“Katsute Kami Datta Kemono-tachi e” ou “To the Abandoned Sacred Beasts” é um anime produzido pelo estúdio MAPPA (Dororo, Sarazanmai, Kakegurui…), dirigido por Jun Shishido, responsável por obras como Banana Fish, Hajime no Ippo, Beck, Death Parade e por aí vai. Dito isto, vamos comentar sobre a primeira estreia da temporada que já veio com tudo.

Os deuses artificiais ou os monstros, como bem preferir

Como um fã do mangá e do autor, desde o anúncio eu já estava com boas expectativas sobre essa adaptação. A história é muito interessante e caso fizessem um trabalho decente já estaria de bom tamanho. Outro detalhe é que eu sou meio chato com adaptações que não seguem o original, pois geralmente isso resulta em algo ruim, inferior e até mesmo muito abaixo daquilo que poderia ser. Porém, esse medo não se tornou realidade nesse primeiro episódio. 

Já sobre a história, temos como premissa um país mergulhado numa guerra civil que parece não ter fim. Isso tudo muda quando um dos lados aparece com bestas vindas de experiências (na teoria proibidas) para enfim acabar com a guerra. Com isso, a Cidade Industrial do Norte conseguiu produzir heróis, deuses artificiais, os chamados encarnados que com suas formas bestiais conseguiram vencer batalhas impossíveis. 

Foi um episódio que não seguiu o mangá, adicionando informações que em pouco mais de 20 capítulos do mangá eu não vi. A decisão foi acertada pois as cenas inseridas servirão para entender melhor toda a trama que a obra apresenta. Inclusive a forma como fizeram foi muito interessante, afinal, mostraram quem eram os deuses artificiais, ou encarnados, e quem eles se tornaram com o tempo. 

Aparentemente, havia um problema sério com a transformação. Com o tempo, alguns soldados começaram a perder o controle de seus corpos, tendo sua alma corroída e assim, cometendo atrocidades com quem aparecesse na frente. Tendo esse problema em suas mãos, o capitão do esquadrão, Hank, faz um pacto com o restante: morreremos pelas mãos de nossos iguais quando chegarmos nesse ponto. 

Boa parte do episódio tratou de desenvolver essas questões, apresentando de maneira sutil os soldados e os principais líderes e os responsáveis pelo projeto: Cain, Hank e Elaine. Vemos que cada um deles tinha sonhos e pessoas importantes para proteger, mas com o tempo essas esperanças se tornavam medo pela perda da consciência que eventualmente poderia acontecer. 

Outro detalhe importante que ficou claro é o temor que as pessoas “normais” tinham desses “monstros”. No menor dos problemas que eles apresentassem, o medo se espalhava e uma grande confusão também. É a velha história dos heróis salvadores da pátria que são adorados enquanto são úteis, mas depois de feito o trabalho a morte é o que os espera. Na verdade só tratavam eles bem pois sabiam que precisavam deles, apenas isso e nada mais. 

Enfim, foi uma bela estreia que nos trouxe a história de um dos protagonistas (a garota apareceu no final do episódio e já entrará no próximo), conseguiu humanizar os encarnados, mostrar sua queda e no fim, o resultado final da guerra e daqueles que acabaram com ela.

Nos próximos episódios o esperado é que Hank cace seus antigos companheiros que infelizmente já devem ter perdido. 

No mais, os visuais me agradaram bastante assim como a parte técnica. O histórico do estúdio é bom com algumas produções belíssimas e sinceramente eu estou com boas expectativas sobre.

Vale lembrar que isso tudo se baseia no primeiro episódio e por isso resta saber se vão manter esse bom nível até o fim. 

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