A palavra “filler” tem um sentido muito negativo para os fãs de animes, se tornando sinônimo de enrolação e episódios enfadonhos. Para algumas pessoas, chega até ser uma surpresa que essa saga seja filler, pois ela está longe de ser chata e ser uma grande enrolação. Na verdade, essa é um prelúdio para um outro arco, que é a saga de Poseidon.

O vendaval do dragão é um dos meus golpes preferidos

Enfim, o que torna a saga de Asgard interessante não são somente as batalhas, mas a história dos guerreiros deuses que lutam contra cavaleiros de bronze. Cada um deles (são sete ao todo) tem uma história, um motivo para estar ali lutando.

Alguns lutavam por lealdade genuína a Hilda, outros lutavam por si mesmos. Mas o que os unia era a obrigação de derrotar os cavaleiros de Atena, cujos interesses conflitavam com os seus.

Thor, Hagen e Siegfried são exemplos de lealdade cega para com a representante de Odin na terra. Entretanto, eles demoraram a perceber que as atitudes dela não eram compatíveis com a personalidade de outrora.

Os personagens Fenrir, Mimi e os irmãos Shido e Bado, são exemplos de personagens que sofreram com os infortúnios da vida. Todos os citados, com exceção de Shido, tiveram uma infância dolorosa e ainda carregam mágoas em seus corações. Agora como guerreiros deuses, eles acham que podem mudar seus destinos, mesmo que tenham que se sujeitar a Hilda.

Temos ainda o caso de Aberich, que tinha ambições malignas antes mesmo que Hilda fosse enfeitiçada pelo anel de nibelungo. Ele foi o único que não foi manipulado por ela, pois sabia de tudo o que estava acontecendo.

A Hilda cumpre bem seu papel de vilã, sendo má e poderosa, mas como todo vilão dessa série, ela está possuída por uma entidade maligna que a controla, fazendo com que sua personalidade mude radicalmente.

A estrutura das batalhas é a mesma utilizada na batalha das doze casas, onde os personagens principais vão até o vilão, mas antes têm que lutar contra seus subordinados. Embora, no sentido técnico, as lutas não sejam um primor, elas conseguem ser interessantes devido tanto a força e a personalidade de cada oponente. Além disso, os poderes dos guerreiros deuses são legais. As batalhas se tornaram memoráveis na mente dos fãs, que se lembram com detalhes as cenas de cada batalha.

A repetição de padrões pode ser considerado um demérito para muitos, mas deu certo nessa obra, pois não é a toa que a série tem inúmeros fãs aqui no Brasil. Infelizmente, o fator nostalgia nos cega ao ponto de não notarmos os defeitos do que gostamos e passamos a endeusar coisas antigas em detrimentos das novas, mas isso já é uma outra história.

Enfim, a saga de Asgard consegue prender a atenção de quem assiste do começo ao fim, nos preparando para um outro arco. Portanto, essa saga contraria a ideia que temos de fillers, já que está longe de ser uma enrolação qualquer, pois, como dito anteriormente, ao utilizar a fórmula que consagrou a batalhas das doze casas, a saga de Asgard obteve êxito em ser um arco interessante.

Este artigo fica por aqui, e até o próximo!

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