vingança.

No geral o episódio manteve os bons elementos e a boa forma como eles foram abordados e ainda adicionou novos que ajudaram a manter o enredo interessante. Espero que a peteca não caia, faltam só dois episódios afinal, e que o anime continue tão bom quanto está. Fico por aqui por hoje e até a próxima!

A volta dos que já foram!

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