Bom dia!

Bem-vindo ao Café com Anime, um bate-papo que eu e Diego (É Só Um Desenho), Gato de Ulthar (Dissidência Pop) e Vinicius (Finisgeekis) temos todas as semanas sobre alguns animes da temporada. Cada um publica em seu blog as transcrições das conversas sobre um anime diferente.

No Dissidência Pop vamos acompanhar Hanebado!. No É Só Um Desenho vamos acompanhar Shoujo Kageki Revue Starlight. No Finisgeekis vamos acompanhar Happy Sugar Life. E aqui no Anime21 vamos conversar sobre Banana Fish.

Nessa edição do Café com Anime, leia a nossa conversa sobre o episódio 7.

Fábio "Mexicano":
Vou começar dessa vez de um jeito diferente, puxando coisas que vocês falaram na edição anterior:

Vinicius disse: “Eu gostaria de um certo contraste entre o crime organizado da Costa Leste e Oeste”. Acham que tivemos isso?

Diego disse: “espero que o anime não desembeste a dar uma de Shingeki no Kyojin, sempre matando figurantes que conhecemos há um ou dois episódios para tentar manter a ilusão de que ninguém está seguro”. Em defesa de Banana Fish, ninguém morreu 😃 Mas…

Gato disse (esse é o melhor): “Será que é aquela mulher vestida de chinesa na opening?”. ENTÃO NÉ 😂

Gato de Ulthar:
Malditos animes japoneses e seus personagens andrógeinos!!!! 😛

Esse foi um episódio bem bacana, o auge vai mesmo para a intriga na qual o Shorter se meteu, ficar dividido entre a sua família e seu melhor amigo não é nada simples. Senti também que o chefinho da máfia pode ser uma pessoa ainda mais ambígua do que pareceu, pois além de fingir ser uma pessoa delicada, parece que também não pretende se manter fiel ao resto da família de mafiosos chineses.

Nem quero comparar com Shingeki no Kyojin, mas o anime está sendo muito eficiente em botar as pessoas em perigo, especialmente aquelas que são mais inocentes. Eu fiquei realmente muito puto da vida quando os bandidos resolveram bater lá na casa da ex-mulher do repórter, eu realmente não quero que nenhum deles morra.

Vinícius Marino:
Se tivemos um contraste entre Costa Leste e Costa Oeste? Bom, eu esperava gangues chinesas, pois essa região dos EUA teve bastante imigração asiática. E tivemos gangues chinesas, então não tenho do que reclamar.

O Yue-Lung me lembrou um pouco o David Qin da HQ Estranhos no Paraíso. Que é hétero, e nem tão cabeludo, mas que também é mafioso e bishounen. Sobretudo quando está de cabelos soltos. De resto, uma personagem interessante, bem diferente do estilo “capanga” dos gângsters que vimos até agora.

E concordo com o Gato. Ninguém morreu, mas qualquer um pode morrer. Banana Fish está sendo super competente em mostrar que ninguém está a salvo. A cada nova casa que eles entram, nova pessoa que conhecem já fico apreensivo pensando de onde virá a punhalada nas costas.

Diego:
Francamente, esse povo é meio burrinho, né? 😛 Sério que nem pensaram que poderiam ir atrás da família do Max? Ou que não viram nada de estranho no portão aberto e na tentativa de sequestro justo no lugar onde pretendiam ir e bem na hora em que chegaram? Eu entendo que isso é meta conhecimento, e que falo isso porque são as batidas que eu esperaria de uma história desse tipo, mas ainda assim. Ao menos o Ash não se deixou enganar fácil pelo mafioso chinês de aparência andrógina.

Agora, sobre morte de personagens: eu tô só esperando o filho do Max tomar uns dois tiros no peito. Figurante nesse anime já nasce com uma placa de “me mate” pendurada no pescoço.

Fábio "Mexicano":
Não acho que “burrice” seja exatamente a palavra aqui. Eles estão fora do território Golzine, afinal, bem longe de seu alcance. E, como o próprio Lee notou no episódio anterior, e como eu acho que alguém mencionou aqui, o Gato talvez, o Dino está fazendo um negócio incomum, está indo além do que um mafioso que só quer ganhar dinheiro iria: trocando território por ajuda para caçar um mero líder de gangue de rua – e um que perdeu sua gangue e não tem mais nenhum poder. O único que poderia suspeitar que o Dino faria isso é o Ash, mas ele é o mais novo e impulsivo de todos ali. Longe de ser burro, ele ainda é muito novo, imaturo, e por tudo isso, inocente.
Vinícius Marino:
Estava aqui me perguntando se essa “fuga” para LA não era mais plausível nos anos 1980, quando a história original se passava. Por questão de comunicação e “escala”, se nada mais. Hoje em dia, é muito mais fácil manter-se antenado no que acontece do outro lado do país.

Mas aí pensei que desde muito antes já temos relatos de gangues com “tentáculos” em outros países e gente distante colaborando. Peaky Blinders, aquela série de crime que citei umas semanas atrás, menciona uma colaboração (fictícia, porém plausível) entre a gangue titular e a máfia de Al Capone nos anos 1920. Estranhos no Paraíso que acabei de mencionar foi escrito nos anos 1990, mas também menciona uma máfia de alcance nacional (que não tem nada de plausível, no entanto).

