É engraçado como Vento Aureo sempre consegue render uma boa luta, não importa o Stand inimigo ou as circunstâncias do combate. Aliás, são elas que têm deixado os combates tão instigantes, afinal, o lugar, a ativação ou não do Stand e a decisão de quando recuar ou atacar têm sido imprescindíveis para determinar os desfechos das lutas. Dessa vez Narancia brilhou novamente, tendo uma ajudinha de nosso amado e super desenrolado GioGio. Entre The Clash e Talking Heads fico com o Aerosmith!

Quem são Sobert e Gelato perto desse casalzão, hein?

O episódio iniciou com a confabulação de Tiziano e Squalo e não sei se você percebeu, mas ao longo de todo o episódio quando o plano deles parecia que daria errado logo eles viravam a mesa como se tudo estivesse de acordo com o plano.

Isso foi bem forçado, faria mais sentido se tivessem mostrado os dois conversando para ajustar os próximos passos de acordo com as mudanças na situação, mas é Jojo, então a reviravolta da reviravolta de uma situação bizarra sempre vai ser o mais importante – a coerência total fica em segundo plano.

Outra coisa importante é que a luta foi boa, tendo o Narancia se esforçado para sincronizar suas ações com as do Giorno naquele estado. Seria difícil de engolir ele ter conseguido manter a consciência, mas eu repito: é Jojo. É normal os caras serem “cascas-grossas” mesmo, como o Mista levando tiro como se estivesse tomando uma gelada no verão.

Pode até ser com as hélices, o Narancia desce é o sarrafo!

Enfim, o Clash é um Stand com uma habilidade bem interessante, pois, tanto consegue teletransportar a si e o que morde, quanto pode diminuir a si e ao alvo se a necessidade requerer. Se o compararmos ao Talking Heads ele é um Stand até mais genioso, só tem um detalhe a ser observado: a desativação do Stand. Desativar ou ativar o Stand o mantendo no ponto chave – a língua do Narancia – foi uma jogada bem inteligente.

Não acho que estaria sendo precipitado se afirmasse que o Narancia não teria chance de vitória contra os dois se estivesse lutando sozinho, mas ele não estava e foi a interferência do Giorno o fator decisivo, e até imprevisível, na luta já que, por mais que tenham visto a joaninha deixada para ajudar o Narancia, nada puderam fazer para interferir com a colaboração dos dois.

Aquelas cenas bizarras que você só encontra aos montes em Jojo.

Foi outra forçação de barra o Squalo não ter matado logo o Giorno? Acredito que sim, pois no estado em que ele estava não parecia capaz de revidar.

Usar o Golden para transformar o broche em língua após concluir que o Stand inimigo se encontrava na língua do companheiro eu até entendo, mas ele estar naquele estado e ainda ficar uns minutos sem respirar pediu um pouco da nossa suspensão de descrença.

Mas até dá para aceitar – ou engolir – visto que a situação toda se desenrolou muito rápido.

Os pequenos também são osso duro de roer e temos aqui dois exemplos.

São “probleminhas” menores que não estragam a qualidade das batalhas de Jojo e tirando o momento cômico no qual os bad boys tentam se misturar a multidão simplória com suas aparências bem chamativas, a caçada do Narancia pelo usuário foi muito boa, pois, tanto o Narancia entendeu o porquê do esforço do Giorno para dar a ele uma nova língua, quanto o usou da melhor maneira possível, para usar a habilidade do Stand inimigo ao seu favor.

Repito, eles só venceram ali sem maiores problemas devido a capacidade do Giorno de prever a situação dois, três passos à frente; ou se não exatamente isso, gerar condições que facilitassem a vitória.

O Golden Experience e a inteligência e presença de espirito de uma criança de apenas 15 anos são o que o fazem sempre ser o fator decisivo em todas as lutas em que participa, não à toa ele é o protagonista, né? Mas sabe o que é o legal disso? Ele não resolver nada só!

Fosse o Jotaro na mesma situação ele venceria sem precisar da força de ninguém. Mas não é assim em Vento Aureo, sendo mais comum que o Giorno dê o suporte para que um companheiro brilhe que faça isso sozinho.

A cooperação até instintiva vista entre o Giorno e seus companheiros é o diferencial do time Bucciarati, não à toa o Narancia teve a resistência e a voracidade para liquidar seus inimigos um a um e com estilo. Jojo não existe sem o estilo, é o charme da obra, a cereja do bolo para esses momentos!

Eu elogio a beleza e a força do laço de Squalo e Tiziano – que pareciam muito mais dois amantes que apenas parceiros.

Inclusive, curti a raiva de Squalo quando viu seu best perecer depois de protegê-lo, pois são momentos assim que humanizam os personagens, fazem o público ver que o outro lado não é tão diferente assim, que não é tão errado se compadecer com a dor de um vilão – ainda mais nessa história de gângsters em que os mocinhos normalmente seriam os vilões em outras histórias.

Tiziano e Squalo formavam uma ótima dupla e foi muito bonito ver um se sacrificando para proteger o outro, assim como esse outro se fortalecendo a fim de vingá-lo. Mas é claro que isso não daria certo! Dizem que uma partida de futebol se decide em detalhes e uma batalha em Jojo não é diferente.

Vão em paz, Squalo e Tiziano, vocês foram personagens bem Jojo!

Venceram os usuários com Stands mais poderosos, é verdade, mas eles também foram os mais capazes de lidar com as adversidades, se aproveitando do maior número de coisas – local, características do Stand do inimigo, urgência da situação – em prol de conseguir o que mais importava: vencer.

O time Bucciarati sobreviveu para contar mais um dia; graças ao Narancia e o Giorno, já que os outros três não fizeram nada; e agora podemos esperar um episódio um pouco mais notório na semana seguinte. Bom como esse foi, é o que espero.

Adeus, Squalo e Tiziano, a Itália no fim do século era muito sem graça para a elegância de vocês! E que tudo vá pelos ares ao som de Aerosmith. Até o próximo episódio de Jojo 5!

Sigamos o barquinho do hype para o próximo arco…

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