Parece que Watson não vai ter seu caso resolvido tão cedo. Eu mesmo já acreditava que nesse episódio o caso do Dr. John Watson seria exposto. Agora já não tenho nem mesmo ideia de quando.

Mas vamos ao episódio. Um novo caso, uma nova investigação, e obviamente, um novo crime. Vamos analisar agora o que tivemos nesse episódio, e principalmente, o que não tivemos nele.

Logo no começo já tivemos a comemoração do aniversário de James Moriarty. Dezesseis aninhos. Omedetou, omedetou. Enfim, sinceramente essa e a cena seguinte sobre Moriarty foram na minha humilde opinião as partes mais interessantes do episódio inteiro. Se bem que o mistério foi bem fraquinho também. Não teve lá muitas coisas interessantes.

Nós tivemos novamente aqui as competições de detetives, uma das coisas mais interessantes dessa “adaptação”. Mas o Sr. Óculos (sim, é o nome dele agora) foi o único que realmente teve participação no episódio, já que o outro cara foi “deportado” logo no início do episódio.

O advogado apresentou o crime, foi preso, e os detetives foram obrigados a irem até o outro lado da cidade. Foi nesse momento que eles tiveram que atravessar para o outro lado, além do muro.

(TRUMP JÁ GOSTOU DESSA CIDADE)

A revelação desse mistério até foi bem criativa. Na realidade, mesmo que não tenha sido dito, dá para compreender que Sherlock já suspeitava daquilo tudo. Toda aquela atuação sobre não saber o que acontecia, provavelmente, foi uma consequência direta de suas diversas deduções não apresentadas.

O Sr. Óculos infelizmente perdeu o seu ídolo. As cenas de admiração a seu ídolo foram bem cômicas. E com um fim trágico para ele. Entretanto, mesmo que ele não seja um detetive do nível de Sherlock ainda é evidente que ele não buscava a verdade, mas sim a conclusão que lhe era a mais satisfatória. Se bem, que nesse sentido não é muito diferente da “senhora” Hudson.

Esse episódio foi baseado no conto A Aventura do Construtor de Norwood. Um bom conto, que inclusive foi mal adaptado, mas não irei julgar isso. Apenas citarei uma diferença. O incêndio desse episódio não aconteceu, embora o corpo da “vítima” tenha sido realmente queimado. Mas no final do conto, Sherlock simula um incêndio e faz com que a suposta vítima se revele na frente de todos. Esta que aliás, estava escondido em uma parede secreta. Por isso “construtor”.

Isso parece bem perigoso…

Sinceramente este episódio me decepcionou. Já é o terceiro episódio que reclamo do mistério. Mas em todos os outros eu apresentei desculpas que faziam dele no mínimo algo aceitável. Mas não há para onde fugir. Acabou as desculpas. É o fim da linha.

O mistério de Kabukichou é um grande problema. É uma doença que a obra padece lentamente, mais e mais. Fato é um: o roteirista não consegue construir um mistério minimamente decente.

A história tem seu próprio mundo e seus próprios personagens, algo que me encantou a princípio, além de pretender adaptar os mistérios com originalidade para essa nova e particular realidade. Isso é algo louvável, sem dúvidas. MAS, isso não é desculpa para o resultado final. O roteirista não conseguiu apresentar um mistério minimamente bem construído.

Que foi? Só coloquei essa imagem pra ocupar espaço mesmo…

Se o mistério, que deveria ser a fonte principal de entretenimento da obra não entrega algo satisfatório, esta obrigação recaí em outros elementos narrativos. Coisas como o carisma dos personagens, cenas bobas de comédia, ou dramatizações corriqueiras, deixam de ser elementos secundários para ocupar a função como entretenimento principal.

Babylon que é dessa mesma temporada nos mostra mistério de verdade. E veja bem, Babylon possui uma grande gama de outros elementos, como o suspense e a investigação policial.

Aliás, se torna aqui necessário fazer uma diferenciação entre o gêneros Policial e Mistério.

Quando se fala de mistério, se refere a alguma coisa oculta, misteriosa (óbvio) e desconhecida. Na prática, obras desse gênero tem como trabalho apresentar esse mistério, ou seja, apresentar esse desconhecido. Primeiro é necessário saber sobre aquilo que não se sabe, e quanto mais melhor, para somente depois saber qual é a verdade oculta por trás de toda aquela informação conhecida. Essa é a grande arma do mistério em seu desenvolvimento: quanto mais você sabe, menos você sabe.

Exemplos: Another, Danganronpa, Yakusoku no Neverland.

Já a investigação policial não se baseia naquilo que não se sabe, mas em como chegar a um determinado objetivo investigativo. Claro, esse objetivo pode ser uma forma de capturar um bandido, ou pode ser também descobrir com o uso do intelecto qual é o culpado. É nesse último onde geralmente entra os clássicos mistérios investigativos.

Exemplos: Death Note, Psycho-Pass, Monster.

(Perceba como mistério + policial é uma combinação comum)

Talvez falte um pouco de investigação policial em Kabukichou. Mas que o mistério não está sendo devidamente explorado, isso é evidente.

Enfim, temos a cena final do Moriarty também.

Uma cena muito misteriosa… ou nem tanto. Né? Toda a forma como ela é montada nos dá uma grande dica. E agora eu repito a pergunta que fiz sobre o 1° episódio: “afinal, quem é Jack, o Estripador?”. Bem, aparentemente já temos a resposta…

Poderia ele não ser o assassino, mas alguém que comanda um grupo de assassinos ou sobre eles possui influência. Mas tudo parece dizer que ele, em pessoa, é o assassino.

Enfim.

É só isso.

Talvez a qualidade do anime seja bem irregular mesmo. Não há o que fazer. É esperar para ver.

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