De qualquer forma, acho que o ponto do Fábio se mantém. O Ash é ingênuo. E digamos que ele não está numa situação que lhe permite fazer cálculos muito elaborados. Para todos os fins, ele está se virando no calor do momento. O fato de ainda estar vivo apesar de tudo é prova de que ele não é pouca porcaria.

Gato de Ulthar:
Não sei se daria para dizer que o Ash é ingênuo, ele está fazendo o que pode. Conseguiu uma aliança temporária com a máfica chinesa, mesmo que ela acabou traindo-o em troca de territórios. Alianças no mundo do crime são inconsistentes, acabam tão fácil quanto começam, mas é bastante surpreendente que a traição surgiu tão rápido. Não duvido que o Ash esteja matutando em sua cabeça que em qualquer hora os Lee irão traí-lo.
Fábio "Mexicano":
Bom, ele está desconfiado da “femme fatale do Gato” desde quase o começo 😂
Gato de Ulthar:
Não me zoem. O moleque é andrógino, e bastante. ☹️
Vinícius Marino:
Em animes desse tipo eu sempre parto do princípio que as personagens são homens até prova em contrário. 😀 E por “esse tipo” falo da dobradinha bishounen + doses cavalares de fanservice. Quando rola beijo ainda por cima, melhor ainda.
Fábio "Mexicano":
Não é? Só tenho certeza que a ex do Max é mulher porque eles têm um filho. E olhe lá, que pode ser adotado ainda.
Diego:
Bom, até os personagens confundiram o cara com uma mulher 😛
Fábio "Mexicano":
Com certeza, pelo menos essa desculpa o Gato tem 😃

Mas falando sério sobre ele agora, fiquei com a impressão de que não é um mero executivo da máfia de seus irmãos. Eu não sei dizer o que há nele, se é revolta, se é ambição, mas eu “senti” que ele pode trair a Máfia Chinesa a qualquer momento. E talvez essa seja a salvação do Ash, porque no momento ele encontra-se completamente encurralado, e ainda nem sabe disso. Que acham?

Diego:
Acho que a fala do Shorter sobre como ele respeitava a família Lee tocou o cara de alguma forma. Acho bem possível que ele se revolte não por ambição ou raiva, mas por achar que de fato a família foi longe demais agora.
Vinícius Marino:
Aliás, eu preciso dizer que aquela cena foi perfeita. Um exemplo de direção primorosa em uma mídia (animes para TV) em que isto nem sempre é valorizado.

Acho que esse é o primeiro grande arroubo de honestidade do Shorter. Até agora, ele meio que fez o papel do “capanga” amigo. Finalmente nós o vemos se abrir – e é justamente pelos olhos de seu oponente!

E depois vemos seus olhos, coisa rara, pois ele sempre está usando aqueles óculos. É como se a máscara tivesse caído. O criminoso imigrante que comprou a versão deturpada do Sonho Americano entendeu que a máfia não quer seu bem. E que as gangues chinesas são tão perversas quanto os “gringos” que o ensinam a odiar.

E então a cereja do bolo: Yue se levanta, mas deixa seu cabelo na faca. Um sinal, visual e bastante forte, de que suas palavras tiveram um efeito.

Gato de Ulthar:
Não tem como duvidar que ele não é mero capanga genérico, e que não é apenas um capacho da máfia, ele parece ser uma personagem com diversas camadas, onde nada é bem o que parece ser. Como foi levantado acima, não duvido que, uma hora ou outra, ele traia a máfia e passe a ajudar os protagonistas.
Fábio "Mexicano":
E lógico que ele é um adolescente bonitão, até mesmo andrógino, não é mesmo, Gato? 😃 (Desculpa, um dia eu paro com essa piada) Quero dizer, o Shorter não pode ficar pra sempre segurando vela pro Ash e pro Eiji, né…

Para encerrar a discussão desse episódio: como imaginam que o Ash vá escapar dessa vez? Ou será que ele não vai …? O que acontece daí?

Diego:
Ah, acredito que ele foge sim. Tá muito cedo pra ele ser capturado 😛 Se bem que se ele for seria a desculpa perfeita para o Eiji não deixar o país, e tentar ajudar a resgatá-lo.
Fábio "Mexicano":
Isso se o próprio Eiji não for capturado pelos chineses, como é o planejado.
Vinícius Marino:
Acredito que o Ash usará um misto de brutalidade e carisma bishounen. Seduzindo uns dois caras, descendo um sopapo em outros três.

Na verdade, já que estamos falando de máfia chinesa, eu não me incomodaria com um pouco de luta corpo-a-corpo. O opening traz uma cena eletrizante de lutas com faca. Já imaginou se algum dos oponentes for um artista marcial?

Fábio "Mexicano":
Pelo menos o Lee mais novo é 😃
Gato de Ulthar:
Vai ter bastante tiro, porrada e bomba, ainda espero por uma traição do Lee. Será que o Shorter não acaba morrendo?
Diego:
Seria interessante ele morrer. Depois de tanto secundário de um episódio bater as botas, seria bem mais impactante um personagem mais recorrente acabar morto.
Fábio "Mexicano":
Sim, eu estou imaginando que ele está sob risco de morte desde o final do episódio anterior. Se ele tivesse certeza que a família dele está à salvo, não tenho dúvida de que ele não pensaria duas vezes antes de trair a máfia e ajudar o Ash.

Enfim, vamos ficar por aqui dessa vez, e até o episódio que vem ☺️

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