Segundo o MyAnimeList, Cop Craft é um misto de fantasia e sci-fi, mas percebi apenas o primeiro em sua estreia e isso nem foi um problema. A dinâmica da dupla policial com novo(a) parceiro(a), e uma dupla que alia dois mundos distintos, me agrada bastante, o problema desse anime é mais o baixo budget do que a qualidade da história em si. Sem mais delongas, é hora desse “isekai reverso” no Anime 21!

Policial que é policial faz bandido cair em armadilha mesmo, isso é comum, o que não é comum é que tentem resgatar uma fada de um outro mundo usando esse método. Na verdade, não seria comum que fosse uma fada de mundo nenhum, mas na cidade em que se passa a história isso é normal porque ela é uma parada que liga o mundo humano ao outro lado de um portal.

Isso lembra algum anime mais ou menos recente a você? Acho que sim… Mas antes de comentar isso, começar o anime com a morte do parceiro do protagonista, o que abriu a vaga para a heroína entrar na vida dele, foi algo bom para você? Em poucos minutos já tinha uma morte, e uma brutal, sendo exposta em tela e, honestamente, é até mais adequado que comece assim, afinal, são coisas que acontecem na vida de um policial, não é mesmo?

Infelizmente, carteiradas não salvam vidas.

Aliviar isso não mostrando ou dando outra justificativa seria meio bobo e nada prático, já que o estopim para a formação da nova dupla de “bolícia” é justamente a recuperação da fada e o desejo de vingança de Kei Matoba em um caso que envolve o pior dos mundos.

Então, por que não lidar com o melhor dos agentes de justiça dos dois mundos? A ideia é boa, a forma abrupta com a qual a dupla se forma que não gostei muito; o Kei sequer vai ao velório do antigo parceiro, mas como japonês é meio workaholic mesmo deixo passar, até porque se a vítima é tão importante assim a pressa para resolver o caso deve ser enorme.

Voltando um pouco ao conceito, Cop Craft lembra muito Kekkai Sensen. A maior diferença, além do abismo na qualidade da animação, é que não lembro de sequer citarem uma guerra entre os dois mundos lá, o que me leva a Gate, só que Cop Craft seria um Gate sob o ponto de vista de um policial, e anos após a guerra, o choque cultural e depois a troca. Não à toa Gate é um isekai de fato, o protagonista vai para o outro mundo; Cop Craft seria o isekai reverso então?

Troca o exército de Gate pela polícia, deixa passar uns anos e temos Cop Craft.

Ou seria um isekai se contarmos pelo ponto de vista de Tilarna Exedilika, a fofa, mas obstinada, alien que forma dupla com o policial durão? Não sei, mas acho que pelo fato de não conhecermos o mundo do outro lado do portão isso meio que invalida a ideia de isekai por parte dela, pois toda a trama deve se passar no mundo humano. Ou não? Aliás, isso nem ao menos é importante, não é mesmo?

O importante é que, mesmo seguindo o clichê da dupla que não tem nada a ver, mas deve se entender quando suas vidas forem postas em risco e tiverem que lutar juntos, ainda assim é uma interação bacana a dos dois e como já se passou mais de uma década desde o primeiro contato, dá para entender que ela saiba falar uma língua humana e que o próprio Kei fale uma língua alien. Isso inclusive deve ajudar no caso.

Se você disser que o tamanho do nome é inversamente proporcional ao tamanho do busto…

A resistência dele em aceitar a parceria no dia seguinte à morte do amigo e com uma moça da qual não conhece as capacidades faz todo sentido, assim como o choque nos momentos iniciais, mas um trecho bem bacana e que expõe as diferenças entre o trabalho desses agentes da lei foi a ida ao informante. Uma das coisas que quero ver nesse anime é a compreensão por parte da Tilarna dessa justiça questionável costumeiramente retratada na ficção.

Seria legal, afinal, o mundo humano não tem magia para resolver muitas coisas de maneira mais conveniente, então é de se entender que tenha muito mais “distorções” que um mundo em que nobres parecem mais apegados ao seu código de ética e até se erguem para defender seu povo. Os “nobres” do mundo humano já são aqueles que mais avacalham a coisa toda.

Enfim, Cop Craft teve um começo legal, interessante. O autor se deu ao trabalho de criar pelo menos uma língua, talvez surjam outras, e isso é digno de elogio, o problema é que não teve forças para interferir na escolha do estúdio.

Nem diria que a animação foi exatamente ruim nesse início, mas se for para o melhor, essa qualidade meia boca eu temo muito pelo resto do anime, um que deve ter muitas cenas de ação e um uso nada discreto de CG, afinal, é do estúdio que fez as séries mais recentes de Berserk que estamos falando.

Isso é uma pena, pois a história não é nada demais, mas não é nada de menos também, ao menos não segundo essa estreia. Eu só espero que o anime todo não passe em torno do mesmo caso, que mesmo após recuperarem a fada e fazerem justiça pela morte do parceiro do Kei, os dois continuem essa parceria. Deve ser o caso, senão o anime pode ficar um pouco arrastado ou complicar algo que poderia ser mais simples.

Por fim, o que você achou  de Cop Craft? Foi com a cara dos personagens? Se ainda não viu peço que dê uma chance, pois se não acertou em demasia, ao menos falhou pouco e falhou prioritariamente em não ter um budget maior, ou seria um estúdio melhor? Ou ambos?

Em todo caso, o anime tem um certo potencial que pode ser bem aproveitado mesmo com uma parte técnica mediana. Lembrando que originalmente a obra é uma light novel do autor de Full Metal Panic! e Amagi Brilliant Park, Gatoh Shoji, então se você tem algum apreço pelo autor indico que dê uma chance mesmo que não tenha gostando tanto da estreia.

Até um próximo artigo!

 

Algumas caras e bocas, e até a transformação, da loli alien

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