Após 24 episódios, Grancrest Senki acabou. Apesar de seus altos e baixos, o anime conseguiu ser interessante e bem movimentado durante todo o tempo. Até o 11º episódio eu fiz as análises semanais sobre o anime, mas com o início de uma nova e promissora temporada e o fato de o anime não estar tão interessante, acabei largando. Talvez eu tenha escolhido a metade errada para comentar.

Primeiramente vou comentar um pouco sobre a história. Grancrest trata sobre um continente que é governado pelo Caos. Por outro lado existe os nobres que ostentam o poder do Crest que é usado para combater esse mal que causa sofrimento para as pessoas. Infelizmente o poder subiu a cabeça dos nobres e por isso começaram as guerras pelo poder e o domínio. No meio disso tudo temos Siluca (ou Shiruka), que despreza os ideais seguidos pela maioria dos nobres, e Theo, um cavaleiro errante que está numa jornada para tornar-se mais forte a fim de libertar sua terra de um governo tirano. No fim, eles acabam selando um pacto para livrar esse continente das guerras e do Caos.

Era um objetivo que não só ela (Marrine) tinha

O anime tem um começo intenso em que há uma boa quantidade de guerras, relativamente curtas, em tão pouco tempo. E como comentei na introdução, não havia espaço para todo e qualquer desenvolvimento que a obra necessitava. Theo era uma espécie de pokémon, que a cada batalha aparecia evoluído em algum aspecto e você espectador(a) não fazia ideia do que tinha acontecido (ok, dava para supor ao menos). Ocorreram diversas batalhas logo de cara e quando o anime finalmente deu um descanso tivemos uma regressão. Theo havia conquistado alguns territórios e cada vez mais tinha poder a ponto de incomodar Marrine, a líder da União. O confronto se tornou inevitável.

Na fatídica batalha contra ela, após o fracasso de uma possível aliança, Theo recebe a ajuda de Villar, um nobre que possuía grande poder e influência. Quando isso tudo acontece, a situação dos protagonistas muda mas a dinâmica entre os dois não. Eles continuam juntos em prol de seus objetivos enquanto ganham experiência e esse passo para trás acaba sendo essencial. Inclusive, essa mudança melhora a história que aos poucos traz mais personagens e conteúdo que agrega e muito para o conjunto da obra. Porém, em Grancrest nem tudo são flores e em contraste ao início frenético, nessa parte há um desaceleramento de acontecimentos e foco em personagens pouco importantes que acaba incomodando.

Essa cena foi uma das melhores da primeira parte

Felizmente isso muda quando a série chama a atenção por conta de uma cena polêmica e o início de uma guerra que mudaria novamente o rumo da obra. Um personagem de extrema relevância morre e podemos facilmente dizer que isso marca o fim da primeira parte. Com isso, outros personagens crescem em importância, como Marrine e Mirza, e Theo finalmente começa a dar passos rumo ao seu objetivo. Tal personagem era um pilar para a Aliança, e com sua morte a União liderada por Marrine continua sua grande ofensiva. No meio desse cenário temos o surgimento do Tratado de Artuk, liderado por Lassic, que começa a balançar as estruturas do mundo, com isso, novos problemas aparecem. Desde o início, Marrine e Alexis, líder da Aliança, tinham um romance que, por questões políticas acabou não dando certo. Esse romance, apesar de importante acaba atrasando o andar da obra de certa forma por conta das “frescuras” de ambos, ao mesmo tempo em que o romance entre Theo e Siluca acontece sem causar nenhum ponto negativo.

Um romance na medida!

E mesmo tendo eventuais atrasos narrativos, a obra é tomada por guerras e desdobramentos políticos que trazem novamente o interesse. Apesar de termos algumas guerras um tanto incomuns, vemos combates bem animados (nem tanto no sentido técnico) e estrategicamente pensados em detalhes. As táticas usadas são cada vez mais criativas e mesmo não parecendo tão utilizáveis numa batalha real, são interessantes de ver. Outro ponto que vale mencionar é que nesse momento começamos a ver os dois lados da moeda e assim entendemos melhor como funciona cada nobre que entra em batalha e suas aspirações. No meio disso tudo existem momentos bizarros como, por exemplo, uma luta contra um Rei que, apesar de ser humano, perdeu rios de sangue (numa quantidade inumana) e mesmo sendo perfurado por inúmeras lanças e flechas, simplesmente não morria, ou melhor, sequer caia no chão. Teve também uma luta contra um ciclope que simplesmente foi bizarra e sinceramente não vale grandes menções. No fim das contas, após grandes guerras e acontecimentos marcantes temos revelações extremamente surpreendentes.

Errou muito também, vale dizer

A obra tem um fechamento digno e próximo do esperado. Apesar da inconstância, a história consegue se manter minimamente interessante e movimentada. Apesar de não ser um primor no aspecto técnico, não há tantos problemas que atrapalhem a sua experiência ao assistir. Por isso, é recomendável dar uma chance, pois apesar de seus vários pontos negativos, a obra fecha com um saldo positivo. Vale mencionar também que a fonte original (Light Novel) acabou e por isso uma segunda temporada é improvável (não que precise, já que temos um final fechado) e além da Light Novel temos uma adaptação para mangá e logo mais dois jogos (um mobile e outro para PS4 e PC).

