Subaru sempre nos mostrou incômodo com as pessoas pela sua inconveniência, mas apesar de compreensível isso nunca fez muito sentido de fato, partindo do ponto que todos nós temos algumas peculiaridades e características que pode irritar o próximo.

Nesse episódio ele nos dá uma outra dimensão da sua linha de raciocínio, a imprevisibilidade humana. Subaru se preocupa com aquilo que não pode controlar e como toda criatura vivente, somos propensos a agir de formas inesperadas em qualquer momento – o que reforça o pensamento dele de vulnerabilidade.

Não ter controle sobre esses possíveis eventos significa que você não vai saber como agir numa determinada situação e com a pessoa x, ou sequer se conseguirá sair “ileso” como resultado da ação tomada e é isso que ronda a mente do escritor – se tornando um pouco mais palpável a alergia social dele.

Apesar de imprevisíveis, Kawada e Hiroto nunca representaram um risco claro ao seu cotidiano pacífico e muito disso se deve a personalidade bacana dos dois. Por mais que sejam brincalhões, exagerados e tudo mais, notamos que eles são pessoas que respeitam o espaço do outro e se preocupam com o bem estar de Subaru, mesmo que não possam participar mais ativa e diariamente da sua vida como gostariam.

Kawada em mais um dia de trabalho, chega com uma proposta no mínimo preocupante: participar em um evento de lançamento cedendo autógrafos e eventualmente alguma entrevista. Só a ideia de lidar com uma grande multidão de desconhecidos que podiam fazer qualquer coisa no dia, fez com que Subaru entrasse em desespero e negando no automático o convite – para a tristeza de Kawada que na certa devia estar achando ele mudado o suficiente pra suportar a carga.

Passado o primeiro susto, Hiroto chega a casa de Subaru com uma surpresa tão agradável quanto a primeira, mas a diferença é que aqui ele não teve a oportunidade de se defender como antes – na verdade até tinha, ele podia abrir a boca e dizer que não queria ninguém ali, mas penso que como adulto ele entendia que fazer isso geraria um retorno pior do que aceitar o que viria, além do que vindo de seu amigo dava pra fazer um pequeno esforço.

Hiroto leva seus irmãos menores para visitar Subaru na ausência das babás seus pais e traz uma experiência totalmente nova a ele. As crianças são bem normais e eu os achei bem engraçadinhos, mas sendo sincero eu me identifiquei bastante com o sentimento de Subaru no decorrer do dia, que foi bem agitado e o fez sair totalmente de sua rotina quieta.

Eu gosto bastante de crianças exceto as desobedientes e mimadas e na minha família tenho uma penca delas pra todos os gostos – nos últimos 5 anos meus primos estão tendo mais filhos que centopeia tem pés. Já cuidei de alguns priminhos na fase de bebês e vez ou outra tem um aqui em casa e eu tomo conta de boa, mas o fato é que por mais fofinhas e boazinhas que as crianças sejam, elas desorganizam seu espaço brincando e demandam muito cuidado e atenção a todo tempo.

Pois bem, aqui não foi diferente e as crianças fizeram um rebu na casa dele contando com a cumplicidade de Kawada, que ama tudo que é fofo e pequeno – já descobri que ele tem uma pendência pra lolis e ri pra caramba com as reações dele. Subaru não estava incomodado em um grau alto onde as crianças mexiam diretamente com ele, mas a necessidade delas de brincar pela casa inteira e falar alto, o impedia de pensar e relaxar sozinho.

O afetamento de Subaru é tão grande que ele começa a viajar nas coisas que precisa fazer e não se toca que a irmã mais velha waifu Nagisa, está puxando um diálogo e pedindo uma indicação de leitura por ser a responsável pela biblioteca – quando caiu em si ficou desesperado com a pergunta repentina, mas deu a volta por cima e saiu safo da situação, evitando que mais uma virasse fã e potencial problema.

Uma descoberta bem interessante do episódio e que desfez a imagem cômica e boba que todos tinhamos sobre as ações de Hiroto, é que ele não abria a geladeira do Subaru pra caçar comida pra si, mas fazia essa ação rotineira pra verificar se ele se alimentava bem e da forma correta – já que ele tem noção clara da falta de responsabilidade com a saúde que seu amigo tem quando fica imerso em seu trabalho.

Paralelo a isso existe um alguém tão incomodado quanto Subaru com essa invasão de privacidade, sim é ela mesma, a Haru. A gata respirava a paz quando do nada se viu cercada por lacaios humanos do Hiroto em miniatura – como ela mesma os denominou.

Haru confiava na tranquilidade da casa de Subaru porque sabia que seus invasores comuns não ofereciam tanto risco a ela – eles tinham um certo respeito como eu falei e noção de perigo. Agora ela estava a mercê de várias crianças alopradas e que queriam brincar com ela até cansar.

Num primeiro momento Haru pensou em fugir daquele cenário caótico, mas logo em seguida ela se lembrou do ensinamento de Tora pra não ceder a pressão inimiga e decidiu encarar o exército inimigo de frente e com bravura – achei uma comédia a parte em que ela não ataca a pequena Misora porque vai contra os princípios dela.

Uma cena que me chamou atenção foi onde a entregadora da comida se apresentou como amiga das crianças e a menina que alimentava Haru antes do atentado dos corvos. A menina fica radiante por vê-la novamente, mas Haru fica tão concentrada com a comida que não nota a presença de sua antiga benfeitora – espero que elas se encontrem em melhores condições no futuro sem comida, pra que Haru a note.

Outra curiosidade é que Haru e Subaru estão começando a se comunicar melhor – é bem verdade que a situação não exigia muita habilidade pra um entender o que o outro estava pensando, mas vemos que estão melhorando. No meio da bagunça que acontece ela é arrastada pra lá e pra cá em várias brincadeiras sem sentido assim como ele, mas ao fim da correria eles se olham e percebem o cansaço um do outro, parando pra descansar juntos depois de tanto esforço físico e psicológico.

O que eles aprenderam com essa experiência fora de controle? Que humanos são exatamente como sempre pensaram que fossem, mas dessa pequena batalha eles tiraram uma mensagem positiva. Subaru e Haru viram que talvez essas pequenas mudanças de rotina tragam uma alegria e uma sensação que não é tão ruim se dosada corretamente.

Subaru escala mais um degrau pra sua mudança e com essa mentalidade ele até promete repensar o convite pra lidar com o público. Será que nosso autor favorito da temporada vai nos surpreender e se jogar no mundo até o fim do anime? Continuemos acompanhando pra ver.

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