Uma imitação de herói, uma imitação de vilão? Não. Uma imitação de bom anime? Pior ainda. Mesmo que com um ou outro detalhe questionáveis Invaded continua entregando episódios consistentes e muito interessantes e dessa vez não poderia ter sido diferente. É hora de ID:Invaded no Anime21!

Narihisago realmente é um assassino em série como qualquer outro, ou ao menos é assim que a divisão para a qual ele “trabalha” o enxerga, o problema é que ainda não acharam uma imitação que faça sombra.

Aliás, não é ilegal fazer um preso, condenado ao que parece ser prisão perpétua, trabalhar em regime sem horário determinado, sem salário e sob condições muitas vezes próximas da desumanidade?

Esse episódio deixou claro o cansaço físico e mental que os mergulhos podem causar e me preocupa esse tipo de “trabalho” ser feito dessa maneira.

Ainda mais pelo “empregado” ser justamente um dos muitos assassinos em série combatidos pela divisão (“combater fogo com fogo” me parece ser uma máxima que carece de melhor contextualização).

Enfim, isso sequer é um problema do anime, não se ao menos for contextualizado eventualmente, assim como a variação de situação foi tudo menos um problema. Invaded não está sendo previsível no que se refere aos casos apresentados e seus desfechos.

Dessa vez, inclusive, a expectativa do público meio que foi traída e isso foi positivo. Não é sempre que uma vítima vai poder ser salva e, espero eu, que um assassino em série seja pego, ao menos não logo, afinal, na vida real é assim. É claro, tecnologia como a do anime não existe, mas só ela não garante uma taxa de sucesso simplesmente perfeita.

O mais bacana é que nem foi tanto um choque para o telespectador, pois a imitação de assassino já havia sido percebida pela equipe de apoio, o baque maior foi no protagonista que pensava ter salvo a garota, mas no final havia chegado tarde demais.

Aliás, qualquer momento seria tarde demais nesse caso. A ideia em si de conseguir salvar alguém nesse caso foi uma crueldade. Merecida depois do que ele fez?

Não quero interpretar assim, mas lembrar que ele instigou um suicídio e descobrir que não foi a única vez quase que inevitavelmente levaria qualquer um a pensar nisso. Quanta felicidade um personagem desses merece? Ele realmente é assim tão diferente dos assassinos que ele mesmo ajuda a capturar?

Tenho impressão de que não e essa total “quebra da bondade” do personagem o humaniza bem mais que um sofrimento considerado injusto sendo recompensado com algo bom e um sorriso.

Na vida real assassinos e criminosos de todos os tipos continuam sendo pessoas como quaisquer outras. Monstros talvez? Será mesmo que qualquer um não pode se tornar um monstro dadas certas circunstâncias e contexto?

E não é como se ele não tivesse sofrido ao saber que no final não foi capaz de salvar ninguém, mas o quanto prolongar isso se atendo a uma ideia egoísta de vingança seria hipócrita? Talvez ele até mate o assassino da garota, mas fazer isso ou não traria a ele algum contentamento? Duvido muito disso.

Imagino que mesmo a frente do algoz de sua família a chance do protagonista não sentir nada e se der conta de que nada do que ele fez valeu a pena não é pequena. De todo jeito, o relevante é que o assassino até foi pego, mas o dia não foi salvo.

A tendência era matar apenas aquela garota específica, não outras pessoas, então não pegaram um assassino em série dessa vez. Pegaram foi aquela menina de novo…

Disso eu não gostei, nada contra conectar casos, não duvido que exista uma boa explicação para isso, o problema foi repetir esse tipo de situação com a personagem. Ficou parecendo esse o caso, em que ela vai ser colocada em perigo porque se arriscou demais. Será que quase morrer não a ensinou nada?

Ao que tudo indica não, então que ao menos o que sair disso seja interessante e dialogue bem com os dramas do protagonista, algo que o anime vem fazendo sempre. De forma natural. Sem forçar nada.

Por fim, não poderia deixar de elogiar a criatividade do caso explorado (todo o circo de fogo e os prédios eram apenas embustes), a participação certeira dos executivos da equipe de apoio e a repetição sem fim de mergulhos do Narihisago. Foi o caso em que ele se esforçou mais e foi o menos bem-sucedido.

E o caso foi muito bem pensado e explorado, nada decepcionante se a gente pensar que ajudou a adicionar ainda mais camadas a esse personagem tão complexo e até mesmo antipático que é o Sakaidou, o Detetive Brilhante. Digo, a versão real dele.

Vão achar dublê para o protagonista? Talvez. Ele vai matar mais alguém mesmo estando preso? Veremos! A leniência da divisão policial com ele vai se manter? Sim, nesse caso uma mão lava a outra, apesar de eu ainda achar que uma está mais suja…

ID:Invaded vai manter a qualidade? Mesmo com o artifício um tanto questionável do final desse episódio nada indica que a resposta será negativa. Negativa é a vida de quem a perdeu, pior ainda se a pessoa continua viva como o Narihisago está…

Até a próxima!

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