Me atrasei um pouco e acabei deixando o episódio anterior se juntar com esse último, mas cá estou para comentar sobre eles, que por sinal foram bem interessantes. O mistério que circunda a droga fica mais claro quanto a participação de aguns dos protagonistas e poucas peças estão faltando nesse quebra cabeça que a Rei vem resolvendo com a sua política de afinidade e contatos.

Algo que já pude perceber assistindo até aqui, é que mesmo tendo uma dinâmica mediana e morna – talvez pelo excesso de gente e a direção em si -, Stand My Heroes consegue me segurar com uma boa amarração dos fatos e das pessoas envolvidas no caso investigado. Alguns dos personagens permanecem inúteis por ali não é mesmo Narcóticos, mas a maioria se não ajuda ativamente, é parte integrante dos segredos, de modo que se sustentam por alguma conexão.

Partindo do gancho anterior, assim como eu suspeitava, os subordinados do Kujo não tem pleno conhecimento da fabricação das drogas pela Farmacêutica Omori e principalmente do vínculo entre ambos os produtos.

O Miyase me parecia estranho por aceitar tudo muito facilmente – mesmo que aparentemente discordando da possível bandidagem -, mas consigo entender o seu propósito, pois mesmo para ajudar seu chefe, é preciso manter o equilíbrio. Ele de fato sente que o rapaz é como um irmão para ele e não apoiar a protagonista ali determinaria uma confissão de culpa, ou num ângulo mais profundo, que ele próprio não confia naquele que lhe estendeu a mão.

Acho interessante que dentro de toda essa questão da lealdade deles, o doutor do grupo sempre reforça a questão da saúde frágil do Kujo e ainda instiga o Miyase, falando sobre a grande importância que ele exerce na vida de todos, principalmente na dele.

Isso me soa como uma forma de silenciamento, até porque ele é o único que de fato não interage, nem se movimenta em prol da protagonista. Diferente dos demais, que ainda fazem algo, mesmo que seja pra provar uma inocência que pode não existir, seria ele o mais bem informado ali, por isso o menos cooperativo? Bom, é algo a se pensar, já que essa questão da índole e do conhecimento de cada um tem mudado bastante aqui.

O oitavo episódio também é bom porque continua trabalhando nessa crescente da Rei, que a cada semana vem melhorando mais e tomando suas próprias decisões. Ela está mais firme no seu propósito de ser alguém e solucionar esse caso maluco, inclusive a ponto de confrontar sozinha e diretamente o núcleo policial da STAND para arrancar informações.

Já sacando que não conseguirá do jeito fácil, ela vai no difícil mesmo, numa tentativa de subir por seus méritos e não por sua condição de imunidade, o que gera um reconhecimento dos demais em torno das conquistas que ela vem tendo, tanto para o bem, como para o mal – já que esse avanço lhe deu visibilidade aos que temem a investigação.

O Sosei, por exemplo, já percebe parte do erro que cometeu com a moça e os dois entram em acordo, uma vez que ele vê que ela não é mais a sem noção que começou cagando tudo e precisa de proteção constante. A turma da Revel – incluindo o Hiyama – também é outra que mediante o progresso individual dela, decide colaborar com a investigação, só me pergunto o que o líder deles de fato sabe e como pretende ajudar, considerando as suas alianças internas com o Kujo.

Enfim, comentei desses outros pontos, mas o evento crucial é a solicitação do departamento de narcóticos, já que esses são barrados automaticamente pelos ministérios ligados a STAND. A protagonista entra numa epifania similar a minha. Pois afinal qual o objetivo desses líderes em reunir tantas pessoas ligadas ao caso anônimo, fora os empecilhos a resolução de algumas coisas? – o que é engraçado, pois a missão deles é o oposto disso.

Felizmente a resposta vem no episódio seguinte, com uma mão bem grande do Hattori de cabelo rosa. Mesmo fazendo uma aparição sinistra, a participação dele aqui é bem importante por alguns motivos, sendo o primeiro, o fato de que ele desconstrói o próprio conceito criado sobre ele.

O personagem sempre pareceu esconder muito e agir por debaixo dos panos – e isso ele continua fazendo -, mas sua atuação independente dos outros três colegas policiais é originária de toda a sua história como um agente federal. Aquele que começou pintado como alguém possivelmente negro, talvez seja tão branco quanto os demais.