  1. Eu amei Grankest senki e foi um anime muito divertido e gostei de todas as partes da historia e adorei o final feliz para os protagonistas! Anime nota 10/10 obra prima, vale muito a pena assistir e recomendo pra todos que amam uma boa historia, com animação fluída acima da média, roteiro brilhante, trilha sonora marcante e personagens carismáticos e muito bonitos!

  2. Bom antes de me referir a este anime, tenho que te recomendar Lodoss Senki, do mesmo autor de Grancrest Senki. Lodoss Senki tem uma temporada de 27 episódios e 13 episódios em formato ova, garanto que este anime é ligeiramente superior a Grancrest e o elemento fantasia é bem mais explorado.
    Passando mesmo a Grancrest Senki, o anime em geral tinha bastante potencial, tinha tudo o que uma fantasia meio medieval necessita para dar certo, mas certos personagens e algum desleixo do roteiro estragam uma história que poderia ter sido um épico. Mas falando sobre os personagens, do elenco todo, o Villar era o melhor, personagem sério, carismático e bom líder, que não se deixava manipular, depois vem o Theo (protagonista) e a sua maga Siluca (que foram personagens bem superiores, coisa que eu não estava à espera). Mas depois destes, são só personagens medianos, como o Lassic e o seu mago, a Aishela e aquele soldado inteligente que a Aishela beijou. Mas o que estragou mesmo o clima do anime, foram três personagens: a principal foi a Marrine, depois o Mirza e por fim, o santo na terra Alexis. A forma de comandar e governar da Marrine é falha,e só dava aso a decisões estúpidas, sendo a decisão da Marine em ceder a sua pureza, em troca de uma breve ajuda militar do Milza, foi talvez a maior demonstração de como a Marine não era apta para governar e comandar, tal como ofendeu o avô dela, um governante de respeito, com a fácil venda da sua pureza.
    Já o Mirza, ele foi o personagem típico para odiar, mas de todos os males do anime, ele era o tinha motivações mais fracas e quando ele foi morto, só senti alívio. Por último o Alexis, um homem bondoso, puro, excelente comandante e líder, mas também muito ingénuo e muito esperançoso de coisas que dificilmente iam mudar. Eu sentia raiva quando o Alexis se sentia melancólico por causa do seu primeiro amor, ele era bonito e rico, ele poderia ter arranjado outro amor num ápice. Eu quase tive um ataque de riso, quando o Alexis perdoou a Marrine, quando esta lhe contou que tinha entregado a pureza dela ao Mirza, ou o Alexis é um santo que perdoa tudo, ou então é um homem muito liberal para a época do anime.
    Passando à parte dos combates e das facções que participavam nela, tivemos exércitos da Antiguidade (o exército do rei actor era uma clara referência ao exército espartano), exércitos da Idade Média tardia (como os exércitos do Villar e do seu irmão mais os exércitos da Marrine), e os combates podiam ter sido melhores, mas aquilo que o anime mostrou nesse quesito não foi mau. O que estragou os combates mais importantes, foram as escolhas artísticas, o que interessa ter fluidez, se a consistência de design vai para o ralo (os melhores exemplos, foi a luta do Lassic contra o Ciclope e o ataque da bruxa negra contra o Theo).
    Por último a direcção do anime e uso de trilha sonora em geral, a direcção em alguns episódios foi boa, mas na maioria dos episódios foi mediana para fraca e o uso da trilha sonora foi bem sem sal.
    Por último, Grancrest Senki acabou por ser um anime que deu um pouco de entretenimento, empolgava ali e acolá, mas nada por ai além, Grancrest não é um anime que eu recomendasse a alguém.
    Como sempre mais um excelente artigo Kiraht.

    • Sim, eu senti algo similar. Alexis era o famoso bananão, Marrine achava que tinha controle sobre tudo (inclusive achei que em algum momento seria traída pelo mago dela que era mais esperto) e o Mirza era o cara feito pra odiar, não tinha pontos positivos ou algo interessante (talvez seu mago fosse mais carismático). Uma coisa que de certa forma eu acho que foi um pecado no anime foi o desenvolvimento dos personagens (eu deveria ter falado um pouco mais sobre). O soldado que a Aishela beijou deveria ter sido melhor aproveitado, visto que apareceu apenas no início e na batalha final.
      Já sobre Lodoss, o Mexicano me recomendou logo no início e eu fiquei de assistir. Pretendo ver logo logo e quando terminar te aviso XD

      • Recomendo que comeces pelos OVA de Lodoss Senki feitos pela Madhouse, em 13 episódios ele mostra de forma decente do que se trata a história. Já a série tv com 27 episódios de Lodoss Senki, eu tenho que o rever, mas ele é bem mais completo que os ova e explica bem melhor a história e desenvolve melhor os personagens. Só aviso que a animação de ambas as versões são um pouco datadas, mas não é nada que os bons personagens e história não resolva.

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