Um episódio cheio de despedidas, despedida de personagem e de qualquer chance que Diavolo tinha de acabar com os traidores e virar o Rei dos Reis. Um episódio dourado. Como é o coração do Giorno, enfim o maior protagonista dessa parte 5. Mas você gostou da vitória que ele obteve graças à ajuda e os sacrifícios dos companheiros? E que sacrifício ele fez para ter o poder? É hora de Jojo no Anime21!

A cena do Mista no ar com a alma da Trish e os Stands dela e do pai já está no hall das mais estranhas e absurdas cenas de Jojo, mas depois do episódio anterior, como não esperar de tudo, não é mesmo?

Reviravolta não foi o que faltou, e quando Diavolo pensou que tivesse vencido, o Bruno jogou a última carta que tinha na manga.

Supera a cena do velho fantasma com uma flecha na mão, dentro de uma foto, montado em um pássaro?

Como ele já tinha demonstrado preocupação com as ações do Diavolo, não esperava um curso de ação muito diferente da parte dele, mas por que a ideia do sol atrás da cabeça, e que cada um possui o seu, foi manifestada de novo como se fosse a coisa mais “natural” do mundo de imaginar?

Perdoe-me, Araki-sensei, mas você falhou com o Bruno justo na parte de sua despedida, afinal, ele não é Giorno, que tem umas saídas extremamente convenientes, que às vezes são forçadas demais até para Jojo.

As reviravoltas que o Bucciarati promove costumam ser algo bem pé no chão, e perceber o lance do sol foi tudo menos isso. Mas enfim, não estraga o personagem também e foi sim ótimo ver o vilão caindo do cavalo.

Além disso, já estava esperando por esse adeus, mas doeu demais mesmo assim, mesmo não tendo derramado lágrimas. E por quê? Porque ele é o melhor personagem dessa parte 5. Bruno Bucciarati não é um almanaque de piadas e nem um sujeito desajeitado ou cool para ganhar a simpatia do público.

Ele faz o que deve fazer sempre, é um chefe honrado e duro, mas, sem dúvida alguma, o mais gentil entre todos os Modern Crusaders e, mesmo assim, se apresentou a nós como um sujeito imperfeito, sujeito a falha, cujo passado moldou seu caráter e também foi a sua ruína.

Bruno Bucciarati é um homem de princípios que quase sempre alcança a vitória usando tudo o que tem de bom em si, porque ele em si é um personagem incrível. Pontual e equilibrado. Sem mais!

Sua despedida é triste, mas ela já era aguardada e ao menos ocorreu em prol de destroçar o plano do chefe. Quando ele viu a Trish correndo risco de morte tenho certeza que a última coisa que ele pensou, até porque também já não tinha mais um corpo para o qual retornar, foi em si.

Ela foi o estopim para o plano de traição e assassinato do chefe, ela lembrou a ele o que era a vida manchada pela violência e ela também se tornou uma companheira, como os que morreram a protegendo e ainda lutavam no Coliseu.

Como abandoná-la a sorte de um destino cruel e injusto? Que heróis seriam esses, né? Eu sei que eles são gângsters, mas todos tinham seus princípios e os mantiveram até o fim. Um fim que não poderia chamar de nada menos que “predestinado”, afinal, foi o novato aquele a domar a flecha e daí extrair o máximo de seu poder, em uma situação que eu não sei direito como enxergar.

Silver Chariot se tornou outra coisa, muito diferente do Golden Experience, após ser acertado pela flecha. O que eu sei que no fundo no fundo não tem nenhuma explicação, a não ser a vontade do Araki de dar power up para o protagonista, mas seria legal ao menos fingir que não é assim.

Posso considerar que após o Silver Chariot, e o que ele estava tentando fazer, ser parado, a possibilidade da flecha acertar o Stand e esse Stand acertado apenas ganhar poder – mas não se separar do dono, até por ele não ter morrido e desejar esse poder para resolver a situação -, foi “destravada”?

Se sim, vamos lá, eu engulo isso sem reclamar (okay, reclamo um pouco sim). O que me incomoda mesmo nem é acontecer desse jeito, mas é que o Giorno não sofreu um revés, e até o que sofreu foi resolvido na base da forçação.

Foi tão rápido, nem deu para o personagem se desesperar. Diferente do Bruno, e até o Diavolo. Eles tomaram muitas das “rasteiras” que, não por acaso, foram alguns dos melhores momentos de Vento Aureo. Que controle o Diavolo e o King Crimson tiveram na luta contra o Risotto? No final, okay, o Doppio se sobressaiu, e mostrou sua “própria” força, mas ele foi encurralado consecutivas vezes.