Hattori foi companheiro de Ida Masayoshi, um policial que abominava os casos relacionados a drogas. Vale salientar que ele é muito parecido com Rei nos seus ideais e por isso acabou apoiando a causa de Hibiya Yuki, que trabalhava na Farmacêutica Omori – fechando a apresentação dos dois extras que tinham sido anunciados um tempo atrás.

A proposta da droga Square era mudar as coisas para melhor, como forma de combate ao vício, mas a série de acidentes e crimes ocorridos gerou um problema imenso, que culminou na morte do Yuki.

É nessa produção que estão todos os laços do anime. Yuki, apesar de ter produzido, viu a Rei e a Sara como sequelas acidentais negativas, o levando a desistir de tudo. Ida o mata como uma consequência, já que o queriam para continuar a fabricação, e por fim o Maki é arrastado nesse lama, graças ao sequestro causado pelo ex-policial em fuga. Nesse meio, assistindo a essa série de fatos está o Hattori, que busca a justiça caçando seu antigo parceiro.

Sinceramente, julgando pela própria essência das cenas e das provas, acho que ambos continuam vivos e trabalhando juntos pelas sombras, só não sei no que exatamente, já que podem estar produzindo uma droga maior ou mesmo tentando uma forma de combate ao mal já criado, para acabar com a Plus e seus desenvolvedores.

Do outro lado, o alto escalão da polícia segue encobrindo a situação do caso anônimo para não se sujar, e aqui que considero a atuação do Hatori interessante. Uma vez que assume um posto de responsabilidade no setor policial da STAND, ele tem acesso a muita coisa e isso o permite seguir a sua investigação, então por que não aproveitar as oportunidades ao máximo?

O policial é a prova viva de que às vezes para se fazer o bem é necessário tomar caminhos diferentes do que a moral prega. Ser um camaleão que se molda ao ambiente para extrair o que precisa não é um crime, muitas vezes é questão de sobrevivência e ele entende isso. Apesar de também não ter agido de forma decente com as ameaças feitas a Rei, ainda assim ele o fez com o objetivo de proteger a moça de seu próprio conhecimento.

Não achei que aquele que vinha recebendo um tratamento de vilão, seria justificado, no que acredito que talvez o Kujo possa receber o mesmo tratamento. Em compensação, Makoto Tsuzuki que vinha sendo o mocinho sofrido, agora é uma peça chave e perigosa, pois Hattori tem ciência de toda a ligação entre ele, Ida e Sara – que talvez exista até antes mesmo do acidente.

Levando em conta essa mudança na maré, começo a ficar confuso sobre o que penso a respeito do Kujo. Por um lado o rapaz me parece de fato inocente, pois ele pode estar produzindo algo que beneficie somente sua saúde – que vem sendo algo recorrente no que se refere a ele -, como também existe um segundo argumento a seu favor.

Como ele mesmo disse uns episódios atrás, a Farmacêutica Omori não lhe pertence, sendo o próprio apenas um dos administradores. Ou seja, a empresa pode estar com alguma marmota por debaixo dos panos sem que ele saiba, e acho que os ministérios e a STAND certamente têm alguma filiação nisso aí.

Na outra vertente, diante dos novos dados que consegue, a Rei está mais perto da verdade e cita alguém que pode se ferir com ela, apontando para Miyase. Isso já coloca em cheque toda minha suposição defensiva, então vou apenas esperar para ver mesmo quem é quem.

Hattori mais uma vez alerta a Rei para os riscos de investigar a fundo e a sua segurança, mas ela prossegue. Achei um pouco estranho o negócio das mensagens que ela enviou, porque ficou subentendido que ela estava falando coisas diferentes para o Maki e para o amigo dele – o que se for verdade é uma senhora evolução nos métodos investigativos dela.

A verdade agora reside nas mãos de uma única pessoa Tsuzuki Makoto. O que será que ele sabe sobre todos esses crimes e seu antigo amigo? É interessante como ele parece navegar entre as várias pontas que formam esse caso, sendo vítima, talvez cúmplice, uma testemunha e sabe se lá o que mais.

Agradeço a quem leu esse texto enorme até o fim e até o próximo capítulo dessa investigação estranha!

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