É como se eu tivesse perguntado onde posso encontrar a Nezuko e tivessem me dito para ir no Posto Ipiranga, mas ela não estivesse lá. Foi assim que eu me senti ao ver um episódio cujo título dava a entender que teria Hashira a torto e a direito, mas não foi bem assim. Menos mal que tivemos mais da Nezuko. Será que ela mantém a cinturinha por que não come? É hora de Kimetsu no Yaiba no Anime21!

A Nezuko estava precisando mesmo de um momento só dela. Teve o que ela fez no episódio 19, mas me refiro a um momento mais pessoal, em que a personagem precisa resolver algo por conta e por si em primeiro lugar. Foi o que ela fez ao enfrentar a fome lembrando de sua família. A determinação dela foi louvável. Nezuko tem a força de vontade de uma heroína. Aliás, ela é a heroína dessa história!

É incomum a irmã do herói ser a heroína e não haver nenhuma conotação romântica na relação dos dois, né? Por outro lado, o protagonista esbravejar que vai derrotar o chefão é super clichê. Aliás, ele pulou etapas ao dizer isso já que até chegou perto de exterminar um dos doze Kizuki, mas foi tapeado.

Enfim, não dizem que “tudo fica bem quando acaba bem”? A ação da Nezuko propiciou esse descanso. Quanto tempo ele vai durar? Não sabemos. O importante é que os irmãos superaram essa adversidade.

A volta do Tanjiro para dar a cabeçada no Sanemi foi sensacional, me pegou de surpresa positivamente, assim como os momentos cômicos com a Nezuko. A comédia veio em boa hora, não que a tensão da “audiência” preocupasse muito porque o desfecho já era claro, mas mais porque não só divertiu, como também propiciou outras coisas boas. O Tanjiro precisava mesmo entender um pouco de “hierarquia”.

Não que fazer referência seja essencial, os Hashiras fizeram mais isso que qualquer outra coisa, mas o Tanjiro teve uma prova impactante da importância que as pessoas a sua volta têm em sua jornada, então acho que ele tomar cada vez mais consciência de que faz parte de algo enorme, e é só um grãozinho de areia nisso, contribui para o desenvolvimento do herói. Um futuro Hashira, quem sabe?

Fiquei com a impressão de que o mestre insistiu que ele deveria ter como objetivo derrotar um Kizuki para tanto ser mais útil, quanto ter mais influência no Esquadrão e assim facilitar as coisas para a Nezuko. Mas, deixando isso de lado, o mestre revelou que conhece a Tamayo-san e sabe da conexão do Tanjiro com ela. Como ele falou deu a entender que dá sua benção a qualquer acordo entre os dois.

De conhecimento dessa informação me parece ainda mais claro que a Nezuko não seria morta, claro, se não cedesse a fome, porque o mestre não é tão restrito a colaboração com onis como a maioria dos Hashiras. Aliás, aposto que isso se deve a sua história de vida e certamente aos seus machucados. Pode não ser uma história tão relevante para a trama, mas também pode ser e, de toda forma, estou curioso!

Na segunda metade do episódio somos apresentados a mansão borboleta, a casa da Shinobu. Uma propriedade enorme que apenas famílias tradicionais e ricas tinham na época, o que corroborou com uma informação dada no fim do episódio e à qual comentarei a frente. Nisso também aparecem novas personagens, ou nem isso, pois uma delas é a caçadora do exame, e aprendemos o que é um Tsukugo.

O Tanjiro é um Tsukugo, assim como a Kanao Tsuyuri? Ele foi treinado por um ex-Hashira, ainda que não com a intenção clara de substitui-lo ou trabalhar com ele justamente por se tratar de um exterminador aposentado, então não sei bem o que achar e, em todo caso, isso pouco importa. O que é relevante é que ambos são discípulos e podem se dar bem apesar dela ter tentado matar a Nezuko?

