Esse com certeza foi o melhor episódio até aqui e acho que se alguém tinha dúvidas quanto ao teste dos três episódios, elas parecem ter sido sanadas nesse quarto desafio. Yuzu selou seu potencial enquanto personagem de peso na história – tanto para a comédia como para o drama psicológico – e literalmente carregou o grupo nas costas em todos os sentidos, mostrando que definitivamente o anime ainda tem muitas armas para surpreender.

No artigo anterior eu comentei sobre elementos do mangá que não foram trabalhados naquele conjunto, mas que eventualmente poderiam aparecer aqui, pois bem, eles vieram e trouxeram todo o terror que a história precisava. Se antes os protagonistas ainda estavam apenas curtindo a estadia naquela estranha cidade e as novas amizades, agora é hora de começar a pensar duas vezes no que está acontecendo ao seu redor e com bastante atenção nos detalhes.

Zakuro e Onigasaki – que já parece mais incomodado com a experiência do jogo – acabaram mexendo num vespeiro bem complicado ao subestimar a inteligência de Paca, porém saíram vivos contando com a sorte. O “vilão” por sua vez não parece muito claro quanto a sua posição, pois se analisarmos as circunstâncias da invasão deles e as próprias regras daquele lugar, dá para notar que eles poderiam perfeitamente ser eliminados pela ação indevida, no entanto ele apenas os permite fugir e vai jogando pacientemente com o físico e a mente de cada um do grupo.

Pode parecer otimista da minha parte, mas o desafio da punição me soou mais provocativo quanto a movimentar os sentimentos dos protagonistas, do que necessariamente mortal para todos e o fato do Iride não ter sido morto – bem como as características da própria erva monstro – logo no começo, bem demonstra isso.

As cenas tem seu teor cômico no meio, protagonizadas pela Himiko com as bombas, Karin com sua “tsunderice” e Anya gritando como fios condutores, mas particularmente essa dinâmica do anime não me desagrada, até porque não sou muito adepto do terror e do gore nas suas essências.

Um ponto que foi mostrado de forma rápida, mas que conseguiu atrair minha atenção foi a intenção de Iride ao chamar seu inimigo para um diálogo, em prol de sanar a necessidade de Anya.

No meio tempo em que o Mimicry assumiu sua identidade, teriam eles tido contato e ele conseguido o medicamento? Considerando o sim – por acontecimentos que indicam essa chance ao fim do episódio -, porque Paca é tão condescendente com eles? Muitas dúvidas.

Apesar da sobrevivência em si ser o grande eixo de preocupação, Yuzu permanece sendo o grande trunfo dessa saga, pois a alpaca não aparenta ser o único problema deles e ninguém – exceto Onigasaki em uma certa instância – tem acesso a essa informação.

As revelações da gamer também me empolgaram quanto ao futuro do anime, porque mostram que desse ponto em diante ela pode acabar se tornando uma eventual inimiga de seus atuais aliados – e provavelmente por qualquer motivo que se ligue ao “Akki”.

Guardar veneno nem foi o que mais impressionou – embora seja um costume mórbido -, mas o nível de obsessão dela, somados ao seu intelecto, cinismo e alto de poder de observação, a consagram como um ser tão perigoso quanto Paca, principalmente pelo passe livre que ela tem entre os companheiros de jogo.

Quando assisti essa construção da personagem, eu me vi em um misto de deslumbre e assombro, mas curti, fiquei pedindo por mais e deixo os créditos para a arte e a dubladora, que conseguiram navegar bem entre a fofura, o desequilíbrio e a segurança, transmitindo com força a impressão que a yandere queria deixar.

Por alguma razão estranha começo a achar que a garota fez parte de um passado perdido do seu objeto de desejo e ao ligar isso as duas frases de ambos sobre conhecer um ao outro, fico com essa sensação ainda mais forte.

Ainda assim, ela parece estar confusa entre amar e odiar ao amigo por uma razão específica que apenas ela tem conhecimento, tornando seu personagem ainda mais complexo e intrigante – já é minha favorita porque ela diverte, “causa”, impacta e domina as cenas.

No final a equipe sobrevive a mais uma tentativa e a série nos deixa com várias pulgas atrás da orelha, sendo a última um presente do Anya com aquele súbito ataque a Iride pela desobediência nos minutos finais – confirmando a teoria de que ele negociou com o chefe da 13ª Avenida.

Relação do Anime com o Mangá

Diferente do episódio anterior, aqui houve um capítulo a menos trabalhado, com esse episódio cobrindo os números 7 e 8 do mangá. Com exceção dos últimos quadros do oitavo, que exploram a reação de Onigasaki ao resultado do desafio e suas impressões sobre Yuzu, Iride e o próprio jogo, houveram poucas inversões de acontecimentos e cortes de diálogo – onde a maioria dos pedaços removidos, eram trechos de comédia ou falas sem tanta importância.

As surpresas reais ficaram por conta de dois elementos, em primeiro o contador, que finalmente registrou um número de views compatíveis com o mangá – sim, eu me importo com esse mísero detalhe. Já o segundo tange as mudanças feitas pela direção da adaptação na tensão das cenas, cuja reprodução no anime está claramente mais intensa sentimentalmente, que no original.

Só posso dizer que gostei bastante do que vi e que Nakanohito Genome continua interessante e caminhando em um bom passo, já aguardo ansioso pelo que o episódio 4 nos trará. Agradeço a quem leu e até a próxima fase.

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