O filho do mais famoso dos ladrões que quer seguir os passos do pai, mas o mesmo sempre se recusou a ensinar-lhe qualquer coisa de seu ofício. Uma druida que cresceu entre feras e recebeu sua educação básica sobre os modos da civilização de um troglodita – uma criatura reptiliana, fedorenta e normalmente pouco civilizada, exceto por esse aqui. Uma maga elfa sempre de alto-astral que esconde um passado terrível.

Capa com luva e verniz localizado

Lisandra, a druida, tem pesadelos envolvendo o maior herói que o mundo já viu e busca os rubis da virtude para ressuscitá-lo: o Paladino. Acredita ser essa sua missão sagrada, confiada a ela e a mais ninguém, pelos vinte deuses. Sandro, o ladrão, a ajuda a recuperar o primeiro dos rubis, mas não são todos os que sabem sobre eles, e por um mal entendido ele acreditou que houvesse apenas um rubi. Quando descobriu que uma maga elfa, Niele, tinha “o rubi da virtude”, acreditou ter fracassado e decidiu por conta própria corrigir esse erro.

Lisandra, a druida, e Sandro, o Ladrão

Lisandra está mesmo em uma missão divina para os vinte deuses?

Sandro quer mesmo recuperar esse rubi, e depois outros quando descobre que eles são em vinte, apenas para cumprir sua missão?

Essa segunda é de resposta fácil, o que provavelmente reflete a simplicidade do personagem mais mundano, com menos problemas com os quais se preocupar. A própria Niele logo dá a resposta: Sandro quer a druida, não os rubis! Amor à primeira vista! Mas Lisandra, em meio aos seus pesadelos constantes, começa a se apaixonar pelo próprio Paladino que ela está tentando trazer de volta à vida. Ou não se apaixona?

Quem é esse Paladino, o herói com o poder dos vinte deuses que foi morto, que é incapaz de sentir qualquer emoção?

Niele, a elfa maga (com Sandro), e Tork, o troglodita mercenário (com Lisandra)

A história é bastante coesa e os quatro personagens principais, além de alguns secundários, têm bom desenvolvimento, mas acima de tudo é de leitura fácil e divertida. Porque veja bem, ainda que tenha um enredo denso, pontuado com passados trágicos e grandes perdas no meio do caminho, Holy Avenger é no mais das vezes uma comédia. Nesse sentido, a maga elfa Niele é a maior garota-propaganda de Holy Avenger, personificando em si mesma muito do clima da história, ainda que ela própria não seja a protagonista.

Capa sem a luva

Publicada originalmente no final da década de 1990 em formato de revista grampeada, foi relançada pela editora Jambô em 2012 em formato encadernado com capa dura muito bonita. Não é sem seus defeitos: na edição que eu comprei (e que ilustra esse artigo) algumas páginas estão descentralizadas e parte da arte e de alguns balões de fala foram cortados (mas nenhum texto foi cortado), e há um quase imperceptível amarelado no fundo das páginas – que são brancas. Tem alguns caprichos também como luva em cor berrante, verniz localizado na arte da capa e uma seção com ilustrações coloridas e curtos depoimentos e informações sobre algumas das pessoas que participaram da história da revista.

Ficha Técnica

  • Holy Avenger – Edição Definitiva
  • Editora Jambô
  • Coleção completa em 4 volumes
  • Autores: Marcelo Cassaro e Erica Awano
  • 18,5 x 27,5 cm
  • Capa dura
  • 240 páginas
  • Preto e branco

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