Dororo – ep 8 – Trabalho em equipe
Bom dia!
O demônio da vez foi uma centopeia gigante que se esconde dentro de nuvens de cinzas. A nuvem era de puro mal e por isso deu um pouco mais de trabalho para o Hyakkimaru, mas no final deu tudo certo.
Enquanto isso, Dororo continua insistindo para que ele fale e tentando conversar com ele. Hyakkimaru nunca escutou alguém falar, nunca aprendeu a falar, portanto, assim sendo, o Dororo vai precisar de muito mais esforço do que isso.
Um monstro escondido em uma nuvem de cinzas é uma ideia que faz muito sentido em uma terra cuja população convive com o vulcanismo, como é o caso do Japão, assentado bem em cima do Círculo de Fogo do Pacífico.
E de fato a região pela qual Hyakkimaru e Dororo passaram nesse episódio tinha atividade vulcânica, como evidenciado pelo forte cheiro de enxofre que Dororo sentiu desde o começo e que o Hyakkimaru passou a sentir no final, quando recuperou seu olfato.
Nokosaregumo, o demônio-centopeia, aparentemente pode ser acalmado com sacrifícios humanos. Mas não muito, porque ele logo cresce, troca de pele (que é o que cria as cinzas), e precisa comer mais.
Mas o que fazer? Não é como se uma vila enfiada no meio das montanhas tivesse guerreiros para combater centopeias gigantes. Então se sacrifícios humanos é o que eles precisam, sacrifícios humanos é o que eles vão fazer.
Só agora enquanto escrevo esse artigo percebi que a noiva sacrificial do episódio não tem nome. O que é engraçado pra caramba considerando que ela deu um nome para o Saru (“Saru”) e no final disse que nomes são muito importantes. Bom, acho que ela acha nomes tão importantes assim justamente porque ninguém deu um para ela, não é?
Essa vila deve funcionar que nem os monstros de Tensei Shitara Slime Datta Ken, sei lá.
Enfim, a história da noiva e do Saru é qualquer coisa então vou direto ao que interessa. Na primeira luta contra a centopeia, Hyakkimaru se encontrou “cego” pela nuvem de pura maldade. Ele não enxerga, não tem a visão normal, tem só a visão sobrenatural dele, e contra o Nokosaregumo ela se mostrou inútil.
Felizmente ele tem novos sentidos com os quais pode contar. Suponho que poderia ter usado as mãos para tatear até encontrar a centopeia, mas pensando de novo isso é uma ideia muito idiota, então ele preferiu usar sua audição e escutar onde Nokosaregumo estava. Com um arco, disparou flechas que reverberaram na carapaça do quilópode gigante, mas isso não bastou.
E aí entrou em cena Dororo. Ou melhor, ele já havia entrado em cena antes, quando tentou derrotar a centopeia com Saru, sem a ajuda de Hyakkimaru, após notar que o amigo havia sido inútil na luta anterior. O plano no final das contas fracassou, mas pudemos ver belas e assombradas chamas azuis, a cor típica do enxofre quando queima, além de testemunhar a proatividade do Dororo.
Na segunda luta, quando Dororo percebeu o plano do Hyakkimaru, montou no monstro para guiar o amigo com sua voz. Não funcionou muito bem a princípio porque ele bateu a cabeça e desmaiou, mas acordou logo em seguida com o Hyakkimaru gritando como que a indicar que havia entendido o plano dele.
E assim, pela primeira vez lutando juntos, conseguiram derrotar um demônio. Acho que isso e o Hyakkimaru usar um sentido novo (a audição) ativamente em um combate são os dois pontos altos do episódio.
Já os pontos baixos, bem. O episódio deixa um gosto amargo porque apesar de devorada, a noiva sobreviveu. Quero dizer, não é que é ruim que pessoas sobrevivam, mas sim que há meros dois episódios outra personagem muito mais interessante morreu, e em circunstâncias nas quais era muito mais provável que fosse salva.
É difícil assistir esse oitavo episódio e não ficar com a impressão que a Mio foi criada desde o começo para morrer. E, bem, ela foi criada desde o começo para morrer, eu sei, mas sejamos pelo menos consistentes. A noiva sem nome sobreviver tirou todo o impacto emocional que o episódio poderia ter.
Para completar, ela decide viver junto com Saru na vila. Me diga aqui, por que só agora ela tomou essa decisão? Eles já se conhecem há algum tempo, por que ela deixou que Saru continuasse vivendo sozinho nas montanhas? O que mudou agora? Ela espera que a noiva sacrifício volte para a vila e fique tudo bem? E que ainda aceitem um garoto que já haviam rejeitado antes junto com ela?
O que aconteceu aqui é que esse episódio sim, foi caso típico e bem pouco pensado de monstro da semana. Ao contrário do arco da Mio e de quase todos os episódios anteriores.
Mas bem, pelo menos agora o Hyakkimaru pode cheirar as coisas, né? A começar pelo enxofre. É outra coisa que parece piada: o primeiro som que ele escutou foi o choro de uma vítima indireta sua. O primeiro cheiro foi … ovo podre que sai de rochas. Percebe a diferença de cuidado no enredo em um caso e no outro?
Pelo menos o Dororo ficou feliz com o Hyakkimaru dizendo seu nome pela primeira vez.
Ana Pereira
Bom….depois de 8 semanas de impacto emocional acompanhado Dororo esse foi o único episódio que as coisas deram “certo”
diferente dos outros episódios esse eu terminei e falei: “ok” até estranhei. Ademais também tive a mesma impressão dita no texto de que o pobre o Hyakkimaru não tem a sorte de experimentar uma sensação boa com a descoberta de um novo sentido, é quase como se tivessem dizendo para ele: “tá vendo só estamos aqui para sofrer!”
Fábio "Mexicano" Godoy
Olá Ana, tudo certinho?
No episódio 7 as coisas também deram certo, depois de um pouco de tensão. Não deu certo pra todo mundo, o povo vivia oprimido, vimos alguns morreram na pedreira, mas bem, esse episódio provavelmente poderia ter sido escrito com um roteiro semelhante, né? Apenas optaram por mostrar apenas tudo o que deu certo.
O que deu, sim, uma cara bem diferente para ele quando em comparação com os anteriores. Foi bom, mas não foi a mesma coisa – não por ser “positivo”, mas pelo foco demasiado no monstro e na luta contra ele, sem revelar nada sobre a comunidade que ele atacou.
Obrigado pela visita e pelo comentário 😊