Você tem um sonho? Se a resposta é sim, o que está disposto(a) a fazer para realizá-lo? Trairia suas mais profundas convicções ou se agarraria firmemente a elas? Giorno Giovanna se dispõe a ir até as últimas consequências para proteger a justiça na qual ele acredita, assim como fizeram os Jojos que vieram antes dele. Proteja esse coração dourado e apaixonado, Giorno! É hora de Jojo no Anime21!

O Black Sabbath tentou sugar a alma do Giorno, mas não podia contar com sua astúcia, na verdade, Stand, então não foi assim tão fácil “eliminá-lo” ou “convertê-lo”.

A já previsível informação de que têm ao menos outros quatro usuários de Stand criados pela flecha sob as ordens da Passione deixou clara a intenção do Polpo de criar soldados leais e/ou poderosos, estando o Giorno fora do primeiro caso, pois ele é leal apenas ao seu sonho e fará o necessário por ele, até lutar ao lado de sua vítima.

Se o Stand que era heavy metal puro se escondia nas sombras – soturno como a banda desse gênero musical que o empresta seu nome – nada melhor do que tirá-lo de lá a força com um Stand inspirado em uma música de outro medalhão do rock – mas dessa vez do progressivo.

É com o prosseguimento da luta que a oportunidade de aliança aparece e os dois últimos Jojos se unem para salvar suas peles.

Sem perder tempo, Giorno reforça uma das suas características principais, seu poder de observação, ao perceber as limitações da área de atuação do Stand de Polpo, assim traçando uma boa estratégia para cessar seus movimentos.

O problema e a solução vieram ambos pelas mãos de Koichi e seu Act III, pois faltava a Giorno a força bruta para parar o Sabbath e derrotá-lo de um jeitinho bem criativo.

Uma das coisas que mais gosto em Jojo é como a força bruta quase sempre está lá presente, mas há muito a necessidade de pensar, raciocinar a fim de encontrar uma forma mais eficaz de derrotar um Stand inimigo.

Tanto é que ambos, Giorno e Koichi, não tem tanta força bruta, mas a combinação de seus poderes e de uma mente que brilha quando se vê em dificuldade, Giorno, mais uma capacidade de julgamento precisa e justa, Koichi, foram mais que o suficiente para afugentar a ameaça do Stand.

Uma luta relativamente bem simples, mas que também foi importante para fazer com que os jovens usuários de Stand se entendessem. É claro que houve uma conversa depois, mas mostrá-la não seria necessário, pois o Koichi já sabia que podia confiar no Giorno, que ele possui um verdadeiro coração de ouro, tal qual aos dos homens da linhagem Joestar que ele conheceu.

Restando ao nosso adorado baixinho o direito de conhecer a encantadora – ou ameaçadora? – Nápoles do começo do século XXI.

No dia seguinte, o aspirante a “gângster de carteirinha” entrega seu trabalho de conclusão de curso e passa sem maiores problemas, mal sabendo o Polpo que a derrota de seu Stand automático de longo alcance – conceito já apresentado anteriormente e bem explicado nesse episódio – seria também sua ruína, pois se sua forma de viver acatava o assassinato se este desrespeitasse seus princípios, então a decisão do Giorno de dar cabo da vida do Polpo por ele ter ofendido seus princípios até é justificável.

Esse era o modo de vida de Polpo, essas eram as suas crenças, então ele não pode reclamar – vai que seu fantasma aparece depois? – do Giorno por ter feito o que fez. E mais importante que isso, não foi o ato inconsequente de um garoto de 15 anos, mas a decisão tomada em um momento oportuno por um jovem que assume a responsabilidade pelo caminho que ele escolheu trilhar.

Ele está disposto a sujar suas mãos de sangue se for preciso, a ceifar uma vida para fazer jus a outra ou proteger muitas, então ele vai ter que enfrentar o dilema moral de fazer o “bem” usando de métodos “questionáveis”.

Espero ver esse tipo de conflito no Giorno, pois, repito, diferente de seus parentes – que eram justos e bondosos, mas não possuíam um propósito de vida atrelado as suas aventuras – o que o garoto faz ou deixa de fazer diz respeito diretamente a quem ele é e quem almeja se tornar. Giorno já tem uma personalidade forte e resolvida, mas que ainda será posta à prova agora que entrou para a Passione.

Ademais, só gostaria de comentar que apesar desse episódio não ter sido tão bem animado quanto o primeiro ou o segundo, a equipe técnica se esforçou para entregar um clímax de qualidade e nisso foi feliz, pois manteve a mesma pegada na forma de animar e dirigir as cenas de ação.

Na cena do Koichi pensando no Giorno e na da morte do Polpo a carga dramática não foi exacerbada e nem o contrário, encontraram um equilíbrio agradável que condiz com a pega da história: uma aventura com um pano de fundo um pouco mais sério que o costume em Jojo, mas nada muito fora do “normal” para a obra.

Jojo não é exemplo de normal, mas é bem normal gostar da história e dos personagens, não é? Tanto é que estou ansioso para conhecer melhor os novos companheiros do Giorno na Passione. Agora que poderemos ver o que eles aprontarão pelas ruas de Nápoles é que o anime está ficando interessante!