A primeira parte do anime está terminando, e o penúltimo episódio foi o último da adaptação feita no início dos anos 2.000. A diferença entre os episódios é notável, e entendo o porquê de Natsuki Takaya, a autora, não ter gostado nem um pouco do anime antigo, sem contar que o desfecho da obra foi bem meia boca.

Com esta nova temporada de Fruits Basket, acredito que foi trazida com ela uma carga emocional maior que a outra, principalmente com a adaptação das histórias de Uotani e Hanajima, que não havia no anime antigo. Este episódio 24 foi excepcional, e foi um dos que me emocionou bastante.

O problema de Kyou é que, na verdade, ele nunca foi aceito, e isso fez com que uma reação em cadeia fosse criada. Poderia ter sido uma criança mais feliz se não tivesse nascido possuído pelo signo do gato? Sim, mas também poderia acontecer sendo amaldiçoado.

O que aconteceu com avô de Kazuma foi ainda pior, pois foi trancafiado ao final de sua vida pela falta de carinho que recebeu. Ele foi isolado, já que ninguém aceitava a sua verdadeira forma, e nem mesmo o mestre de Kyou conseguia aceitá-lo pelo que as outras pessoas falavam dele.

A mãe de Kyou começou a disseminar esse comportamento desprezível quando ele era pequeno. Era um amor tão abusivo que o menino quase não saía de casa, e quando saía, sempre conferia se a miçanga estava no pulso dele. O medo de que outras pessoas vissem a sua real forma era tão intenso que sua mãe falava coisas maldosas disfarçadas de um amor completamente insano.

Um amor abusivo e cauteloso.

Kagura acabou descobrindo a verdadeira forma de Kyou em um dia qualquer, e talvez tenha sido isso que fazia com que sua mãe checasse o seu pulso, dia após dia. Um dia, ela morreu. Claro que todos culparam o menino pelo que houve, já que aquela forma grotesca e fedida pode ter sacrificado aquela que dizia que o amava. Kazuma, após lembrar de seu avô, decidiu cuidar de Kyou com o amor que sua mãe não conseguiu lhe dar.

Com a falta de aceitação de sua mãe e familiares, Kyou também começou a não se aceitar e a culpar o rato para tentar se livrar da dor. Mas isso é algo valioso de se entender, porque quanta gente não se aceita por causa da família e demora anos para ter os seus mais profundos sentimentos demonstrados? Quanta gente não sofre por preconceito porque conseguiu mostrar a sua verdadeira face, mas não é aceito por ninguém?

Kazuma percebeu que, quem faria Kyou se aceitar, e quem o aceitaria de coração, não importa que forma tomasse, seria a Tohru. Honda não tem preconceitos, não faz julgamentos, não é falsa. Pode ser cabeça de vento, mas em questão de sentimentos, ela é a primeira a proteger e não faz com que alguém se sinta mal. Uma criatura maravilhosa.

O esforço de Tohru que não será em vão.

Mesmo após de Kyou tomar a verdadeira forma, Tohru não se afastou dele. O cheiro não a afastou, a figura monstruosa não a afastou… Ela queria que ele voltasse para poder fazer o que sempre fazem juntos: comer café da manhã, jantar, cozinhar, conversar, enfim, poder ser eles mesmos. Kyou entendeu perfeitamente que amor era aquilo que Tohru tinha, era algo que sua mãe não havia lhe dado.

Por fim, Kyou voltou para casa, e porque não voltaria? Com um lar tão envolto de amor e coisas boas, como não voltar? Trouxe uma carga emocional tão grande quanto na outra adaptação que me fez conseguir chorar.

De volta ao lar.

Muito obrigada por ler este artigo até o final, e nos vemos no próximo! o/

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