Bom dia!

Um episódio que não tem vergonha de bater no peito e dizer que é só uma transição.

Tanto é que possui uma montagem no meio com uma sequência temporal de cenas acompanhada por uma música. Foi como assistir a uma vinheta do Esporte Espetacular. Sério, assista essa sequência do episódio de novo, mas com o anime no mudo, e tocando essa música no fundo. Não fica legal?

Encerrados problemas antigos, mas iniciados problemas novos. Foi um bom episódio de transição.

 

Fujioka conversa com Kakeru e Musa

 

Ninguém menos do que o Fujioka foi escalado para dar o veredito final sobre o grande dilema que Kaze Fui vinha enfrentando nos últimos episódios: competir só vale a pena se for para vencer?

Ouvir isso do favorito, melhor de todos os atletas nacionais e provavelmente no mesmo nível que os estrangeiros ou muito próximo disso, pode provocar duas reações distintas.

Uma é a cínica. É fácil para ele, que está no topo, dizer que vencer não é tudo. E acho que há mérito nesse argumento, se despojado do sarcasmo amargo que pode acompanhá-lo.

A outra eu acho que é a interpretação do próprio Fujioka: vencer não é ser melhor que o adversário. É ser melhor do que si mesmo. É estabelecer um objetivo e cumpri-lo. É lógico que na escala de objetivos pode ser de o último deles ser “se tornar o número 1”, mas quão irrealista é mirar nisso desde o começo?

E vale lembrar que eles não são ainda atletas profissionais. A maioria provavelmente nunca vai ser. Então, mirar no topo dessa forma parece tolice infantil, se visto dessa perspectiva privilegiada. São 21 equipes de 21 universidades participando dessa competição, por que ela valeria algo apenas para uma delas e seus 10 atletas?

Mesmo profissionais aprendem ao longo da carreira quais são os seus limites. De certa forma, aprender isso é necessário para se tornar um profissional. A maioria nunca vai chegar ao topo e está ciente disse, e mesmo assim continua. Cada um pelos seus próprios motivos.

 

O Haiji daquela época nem parecia o Haiji de hoje

 

Com isso Fujioka chega ao Haiji, que tem um problema no joelho e todo mundo sabe. Enquanto Fujioka conversa com Kakeru e Musa, Haiji está no hospital, conversando com o médico depois de, provavelmente, uma bateria de exames. Ele forçou demais o joelho na classificatória.

O anime não é definitivo ainda sobre o problema no joelho do Haiji, apenas revela que ele já sofria dele desde o ensino médio. Foi um acidente? Ou o joelho dele ficou assim por não suportar a rotina de exercícios? Naquela época, Haiji desistiu.

De lá para cá ele operou, como a cicatriz na perna dele indica, voltou a correr, montou essa equipe e chegou à Hakone Ekiden, o que revela uma sequência de vitórias sem nunca ter chegado na frente de ninguém. Fujioka admira Haiji por sua força.

Essa pode ser a última corrida de Haiji, e ele não conversou com ninguém sobre isso ainda.

O que é um contraste com Kakeru. Ele também tinha um segredo que pesava em suas costas, mas contou para toda a equipe e se sentiu melhor. Não apenas se sentiu melhor, mas conseguiu melhorar também no esporte. Uma vitória.

Enquanto isso, Haiji não conversa com ninguém sobre seu joelho, seus motivos, suas metas. Ele só diz vagamente que quer descobrir o que significa correr. Daí que fiquemos confusos sobre suas escolhas.

Será que ele é o décimo corredor apenas para garantir que todos os demais conseguirão correr? Talvez o joelho dele esteja ruim demais a ponto de não garantir que ele consiga completar seu trecho. Se ele fizesse qualquer trecho antes do último, isso significaria que aquele ou aqueles que correriam depois dele, depois de todo esse treinamento, depois de chegarem até lá, no final das contas não poderiam correr.

Consegue imaginar o tamanho da frustração? Mas eu acredito que de alguma forma o Haiji vai terminar, talvez até termine bem, mas me parece grande a chance dessa ser sua última corrida.

 

Quase à véspera da Hakone Ekiden, a notícia bombástica sobre a agressão de Kakeru a seu ex-treinador

 

Em contraste, a bomba que estourou no colo do Kakeru tinha enorme potencial destrutivo, mas como o assunto já havia sido tratado antes a equipe conseguiu lidar com isso de forma suave, sem causar problemas nenhum, sem drama para ninguém.

O que teria sido se Kakeru não tivesse confidenciado a seus colegas antes? Aposto que conseguiriam debelar o incêndio na universidade de todo modo, mas a confiança de todos ficaria abalada. Eles correriam com uma preocupação na cabeça que não precisariam ter.

Da forma como as coisas se deram, porém, essa acabou sendo mais uma oportunidade para unir e, em certa medida, estimular a equipe. Ao escutar o Kakeru conversando com os pais no telefone, Yuki não apenas se solidarizou como conseguiu traçar um paralelo entre a situação do amigo e a dele.

Isso é se colocar no lugar do outro. Isso é entender o outro. Exatamente o que Yuki estava dizendo que não gosta de fazer, que não vê sentido em fazer, mas terminou comentando que essa equipe é, justamente, a exceção a essa “regra de vida” dele. Ali todo mundo meio que se entende. Por isso ele consegue se sentir assim e consegue ter empatia pelo Kakeru.

 

De tão doente, Shindo não consegue nem se manter de pé

 

E tudo terminaria bem se tudo acabasse bem, mas eis que acontece o Shindo.

Desde o episódio que o levou a criar o website ele tem se dedicado de corpo e alma à equipe. Não está apenas treinando, como a maioria deles, mas está assumindo diversas tarefas burocráticas que são necessárias para que eles possam correr.

E isso, finalmente, cobrou seu preço, e no pior momento possível: o dia da corrida.

Na verdade, desde o dia anterior ele já devia estar se sentindo mal. Durante a montagem musical, todos eles estão juntos no templo na visita de ano novo, mas na cena seguinte, quando estão comendo, ele não está. Deve ter ido dormir mais cedo porque já não se sentia muito bem.

 

 

Agora ele está ardendo em febre. O que fazer?

Por enquanto só enxergo duas alternativas: ou ele corre assim mesmo, e torçamos para que melhore o máximo que puder até sua vez, ou, e eu não sei se isso é possível porque a sequência de atletas deve ter sido enviada para a organização do evento com antecedência, mas supondo que seja possível, ele pode trocar de lugar com o Yuki, e assim ganha mais um dia para descansar, porque a segunda metade da prova é realizada no dia seguinte.

Nenhuma das soluções parece ótima. A cada atleta foi atribuído um trecho da corrida de acordo com seus pontos fortes físicos e mentais. Shindo era o melhor para a subida, e Yuki é o melhor para a descida. Estou aqui na torcida para que Shindo esteja magicamente curado e bem para correr a sua sessão. Até o próximo episódio!

 

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