O universo musical é maravilhoso! Não importa a língua, a idade ou a classe social, a música tem o poder de conectar e tocar a alma das pessoas. Da pessoa mais improvável, pode vim um grande artista. Aproveitando o fato de que este é um artigo sobre um anime musical, manifesto meu pesar pela partida do criador da bossa nova, João Gilberto.

Se a bossa nova era intimista e sofisticada em vários sentidos, o mundo idol é completamente oposto, pois o propósito delas é brilhar, levando ao seu público músicas dançantes e com perfil, geralmente, álacre (alegre, radiante).

Das milhares de expressões populares, a que mais se encaixa para a protagonista desse anime é: “não julgue o livro pela capa”. Aliás, a isso talvez possa se aplicar a esse anime. De personalidade tímida e insegura, Mana, à primeira vista, parece só mais uma garota comum, mas dentro dela se encontra um grande talento para a música e para a dança.

O episódio como um todo foi morno, focando na apresentação de personagens e do “mundo” em que se passa o anime. Como é um anime escolar, é óbvio que o principal cenário seria a escola. Nesse episódio de estreia, ficamos a saber mais sobre o ambiente escolar em que Mana, recém-transferida, passará a frequentar diariamente. Há um enfoque enorme na apresentação de clubes (existe clube de tudo que você imaginar). Fazer que a protagonista seja obrigada a frequentar um clube escolar é só um “empurrãozinho” do roteiro para que ela acabe conhecendo o clube de dança de tradição lírica, que, no fundo, não passa de um clube de idol com um nome mais sofisticado.

Para quem gosta do gênero idol, talvez possa gostar desse anime, mesmo que ele tenha um perfil “tradicional” e tenha apresentado um episódio sem grandes surpresas. As personagens apresentadas parecem legais e com personalidades variadas, mas ainda é muito cedo para ter empatia por alguma delas.

A protagonista parece que possui algum drama familiar envolvendo a irmã mais velha que faz parte de um grupo idol famoso. A pitada de tensão próxima do final tirou o episódio brevemente de sua zona de conforto, e isso pode ter instigado o público a querer saber qual o drama da protagonista. As informações sobre ela que são dadas logo em seguida dão uma pista sobre que tipo de problema ela está passando. Talvez seja um conflito externo com a irmã ou um conflito interno.

Visualmente, o anime é bastante colorido, como manda o protocolo para esse tipo de anime. A animação não é um primor, mas não faz feio. O medo do público em relação a esse tipo de anime é o uso de algum cg tosco nas coreografias, mas parece que isso não deve ocorrer (assim espero), pois partes coreografadas foram feitas em 2d, mas há partes que não mostram a personagem por completo, mostrando às vezes só as partes superiores das personagens.

Não era a intenção de Mana entrar em um clube para se tornar uma idol, mas ela possui talento para isso, só que precisa de confiança em si mesma e no seu talento. Apesar do começo descontraído, quem sabe esse anime surpreenda e nos apresente uma história divertida, mesmo que seja simples. Não vou criar expectativas para evitar decepções, e encerro este artigo escrevendo: “me surpreenda, Re: Stage: Dream Days, me surpreenda”!

 

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