Nos anos 1990, Maria da Graça Meneghel (popularmente conhecida pela alcunha de Xuxa) conquistou uma legião de fãs mirins e de adultos também por todo o Brasil numa época onde havia várias apresentadoras infantis fazendo muito sucesso. A fama dela entre as crianças foi tão grande que lhe rendeu o título de Rainha dos Baixinhos.

Ironicamente, a popularidade da Miyako frente às crianças da escola de sua irmã mais nova é tão grande que é de dar inveja a qualquer apresentadora infantil dos anos 90. Como a escola da Hinata é uma escola feminina, então Mya-nee ganhou fama apenas entre as garotinhas, todavia, se a escola fosse mista, os meninos também babariam pela Mya-oneesan, afinal ela é muito bonita e os rumores a respeito dela são cada vez mais impressionantes.

Hinata fez uma propaganda a respeito de sua irmã mais velha, digna de qualquer bom marqueteiro político. É óbvio que alguém espalhou e aumentou os rumores até chegarem ao ponto atual. Com um pouco mais de esforço, os boatos poderiam ir mais longe, transformando uma garota com fobia social em algo que ela tem o maior pavor, que é ser reconhecido por muita gente. Por mais que a popularidade gere muito desconforto para a Miyako, o reconhecimento das meninas da classe da Hinata pelo fato dela ter feito as roupas da peça encenada pela classe é algo positivo.

O título deste artigo é uma brincadeira pelo fato da Mya-san ser muito popular com o elenco infantil do anime. Esse fato é bom porque de certa forma ajuda a mesma a se acostumar a interagir mais com as pessoas. A pequena melhora em relação à fobia social é um discreto sinal de desenvolvimento da Miyako como personagem.

O festival cultural é um evento que não pode faltar em animes escolares. Tal evento foi escolhido para encerrar a temporada com chave de ouro. Desde a preparação ao encerramento, tudo foi divertido e aconchegante. Como espectadores, ficamos com vontade de fazer parte da festividade. É curioso como ver esse evento num anime não enjoa, pois sempre tem alguma coisa interessante e divertida acontecendo. Claro que há episódios sobre festivais escolares que chamam mais atenção do que outros, quer seja pela trama, pelas personagens ou até mesmo pela bizarrice.

Algo que me chamou a atenção no décimo primeiro episódio foi que a Miyako acaba passando vergonha ao tentar fugir do medo de ter contato com as pessoas. Como minha mãe diz para mim: “a tua vergonha te faz passar vergonha”.  O comportamento da Mya-nee acaba prejudicando-a mais do que lhe ajudando, entretanto, devido a fobia social faz que ela tente de qualquer forma evitar situações em que ela tenha que ter contato com as pessoas ou ter que frequentar lugares com muita gente, mesmo que ela acabe em uma situação constrangedora. Aparentemente, a família dela não percebe a gravidade da situação, achando que isso é só uma fase e uma hora isso passa.

A peça (que é um musical) apresentada pela classe da Hinata, Hana e Noa é um espetáculo à parte e que merece ser ressaltado. Esperava eu que a encenação fosse bobinha, ledo engano, pois a história apresentada foi um drama sobre um amor impossível entre um anjo e um ser humano. O modo como a peça foi apresentada, somado à trilha sonora, fez que os espectadores imergissem na história contada. É como se estivéssemos acompanhando uma história dentro de uma outra história.

Wataten se despede com um episódio excelente, digno de um episódio de encerramento de temporada. Miyako, Hinata, Hana, Noa, Matsumoto (e sua irmã), Koyori, Kanon, e até mesmo as mães das personagens principais, vão fazer falta na próxima temporada. Espero eu que à partir de abril venham animes angelicais que curem a alma de qualquer espectador cansado e estressado com a vida.

Obrigado a todos que me acompanharam nesta jornada de cobrir esse anime nesta temporada que se encerra.

Até a próxima!