Com a tensão e apostas aumentando dos dois lados do jogo, o anime agora nos entrega uma nova revelação e um novo time de heróis que promete remexer ainda mais essa história tão cheia de “twists” e mistérios. Venham comigo agora para divagar sobre o que acontece em Nakanohito Genome.

Para começar relembremos que Onigasaki foi levado para o quarto branco, porém os outros ainda não estavam completamente cientes, apenas podiam cogitar isso por conta da ameaça feita pelo vilão peludo. O jogador chega a conversar com ele de forma nada amistosa, mas não arranca informação alguma, enquanto do outro lado, os demais promovem uma greve para salvar o colega.

Como Iride foi o primeiro a se manifestar, Zakuro fica mexido por lembrar das palavras do amigo preso, que põe em xeque a bondade do protagonista. É evidente que ele fica balançado entre acreditar ou não, justamente porque o outro age em prol dos companheiros sem medo das consequências – uma ação que no geral não é comum e impensada, exceto se for parte de um plano maior o que não duvido.

Esse começo também joga algumas pistas sobre a relação entre Yuzu e o chefe da 13ª Avenida, através de detalhes bem sutis e convincentes. Antes eu havia teorizado sobre a possibilidade remota dela ser uma espiã e acho que agora isso é mais plausível ainda.

As informações as quais ela tinha acesso e o seu comportamento denunciavam alguma conexão com o jogo e nesse primeiro momento, os gestos e comentários entre um e outro firmam esse pensamento. Paca sabia que Onigasaki estava de olho na garota, já ela estranhamente declarou insatisfação com a situação atual – o que eu penso ter a ver com suas intenções pessoais e seu status junto a Iride.

Consigo enxergar nessas insinuações uma relação prévia de parceria e benefício entre os dois, mas que agora devido aos novos rumos do jogo – e acho que um pouco da amizade entre os jogadores – está se esfacelando e criando um problema imprevisto para ambos embora eu ache que a dor de cabeça maior acabe indo para ela.

Como uma resposta a manifestação pacífica dos protagonistas, o chefe lança o desafio do quebra cabeça, que os permite ter acesso ao quarto branco para verem Onigasaki – dando de brinde uma lição na Yuzu por insubordinação -, e é aqui temos o ponto de virada do episódio.

Onigasaki descobre uma passagem secreta no piso e chega ao subsolo do local, encontrando por acaso os curiosos Nanami e Hiro. Para ser honesto, essa parte me chocou porque até onde eu tinha lido no mangá eles não apareciam, tem uns personagens novos que surgem de relance – não darei spoiler -, mas nenhum era um desses, então o caldo meio que engrossou mais na minha mente.

Depois desse encontro a terceira peça importante se apresenta: Sakura Oshigiri, sim é ela mesma, a irmã do Zakuro que agora sabemos que não está morta. Juntos, os três são sobreviventes do quarto branco de outras avenidas.

Falando nisso esse foi um conceito também explorado no episódio, as avenidas não são várias localidades, são renomeações do mesmo local ou seja, esse jogo tem “resets”. Nanami é da 9ª Avenida, Hiro e Sakura da 11ª, mas levando em consideração essa informação, o que me chama atenção é a dúvida de Paca ter sido o chefe de todas elas anteriormente.

Para tentar justificar um pouco essa hipótese, lembrei das queimaduras que ele possui no corpo, as quais imagino como sequelas de suas incursões a cada recomeço do jogo, como consequências do que deu certo e errado com cada time de jogadores escolhidos buscando atingir esse objetivo dos donos do game.

No mais os “novatos” mostraram bem pouco, em termos de personalidade os achei relativamente animados e simpáticos. Hiro tem um jeito bem bobão e agressivo como Anya – me pergunto se eles seriam irmãos, porque até Onigasaki achou isso -, Nanami é brincalhão e inteligente como Yuzu pode ser irmão também, já Sakura se mostra serena, mas me transmitiu uma aura de preocupação e culpa quando falou do irmão mais mistérios no ar.

Voltando aos protagonistas, enquanto o estágio surpresa vai se processando, alguns elementos me fizeram levantar mais especulações sobre a jogadora de puzzle. Quando Karin questiona Iride sobre sua relação com ela, ele comenta que apenas sabe sobre o alto intelecto dela e suas conquistas profissionais.

Ok, vamos agora viajar um pouco nas ideias. Yuzu trabalha em alguma área da ciência, tendo mestrado e focando sua pesquisa em plantas – ela é viciada nisso, lembrem do episódio dos Mimicrys. Indo para a foto riscada que Onigasaki encontrou no armário dela, vemos que tem alguém idêntico a Iride e os dois estão de jaleco em um laboratório.

Com esses itens, surge a pergunta: teria ele perdido suas memórias de algum jeito e ela busca recuperar através do jogo? Ou a coisa é pior e o garoto não passa de um sujeito cínico, que está jogando com todos ali, incluindo ela? Julgando pelo que ainda resta de tempo, acho que ficaremos sem saber muito.

Quando o desafio chegou no ponto em que Yuzu se isolou e se desesperou, Karin veio para tirar a colega de sua tensão e raiva. Achei esse trecho legal porque aponta para uma pequena quebra na própria construção dela, e vejo isso como uma arma valiosa no futuro, na luta para sair da 13ª Avenida – fora que a cena dela calculando rende um meme maravilhoso e eu já salvei.

No fim nada se resolve completamente e ficamos com dois ganchos, o primeiro com o time prestes a vencer o desafio, e o segundo é bem esquisito e repentino, envolvendo umas criaturas chamadas “sereias” que foram encontradas por Sakura e Onigasaki.

Será que essas “sereias” são medidas preventivas do Paca, que certamente deve estar ciente do sumiço de seu prisioneiro? Por causa das várias câmeras, eu não consigo visualizar ele parado enquanto o outro apenas foge lindamente – como os outros três que ele conheceu. Aí tem e o próximo episódio deve se encarregar de mostrar.

 

Relação do Anime com o Mangá

Aqui foram adaptados os capítulos que vão do número 19 ao 22, invertendo vários momentos como sempre e ocultando apenas a parte final desse último citado – que mostra a forma física das “sereias”.

Tem alguns extras que não foram trazidos no anime, como a cena em que Onigasaki e Paca conversam, o assunto no original tem uma extensão maior e que diz respeito as memórias do primeiro encontro direto dos dois – lá no andar 51 -, ainda fazendo uma menção bem tensa sobre o avô dele.

Outro tópico é o relato rápido que Nanami faz sobre o sistema do jogo, que também é mais longo e explora detalhes sobre Paca. Para fechar, durante o momento de imersão da Yuzu no desafio, a sua infância é resumida em um flashback sem muito significado, exceto mostrar sua capacidade mental.

Enfim, o episódio foi bem movimentado, repleto de informações e ao longo de cada cena, não havia um momento em que eu não estivesse teorizando algo, o que é ótimo para a história e para comentar porque empolga. Agradeço a quem leu e até a próxima fase!

 

EXTRA: Duas loiras más, espertas e carismáticas, numa referência que eu não podia deixar passar!