Para uma boa parte (talvez) das pessoas mais velhas que viram esse anime, o protagonista é “sortudo que não aproveita a sorte que tem”, afinal não é todo garoto que tem a sorte de ser rodeado de belas garotas”. Por incrível que pareça, eu não estou me referindo a um anime do tipo harém, mas esse anime pode ser considerado um pseudo-harém, ou pelo menos brinca com essa ideia.

Esse anime, que foi ao ar entre julho a setembro de 2018, gira em torno de um garoto chamado Aki, que não tem uma aparência viril, mas tem o desejo de provar para as pessoas o quão másculo ele é.

Vários filmes de ação são exemplos que o modelo ideal de masculinidade é do homem viril que não tem medo de nada, e não expõe suas fraquezas, tão tal que surgiu o mito que homens não choram, pois chorar é uma forma de fraqueza. Tais estereótipos reforçam, sim, o machismo, entretanto, não pretendo entrar mais em detalhes sobre essa temática espinhosa a fim de não causar polêmicas.

É interessante ressaltar que o a imagem de “homem ideal” varia entre homens e mulheres. Basta comparar como são os personagens masculinos em obras voltadas para esses públicos.

A vida de Aki, também conhecido pela alcunha de Akkun, se torna agitada quando ele se muda para um dormitório que só tem meninas. Dependendo do ponto de vista, isso pode ser algo vantajoso, mas por outro lado pode ter desvantagens, como, por exemplo, a falta de alguém do mesmo sexo que o protagonista pode se tornar amigo. Afinal de contas, existem coisas que meninos se sentem mais à vontade contando para outros meninos (o mesmo vale para as meninas).

Para o azar do protagonista, as meninas do dormitório Sunohara não o enxergam como homem, mas sim como um garotinho (às vezes ele é tratado como uma garota). Por mais que tente demonstrar sua virilidade, ele não consegue.

Para o Aki, provar sua masculinidade é uma questão de honra, não por ele querer mostrar que é mais másculos que outros homens, mas sim por ter um trauma no qual a sua irmã mais velha o vestia de menina. Fora isso tem o detalhe dele ter uma aparência meio feminina.

As personagens, no geral, são bem carismáticas, e cada uma delas são peculiares, tornando o elenco variado. As interações entre os personagens são divertidas e até bonitinhas em certas ocasiões, e tem humor que me agradou em vários momentos. Outro ponto a ser destacado é a presença de fanservice, o que pode desagradar alguns, e agradar outros. Eu particularmente não me incomodei com esse detalhe.

A parte técnica não se destaca, mas não chega a ser um desastre, portanto, são os próprios personagens (ou talvez o fanservice), que são responsáveis ditar o tom da série, fazendo que ela se torne divertida para algumas pessoas, e enfadonha para outras.

Por fim, um ponto que merece destaque é a forma como a Ayaka é representada, pois ela mostrada como a idealização da “mulher perfeita”, pois ela é inteligente e boa em atividades físicas, além de ser muito bonita. Pelo fato dela cuidar de um dormitório fazendo tarefas domésticas há quem possa considerar a representação da Ayaka algo machista, entretanto, antes de “acusar” a obra, é válido ressaltar que nessa mesma obra existe uma representação feminina interessante que é a da personagem Nana, irmã da Ayaka. O estilo de vestimenta da Nana é “provocativo”, o que na vida real as pessoas a considerariam uma garota vulgar, entretanto, ela não é assim, pois ela às vezes é bem inocente, além do mais ela é bastante inteligente. Portanto, a Nana é um daqueles exemplos que mostra que não devemos julgar o livro pela capa. Ademais, os próprios personagens não a julgam pela sua maneira de se vestir, algo que me chamou a atenção de forma positiva.

Obrigado a todos que leram este artigo!

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