Toda semana eu começo um mangá novo que me chama a atenção por algum motivo (geralmente a capa é o chamariz inicial seguido pela sinopse). Mas Gokushufudou não foi o caso, pois acabou sendo uma recomendação de uma amiga que havia gostado muito e simplesmente leu tudo numa tacada só. Curioso com tal fato, tive que conferir com meus próprios olhos o porquê dessa obra ser tão recomendada e confesso que foi uma ótima decisão.

A sinopse é ok para ser sincero. Um ex-yakuza que agora vive uma vida normal é algo curioso mas que não chama tanto a minha atenção. Porém esse mangá é simplesmente hilário e trabalha com esse tema de maneira fantástica. Primeiro porque o protagonista, Tatsu, não era um yakuza qualquer e sim um cara da pesada, que destruía clãs inteiros sozinho e era chamado de Tatsu, o imortal. Porém esse cara que era simplesmente um monstro desistiu dessa vida para se tornar um “dono de casa”, nada mais e nada menos que isso.

E talvez um dos pontos que mais chamou a minha atenção foi a abordagem usada. O Tatsu não é exatamente um yakuza em tudo o que faz ao mesmo tempo que é. Sim, ficou confuso mas de forma resumida eu “diria” que ele tem ações que um yakuza teria, mas não é tão óbvio como poderia ser, afinal, é fácil de prever certas ações quando temos um personagem desse tipo. É como se você colocasse um protagonista de um harém ecchi comum fazendo as mesmas coisas que os outros mas de maneira não tão óbvia, sendo até diferente e extremamente criativo.

As situações muitas vezes envolvem yakuzas e mesmo assim elas conseguem ser divertidas com um show do próprio Tatsu que além de dono de casa também virou um pacifista. Porém como ponto negativo você fica muito curioso sobre como ele se tornou essa nova pessoa e até mesmo como ele era, mas tudo isso não é sequer citado pela obra em seus 20 e poucos capítulos. E eu diria que até mesmo essas cenas poderiam agregar para a história pois apesar de toda a comédia que a obra oferece, ter uma proximidade com o protagonista é sempre interessante, ainda mais quando há um contraste/mudança tão grande.

E também temos um elenco que combina muito com as situações. Desde a esposa e grande pivô dessa nova fase do Tatsu, até os yakuzas atuais que temem sua presença. Aliás, até mesmo as donas da casa da associação são um show à parte pois apesar de tudo elas não tem medo dele e são próximas a ponto de chamá-lo para realizar tarefas ou atividades como por exemplo ioga. Inclusive esse é um dos pontos engraçados da obra, afinal, aqueles que mais possuem medo dele são os próprios yakuza que conhecem sua fama e sua capacidade.

No fim das contas, Gokushufudou é um mangá curto que vale e muito a pena ler. É uma leitura rápida, divertida, muito bem feita, pensada pelo autor e com uma bela arte. Já sobre a ficha técnica, a obra é publicada na revista Kurage Bunch (nenhuma obra notável ou minimamente conhecida) desde fevereiro do ano passado (2018) e possui em torno de 20 capítulos. Enfim, vá ler essa obra pois ela é uma ótima pedida.

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