Veremos! Por ora, só o que sei é que me alegrou bastante ver o Zenitsu e o Inosuke vivos, acabadinhos, mas vivos, e isso me lembrou de que em Kimetsu no Yaiba mesmo os protagonistas se machucam feio e demoram um tempo para se recuperar. Assim o público vê, percebe as consequências das lutas, claro que isso ser sentido à vera vai depender das sequelas que ficarem. Dessa vez acho que vai ter alguma.

Enfim, o Tanjiro diz que precisa ficar mais forte e isso é tão clichê quanto verdade. Seu limite ficou bem claro com o fracasso em exterminar o Rui e mesmo que o anime esteja acabando as forças do mal não dormem.

Acho que com essa expansão de mundo, mesmo que ainda não tenha dado a entender que será na prática, os ares do Tanjiro e da Nezuko se expandirão. Agora eles devem até lutar mais juntos, afinal, a Nezuko foi reconhecida como sua acompanhante, sua parceira, eles não precisam se esconder.

Desse trecho tão fofo no quarto ofertado a Nezuko tem uma cena que me chamou a atenção. O flash rápido em que apareceu o rosto do mestre me fez pensar, será que ele não tem alguma relação direta com o vilão?

Pouco após é dito que ele é apenas mais um de muitos mestres que chefiaram o Esquadrão, então não consigo vislumbrar um parentesco entre os dois (como um irmão, por exemplo), mas se não for isso, talvez seja algo indireto? Seria ele uma vítima, em um certo nível, como foi o Rui?

Chega de especulação e finalmente vamos a reunião dos Hashiras! A mansão da Shinobu foi a prova viva do que é comentado na reunião sobre as famílias tradicionais que caçam onis. Até agora só haviam aparecido pessoas aparentemente “comuns”, que perderam entes queridos ou são mais selvagens mesmo, tipo o Inosuke, mas se pensarmos logicamente, faz sentido os nobres se erguerem para a luta.

Onis não devem fazer distinção entre quem tem posses ou não e mesmo excluindo os traumas infligidos por eles, não se cria uma organização solida sem recursos, ainda mais uma que age com liberdade e aparentemente abafando informações instauradoras do pânico para a sociedade “normal”.

Além disso, se o Esquadrão existe desde a Era Feudal, não é estranho que siga códigos de conduta que que mesmo não sendo mais tão valorizados na era em que se passa a obra, ainda assim simbolizam a identidade, os valores do povo japonês. Esperar que ricos e poderosos integrassem o Esquadrão de Extermínio era o óbvio, eu que ainda não havia me atentado disso, até porque o anime deixou de lado.

A consideração do Hashira chorão sobre não se dever exigir resultados de quem não foi vítima dos onis ou não pertence a uma família de exterminadores foi interessante e ratifica o que escrevi acima, que há muitas coisas a se considerar sobre as ações dos manda-chuvas, inclusive, a avaliação deles sobre a geração de guerreiros que têm nas mãos, uns dos poucos, mas bons, assuntos abordados na reunião.

Que durou muito pouco e pouco acrescentou, como é quase toda reunião de anime. Por fim, o mestre fez a apresentação dos Hashiras, o que foi direcionado ao público, e o episódio acabou repetindo o que a gente já está careca de saber, que Muzan precisa ser derrotado a todo custo. Essa reunião em si foi um trecho breve que praticamente não justificou o título, mas, ainda assim, não a achei desprezível.

Infelizmente, os Hashiras tiveram pouco tempo de tela, então não deu para melhorar muito a minha impressão sobre a maioria deles. Deve ficar mesmo para outra oportunidade, segunda temporada aí…

Você percebeu que não apareceu ninguém parabenizando o Giyu pelo extermínio do cinco inferior? Achei isso engraçado. Tudo bem que ele mal suou para fazer isso, mas ainda assim, era um Kizuki, né?

A prévia deu a entender que o próximo episódio vai ser de treinamento, mas não confio muito nisso, já que esse seria a reunião e quase não teve reunião. Duvido o Tanjiro conseguir matar um dos doze Kizuki em três episódios, então o máximo que o fim do anime deve dar é uma pista para ele achar um.

Até a próxima!

Se Muzan é o Michael Jackson, o mestre seria o Número 17?

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