O mesmo vale para Bruno e qualquer outro que lutou e suou para vencer. Menos o Giorno. Ou no caso, o Giorno até sofre, nem é a vitória perfeita e de graça o que ele conquista sempre; mas quando deu para perceber que ele não tinha o mínimo controle da situação e teve que se superar para conseguir lidar com o seu problema?

Mesmo agora, ainda que ele não tivesse ideia do que o Bruno faria, ele foi beneficiado, e não passou o sufoco que cada um dos outros heróis dessa parte passou ao menos uma vez.

Também não vou ser injusto, o Giorno perdeu coisas ao longo da jornada, principalmente os companheiros que fez nela, e isso não pode ser desqualificado porque eles se conheciam há pouco tempo, não quando passaram por várias situações de vida ou morte e estas fortaleceram os seus laços.

Mas, e quanto a ele? Eu não acho que ele evolui muito desde o começo de tudo e talvez ele nem seja o tipo de personagem que é definido por isso, pelo amadurecimento, como foi com o Narancia, de certa forma.

Mas será que isso é desculpa o suficiente para não construir um personagem mais “humano”? Porque tirando o que ele faz nesse final, o Bucciarati é um personagem de ações extremamente coerentes ao longo da jornada e ações que o caracterizavam como alguém falho, longe da “perfeição”.

Só acha? Eu tenho é certeza!

Até poderia dizer que Giorno é falho porque falhou em proteger os amigos, mas será que ele só não tinha o tipo de força a garantir isso? E isso não quer dizer que ele falhou, não necessariamente, não quando era Bruno o responsável por todos.

Enfim, eu também sei que o Bruno saiu da jogada para o Giorno virar o chefe da máfia e aí reinar sozinho. Está na cara, né, porque o Diavolo não vai se safar dessa, a gente só vai ver como será a derrota dele, qual será o golpe de misericórdia, porque que ele será dado, já está mais do que certo.

Por último, e não menos importante, mas menos interessante do que eu achei que seria, “nasce” um Stand, ou a forma “evoluída” de um, digno de um verdadeiro Rei, o Golden Experience Requiem. Um Stand que não apenas teve upgrade no visual, mas também nos poderes e rendeu a cena sensacional em que o Diavolo deve ter passado a maior humilhação de sua vida até então.

E eis que nasce o Golden Experience Réquiem.

Porque ele ainda pode ser mais humilhado pelos poderes do Giorno e seu divoso Requiem. Eu não duvido que isso aconteça, ainda mais quando o Golden já deixou claro que nada mais pode se opor ao Giorno. Agora ele é meio que literalmente o dono da verdade. Seria engraçado se ele fosse filho do dono, né, mas o dono que é o filho nesse caso.

Prefiro nem comentar nada sobre o poder do Golden Experience Requiem, pois eu não duvido nada que o Araki adicione mais coisa episódio que vem. Não posso negar que gostei, e até comemorei, quando vi o Diavolo ser humilhado daquela forma, tendo a sua certeza destruída em frente de seus olhos.

Mesmo após perder a flecha e o Giorno aparecer divando, ele foi arrogante e a gente sabe que quando o herói diva em Jojo é porque o vilão já nem tem mais chances. Giorno vira o ser mais próximo da onipotência entre todos os usuários de Stand com isso? Eu não duvido que seja exatamente esse o caso.

Um futuro perfeito inalcançável!

De toda forma, ainda faltam dois episódios. O que mais terá neles? Giorno vai humilhar Diavolo até não dar mais? Não me diga que ainda vai ter uma reviravolta negativa para o lado dos mocinhos? Mesmo que haja, a gente já tem ideia do resultado, né? A parte 5 será clichê, o final será clichê, e pode me cobrar depois se não for o caso. Só espero estar certo.

Até a próxima vez!

É inútil tentar desafiar a verdade do verdadeiro Rei dos Reis.

P.S.: Foi só impressão minha ou o Polnareff no corpo da tartaruga sumiu? A alma dele foi embora de vez? Sendo esse o caso, descanse em paz Polnareff, você foi a melhor conexão possível entre partes tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas. O chefe da máfia italiana nunca esquecerá de você!

E só um último adendo, apesar de não ter gostado tanto de compo, as coisas aconteceram, não posso negar que foi um episódio emocionante. Tem episódios de Jojo que em si nem são tão bons, mas há algo de tão mágico neles que a experiência como um todo é 5 estrelas, não importa como eu analise.

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