Origin é mais uma obra do autor e ilustrador coreano Boichi, o mesmo de Sun Ken-Rock, Terra Formars Gaiden: Asimov e Dr. Stone (ilustração apenas), que inclusive vai ser publicado aqui no Brasil pela Panini. A obra começou a ser serializada em 2016 e conta com 72 capítulos em português. E apesar de conter ecchi, a obra explora isso de uma forma madura ao invés do fanservice de sempre. De qualquer forma, vamos à indicação.

A obra é um seinen de ficção científica que se passa no ano de 2048 onde a humanidade chegou num alto nível de tecnologia ao ponto de criar robôs inteligentes e úteis para o nosso dia a dia. Origin, o personagem principal, é um desses robôs mas com uma grande diferença: ele está num nível muito mais avançado que o resto. Apesar disso ele possui “irmãos”, que são outros robôs construídos por seu “pai” (até onde se sabe) que não são bons robôs e acabam matando um humano aqui e ali. Diferente de seus “irmãos”, Origin recebeu uma espécie de missão de vida, uma ordem de seu “pai” que ele leva a sério e busca entender sua essência. Viver apropriadamente pode parecer uma tarefa fácil mas e se você não soubesse como fazer por não ter certos conceitos e talvez o principal: sentimentos?

Só para constar: a cabeça presente na capa não é o Origin

Essa tarefa se torna um dilema para Origin e baseado nisso, ele age de modo que impeça seus irmãos de cometer crimes. O objetivo de seus deles não é muito claro e Origin não foca neles e sim em sua tarefa primária. Por isso, ele precisa arranjar um emprego pois para realizar reparos, ter uma moradia e fazer atualizações físicas ele precisa de dinheiro, obviamente. E juntando o útil ao agradável, Origin, ou melhor, Tanaka Jin, começa a trabalhar na AEE, uma das empresas mais importantes e relevantes na indústria de robôs. Ao lado de outros três novatos, ele inicia sua carreira nessa empresa infestada de otakus de robôs e afins. Apesar dessa temática ser o básico da obra, Origin vai além disso. Seus irmãos constantemente buscam formas de aprimoramento, algo que faz com que Tanaka seja obrigado a fazer o mesmo para poder confrontá-los. A própria AEE é uma empresa cheia de segredos desagradáveis, inclusive uma das executivas parece ter relação com a morte do “pai” de Tanaka. E no meio dessa guerra entre esses dois grupos (Tanaka vs os outros robôs), temos os humanos que têm relação com o Tanaka ou são simplesmente pessoas que entendem muito sobre tecnologia.

Outro ponto interessante da obra é que há um clima descontraído em certos momentos (principalmente no começo) onde Tanaka teme ser descoberto por conta de certos detalhes como por exemplo seu padrão de fala. Em especial tem duas pessoas que mostraram ser um perigo maior para ele que são: Hirose Mai, uma otaku de robôs que inclusive criou o pacote de fala instalado em Tanaka e Laura Fermi, uma superior na AEE que além de ser uma mulher misteriosa, possui uma inteligência acima do normal e em vários momentos vai intimidar Tanaka de certa forma. Por outro lado, a obra não economiza em mostrar certas mortes e afins, algo que traz um clima sombrio em vários momentos. Há mortes de personagens importantes e tudo o que acontece serve como uma “ótima” experiência para que Tanaka possa entender sua tarefa de vida.

A arte da obra é bem característica e parecida com as outras obras do autor. O interessante disso é que você pode esperar uma riqueza de detalhes em todos os quadrinhos e expressões faciais muito detalhadas em certos momentos, o que casa muito bem com a obra e sua temática de ficção científica. Uma curiosidade interessante é que o autor é formado em física e fez isso como preparação para fazer histórias de ficção científica.

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