The New Gate (Mangá) – O retorno de um herói e sua jornada em busca do passado
Você gosta de Overlord? Ou dessas obras onde o protagonista fica preso dentro de um jogo? Bom, se a resposta for sim, essa obra pode ser do seu agrado (se a resposta for não, também pode). Publicado no site AlphaPolis Web Manga (o que faz dessa obra um web mangá), a obra é uma versão alternativa da light novel de mesmo nome. Com mais de 40 capítulos em português, a obra possui elementos de fantasia, aventura e ação em sua história (talvez até poderia adicionar um romance, não do tipo harém clichê).
A obra começa de um jeito similar a Sword Art Online. O jogo The New Gate havia se tornado mortal pois os jogadores não conseguiam sair, além das muitas mortes que houveram. Com isso em mente, Kiritani Shinya acabou sendo o Kirito dessa história, vulgo herói que venceu o chefão, zerou o jogo e com isso, ajudou todos os outros jogadores a sair e voltar ao mundo real. Enquanto isso ele esperou todos os seus amigos saírem para poder fazer o mesmo mas quando chegou sua vez, um novo portão se abriu e o botão de sair do jogo desapareceu.
Agora ele está numa espécie de mundo real baseado naquele jogo. Um detalhe interessante disso é que seus status aumentaram ainda mais sendo que já eram muito altos. E o grande barato dessa nova jornada é a exploração desse novo mundo, afinal, quais são as semelhanças e diferenças do jogo e desse mundo? Será que possui algum ex-jogador que como ele teve um destino parecido? O que restou de tudo aquilo que ele conhecia no jogo? E essas perguntas acabam sendo as grandes questões do início da obra para nós e para o Shinya, que quanto mais descobre, mais se impressiona (ou se complica).
Inicialmente ele tenta ir para sua casa. Consegue chegar lá e encontra uma elfa que trabalha no local vendendo alguns objetos úteis para aventureiros. No meio de uma conversa, uma pessoa em comum entre os dois é citada e a partir disso, as surpresas e algumas respostas aparecem. Primeiro que a raça de Shinya está extinta. Ele, um high human (um humano superior), é o único de sua espécie e possui uma moeda que vale bilhões apesar de que em sua época valia quase nada. E a conversa vai fluindo entre os dois de uma maneira bem engraçada pois cada vez mais ele mostra ser “raro” demais e ela não consegue acreditar no que está presenciando.
E com essas surpresas aqui e ali, a obra vai rumo a uma jornada de descobrimento, não só desse novo e similar mundo, mas das raízes de Shinya. Basicamente esse novo mundo tem uma grande relação com o jogo, pois 500 anos se passaram e a vitória de Shinya naquilo que era o jogo, foi um marco na história desse mundo. Ou seja, cada vez mais a história vai se tornando interessante pois o foco passa longe do uso da enorme força do Shinya (que sim, é requerida em alguns momentos), mas vai na direção da busca dele por seres e pessoas que ele conhece e que eram importantes apesar de não existirem na teoria. E quanto ao ponto do uso da força dela, a obra consegue ponderar bem e trazer desafios à altura (ainda que ele vá ganhar de qualquer forma).
Além dessa jornada, temos um elenco de personagens bem interessantes, sejam eles conhecidos do Shinya desde o jogo ou não. A elfa com quem ele interage inicialmente, Tiera Lucent, torna-se uma ótima personagem e importante peça nessa busca. E, claro, tem vários outros personagens e histórias que os acompanham, todas elas com seu charme próprio. O próprio Shinya é um ótimo personagem que passa longe de clichês de obras com tema isekai ou de simples fantasias. Diria que ele passa um clima diferente das obras que são similares, até mesmo por conta do próprio clima da obra que não é dos mais pesados.E se tivesse que expôr um defeito da obra, “diria” que além da periodicidade mensal a história não progrediu tanto quanto poderia/deveria. São mais de 40 capítulos onde acontece muita coisa mas ainda assim, você percebe que falta muito para chegar em determinados pontos.
De qualquer forma a obra mostra que tem um vasto mundo a ser explorado e por isso acredito que ela pode ir longe facilmente. A arte é boa e os desenvolvimentos dos personagens e da própria história são bons o bastante para manter a obra interessante conforme progride. Há alguns traços de romance também (como mencionado acima), algo que pode ser um atrativo para alguns leitores. No fim, eu como um fã torço muito para que tenha uma adaptação para anime pois essa obra me agrada muito. Ah, e a obra possui um jogo para celular.