Bom dia!

Você queria ver a Conselheira Julia de novo? Nem eu. Mas era um dado da natureza que ela iria retornar. E ela retorna, agora em Areshima, uma cidade próspera que faz parte de uma nação ou associação ou aliança ou vá lá saber chamada Ikesuka.

Julia foi até Areshima para debater política com Isao, um ex-piloto, ricaço, influente na política e provável futuro líder de Ikesuka.

Mais um episódio com uma boa batalha, agora com bombardeiros, um pouco mais sobre esse mundo foi revelado, e a Reona foi a pilota de destaque do Kotobuki, embora o arco não tenha acabado e eu ache que ela irá aparecer bem mais no próximo episódio.

Eu sinceramente não sei mais se entendo a Julia. No episódio 2, quando ela apareceu primeiro, ela defendeu que todas as cidades precisam se unir por um propósito comum. O Comandante Saneatsu até mesmo diz que ela faz parte da “Facção Integracionista Radical”.

Então ela é uma centralizadora, não é? Mas em seu debate com Isao pareceu que ele era o centralizador e ela se opunha a ele.

 

 

Antes de mais nada, o Isao é muito chato. E isso significa que ele é suspeito. Ele é suspeito por outras razões também, mas começa por aí. Ele é um ricaço que usa seu dinheiro para influenciar políticos e, de forma geral, para o benefício de seu projeto de poder. Está perto de se tornar o líder de Ikesuka, que, segundo Julia disse no episódio 2, é a única região auto-suficiente desse mundo.

Ele também é um ilusionista e 90% do tempo não está falando sério. Não confie em ilusionistas, eles são bons em enganar as pessoas. Essa é a profissão deles, afinal.

No debate com Julia, ele certamente defendia posições centralizadoras mais radicais do que eu esperaria da própria Conselheira. Isao acredita que liberdade “demais” é ruim. É aquele velho papo de “liberdade, não libertinagem”, que alguém sempre diz quando quer, veja só, retirar a sua liberdade.

Então talvez na verdade os dois sejam centralizadores, cada um a seu modo, a diferença é que Julia defende um governo central forte capaz de coordenar os esforços das cidades para que elas e sua população possam subsistir como acharem melhor, e nada mais do que isso, enquanto Isao defende um governo central forte capaz de avançar sobre as liberdades individuais.

A preocupação da Julia é legítima. Por exemplo, isso pode ser usado para dizer quem pode morar em qual cidade, e quem pode fazer o quê. Isso pode ser usado para favorecer determinados indivíduos e empresas, em detrimento das cidades e pessoas.

Isso quer dizer que a Julia está certa e agora eu gosto dela? Bom, eu não gosto do Isao. A Julia continua irritante à sua maneira, mas se eu tiver só duas opções, entre uma pessoa que não se importa de me incomodar para fazer o que lhe parece certo e outra que na maior parte do tempo eu não sei o que está pensando mas tenta me agradar o tempo todo, eu escolho a primeira.

O debate político desse anime é miserável, fazer o quê. De todo modo, ainda faltam muitas informações para eu realmente ser capaz de sedimentar a minha opinião. Na verdade, não sei o suficiente para saber nem sobre o quê eu deveria ter uma opinião. E provavelmente o anime não irá muito mais longe do que isso.

A Julia é conhecida de infância da Loulou, então espero que de algum modo ela esteja do lado “certo”. A própria Loulou parece ser uma pessoa de trato difícil, não é? Não tanto quanto a Julia, e pelo menos até agora com certeza não do tipo que gosta de perturbar os outros, mas elas cresceram juntas, provavelmente possuem mentalidades semelhantes. Mais um ponto contra o Isao.

O prego no caixão porém viria a seguir.

 

 

O ataque pirata (pirata mesmo?) contra Areshima foi muito suspeito. Quero dizer, eu entendo porque poderia ser conveniente um ataque desses. Tanto a Julia quanto o Isao são candidatos a alvos, e algum pirata especialmente caótico poderia até mesmo desejar eliminar ambos. Mas, embora o ataque tenha sido esmagador, em algum momento houve ameaça real?

Comecemos pelo óbvio: por que toda a força aérea de Areshima (parte de Ikesuka, da qual o Isao pretende tornar-se líder) voou contra o despiste da flotilha pirata? São tão amadores assim? Parecem ser, quero dizer, é uma cidade grande e sequer possui defesas anti-aéreas, coisa que Rachma tem.

Os esforços do Kotobuki foram valiosos, mas insuficientes, mesmo com a Reona se arriscando mais do que deveria. Quem vai salvar o dia?

Quem salvou o dia?

Isao, é claro. É quase como se tudo tivesse sido previamente combinado, não é?

 

 

Pelo menos por enquanto, porém, acredito que o Kotobuki ficará longe da verdade. Em primeiro lugar por causa da antipatia entre Loulou e Julia (merecida!). Em segundo lugar, porque Reona provavelmente deve a vida ao Isao.

Alguns anos atrás, houve uma guerra. Reona participou dela e foi abatida, mas parece que o Isao a salvou. Como ela nunca o reconhece nesse episódio, suponho que nem tenha visto seu rosto antes, o que só agrega ao mito.

Assim, entre algo que afasta o Kotobuki da Julia e algo que aproxima o Kotobuki do Isao, a posição deles, no que for relevante, deve ser pró-Isao por enquanto, talvez pró-Ikesuka e até pró-quaisquer que sejam as políticas que o Isao defende.

A ser assim, o cenário estará armado para a virada quando descobrirem que ele na verdade é um vilão.

 

 

Falando em cenário, esse episódio revelou casualmente algo muito relevante sobre esse mundo: os oceanos não existem mais. Secaram todos. Como? Vai saber. De todo modo, parece ser o nosso mundo então, mas é o nosso mundo na primeira metade do século 20 só que os oceanos secaram, ou é um futuro distópico e de alguma forma recuperaram tecnologia da primeira metade do século 20?

Esse tipo de detalhe talvez o anime não revele diretamente. Mas continuemos atentos para tudo o que ele revelar. Até o próximo episódio!