To the Abandoned Sacred Beasts ou Katsute Kami Datta Kemono-tachi e (como eu prefiro chamar) foi um anime que eu me interessei muito antes de começar. Não costumo ver os trailers, mas já conhecia a obra pelo mangá (resenha) e tanto o estúdio quanto o diretor eram no mínimo boas escolhas. Mas a obra acabou sendo um grande fracasso (não sei como foi no aspecto comercial) que não entregou quase nada daquilo que poderia ser tendo essa história em mãos.

Por semanas eu me perguntava porque Katsute não havia se tornado popular. Eu gostei do anime que apesar de seus erros, foi um belo entretenimento superior a boa parte da gama que veio nessa temporada. Sim, isso é relativo mas o ponto da questão é que eu sentia que precisaria explicar o porquê Katsute não deu certo como poderia mesmo que eu não enxergasse os problemas que causavam isso. 

 

A história de Katsute é bem simples e clara, dispondo-se à apresentar a realidade de um país que foi assolado por uma guerra civil e ainda colhe os frutos dela e da maldade humana. Muitas vidas foram perdidas e o preço da guerra foi uma paz mascarada por medo daqueles que um dia foram os heróis, os Encarnados. Por isso, mesmo que a guerra tenha acabado a tensão continuou nos meses seguintes.

Isso por si só é uma história boa ao meu ver, só precisaria executar de maneira decente. Infelizmente não foi o que aconteceu pois a história segue dois personagens mal desenvolvidos numa obra episódica (o que não é necessariamente um problema) que tem alguns problemas técnicos. Aliás, essa foi uma das maiores decepções que a obra me proporcionou, pois considerando o estúdio eu realmente achei que teria algo bom assim como foi em animes como Kakegurui, Dororo e Yuri on Ice.

Aliás, antes de mais nada seria bom explicar mais sobre os Encarnados. São pessoas que obtiveram poderes de transformação após uma cirurgia. Cada um deles pode se transformar em determinadas criaturas que nem devem existir nesse mundo e assim, causar estrago. Durante a guerra foi descoberto que após um constante uso de tais poderes o preço é cobrado: a perda de sua alma o que ocasiona em problemas sérios que só podem ser resolvidos com a morte do indivíduo.

Enfim, sobre os personagens devo “dizer” que gosto deles apesar de tudo. Hank, o herói da história, é um cara que baseia sua jornada em uma missão que visa ajudar (matando eles) seus antigos companheiros e sobre uma vingança pela qual nem mesmo ele sabe os verdadeiros motivos. Isso porque ele desconhece os motivos que levaram seu amigo a matar sua amada (que tinha acabado de atirar nele) e causar um grande problema para a população do país.

Do outro lado temos Schaal, a protagonista da história. Seu pai foi um companheiro de Hank que já era um caso perdido quando voltou para casa. Com isso, Hank fez uma pequena visita na qual Schaal presenciou. Após isso a jovem garota parte numa jornada em busca de vingança, o que acaba mudando para uma jornada onde ela tentará entender o que leva Hank a fazer isso tudo.

Porém nos 12 episódios do anime a obra não trata de desenvolver muito bem os dois protagonistas e nem os outros personagens que acabam aparecendo. Obviamente tem alguns pontos que são tratados, mas no fim acaba sendo um tratamento raso e clichê. Então, junte esse desenvolvimento fraco com uma obra que funciona na base do monstro da semana e você saberá o que Katsute foi.

O mais engraçado disso tudo é que a questão do monstro da semana acaba sendo bem interessante, ainda que tenha a mesma fórmula em todos os casos. Um monstro está causando problemas, eles se encontram com o monstro, a história sobre Hank e aquele monstro é mostrada e no fim há o combate entre os dois. Em todos os casos isso se aplica e ainda que seja bem feito, pode não agradar a todos. 

Por fim, eu gostaria de salientar a falta de utilidade que Schaal e até mesmo os outros personagens tem. Em diversos momentos a impressão que dá é que se aqueles personagens não estivessem ali, não faria diferença. Já no caso da Schaal o buraco é mais fundo pois felizmente ela é importante em alguns casos e em outros, você se pergunta porque os militares deixam uma garota de 15-16 anos permanecer no meio do campo de batalha.

Enfim, eu sei que citei várias críticas negativas sobre o anime apesar de ter gostado dele. Acredito que a obra é um bom passatempo com um ótimo conjunto de abertura e encerramento, mas talvez não seja um anime que eu sairia recomendando por aí. No fim, diria que é uma produção mediana que apesar de seus problemas consegue divertir se você não for exigente demais. 

Comentários