Hyakuren no Haou to Seiyaku no Valkyria – O isekai das guerras
Hyakuren no Haou é um anime produzido pelo estúdio EMT², um estúdio novo criado em 2013 e que fez poucos animes até então, sendo a maioria curtas e tendo como animes no formato de 12/13 episódios com 24 minutos: Kuma Miko (particularmente eu não gostei) e Reinai Boukun como exemplo. Sendo assim, tínhamos um estúdio novo com a missão de fazer um anime que continha várias guerras e duelos, ou seja, uma obra que iria exigir um pouco mais que os anteriormente citados. E o resultado disso tudo, bom, vamos analisar.
Como qualquer isekai, Hyakuren tem a premissa de um garoto indo para outro mundo. Nesse caso ele foi invocado por meio de um espelho para um país governado pelo clã lobo, um clã fraco e decadente que sobrevive por aparelhos. Acompanhamos a vida dele quando o mesmo já se tornou o patriarca do clã e já reside há pelo menos 3 anos nesse novo e primitivo mundo. Ou seja, ele já se habituou com a nova vida e as novas pessoas mas por ter seu smartphone consigo ele consegue se comunicar com sua amiga de infância, Mizuki, que ficou para trás. Vivendo num mundo que possui certos detalhes em comum com a mitologia nórdica, Yuuto busca incessantemente voltar para casa enquanto o faz o seu melhor para cuidar de seu povo.
Uma característica muito interessante é o uso do smartphone. Diferente do outro isekai de smartphone, em Hyakuren temos um uso mais sério, onde ele pesquisa formas de elevar o nível de sua nação, seu exército e estratégias de batalha. Ou seja, a obra não foca no harém ou em trivialidades que você provavelmente não vai gostar, mas sim numa perspectiva mais interessante e madura. Yuuto busca desenvolver novas tecnologias para uma era onde as armas nem de ferro são, imagine de aço. Atos como fazer a produção de vidro ser possível e acessível para o povo, trazer desenvolvimento para o seu país, conseguir reduzir a pobreza e a fome, construir uma escola para todas as classes e formular leis que ajudem a melhorar a taxa de alfabetização e educação, são alguns de seus feitos. Tudo isso é mostrado sutilmente e em segundo plano mas por si só já é um bom ponto.
Outro detalhe que pode ser facilmente criticado é sobre Yuuto e sua relação com as garotas. Todas gostam dele e diferente de muitas obras por aí, eles se conhecem faz um tempo suficientemente considerável. O problema é que Yuuto já tem uma amada, sua amiga de infância e por ter a esperança de voltar, ele acaba não cedendo aos avanços das outras. Particularmente eu gosto quando um personagem foge do clichê de ser indeciso sobre esse assunto e simplesmente tem uma escolhida, ainda que vá ficar com outras como parece ser nesse caso. O romance não é o grande ponto forte da obra mas ao menos no fim, consegue surpreender bastante.
As guerras e duelos da obra também são um ponto de destaque. As estratégias usadas por Yuuto são de estrategistas historicamente famosos e até mesmo o livro da arte da guerra é citado. Obviamente ele consegue grandes avanços territoriais com essas táticas e assim, consegue prosperar seu povo por conta das conquistas mas, nem tudo são flores. Nesse mundo a magia se faz presente e com isso, é de se esperar que haja inimigos fortes o bastante para barrar as vitórias de Yuuto. Por isso, não podemos dizer que há protagonismo pois Yuuto planeja, se esforça e põe em prática tudo aquilo que absorve com os conhecimentos adquiridos. São vitórias contundentes onde seu exército consegue vencer os inimigos por conta das táticas e do poder desenvolvido.
Já em relação aos personagens, no geral temos um elenco decente. Nada longe dos clichês mas todos conseguem ser simpáticos e se encaixar bem na obra. Vale destacar que Yuuto passa longe de ser um personagem cheio de habilidades, poderes ou bençãos de deuses, na verdade ele sabe lutar decentemente mas passa longe de fazer frente aos personagens realmente fortes e por isso, suas estratégias e visão de mundo são seus diferenciais. E no resto, dá para se surpreender com a evolução e o desenvolvimentos dos personagens que acabam sendo moldados pelas experiências dolorosas e difíceis que eventualmente ocorrem.
No fim, se fizéssemos uma análise simplista, Hyakuren é uma espécie de Isekai Smartphone por conta do smartphone que o Yuuto carrega e com menos garotas no harém (9 contra 6). Hyakuren não traz nada novo ou incrível e assim como alguns outros isekais ele se apoia em vários clichês e cenas de fanservice pobre, mesma prática de vários outros “ecchis” dos últimos anos que no máximo mostram cenas com foco específico nas partes mas não passa disso. Ou seja, se você gosta de ecchi, uma ótima história ou simplesmente algo diferente do usual, talvez essa obra não seja para você, mas isso não quer dizer que não seja uma opção interessante para assistir.
A animação passa longe de ser um ponto forte e você consegue perceber cenas onde há aquelas expressões faciais um pouco fora de alinhamento. Porém a parte disso tudo, Hyakuren trás uma história legal e que pode lhe render um bom passatempo caso você não tenha expectativas sobre. É o famoso nota 6/10 que talvez você esqueça um dia mas que não será uma completa perda de tempo.
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