Uma história comovente, um drama sobre o passado e por fim… cenas bizarras, por algum motivo foi mais um episódio cheio de maluquices. É, isso é Kabukichou Sherlock.

Tivemos mais um episódio de personagem, dessa vez foi o tão pouco explorado Michel. Confesso que ficou bem claro que aquela garota era filha dele, e que aquele riquinho seria o “vilão” do episódio. Assim como que era o Sherlock disfarçado de “avó”. Mas o anime não desapontou no mistério, isso, pois não teve mistério! Logo no meio do episódio já descobrimos o culpado. Nunca houve um mistério para início de conversa. E a isso já nos acostumamos.

Mas sem dúvidas isso não foi um problema, essa foi uma escolha e não seria feita se o foco do episódio não fosse outro. Apresentar a história de um personagem que mal tinha falado algumas linhas de diálogos, e tentar ainda fazer um drama dessa história. E claro, apresentar as bizarrices típicas de Kabukichou colocando um toque de comédia no prato. Ficou saboroso? Nem tanto.

O episódio conseguiu apresentar de maneira muito clara o drama do Michel, deixando sempre muito claro a culpa que ele sente. Deu para perceber que ele não quis revelar sua identidade pela vergonha que sentia, recorrendo assim a presentes aleatórios, mas também pelo medo de causar mais sofrimento a ela.

Já no final o episódio conseguiu me tirar um sorriso com aquela cena do cachorro. Era como se mesmo ele com todas as dores do passado ainda tivesse algum momento de felicidade em seu horizonte. Aquela felicidade boba que parece ser sem sentido, como a que sentimos quando fazemos carinho em um cachorro, ou quando esse vem em disparada, com o rabo balançando e os olhinhos cintilantes e salta em direção de seu dono que se ausentou por não mais que meia-dúzia de horas. Talvez por essa irracionalidade é que eles despertem tanto a nossa simpatia.

Mas a marca desse episódio ainda foi as bizarrices e as diversas cenas aleatórias e excêntricas. O cara lá capitalista era completamente bizarro, assim como a casa e as armadilhas dentro dela eram completamente exageradas. O Sherlock dos livros é cheio de histórias fantásticas, mas no fundo todas são fundadas na razão e com explicações plausíveis. Isso não é uma crítica à adaptação, só estou ressaltando que a completa loucura de Kabukichou é um dos seus pontos de grande originalidade.

O Watson não fez praticamente nada nesse episódio, e se não afirmo que não fez nada é porque ele ajudou o Sherlock como relatado no final. Mas, essa exceção só serve para acentuar a regra. E o próprio Sherlock só está servindo para resolver casos, toda a dedicação feita aos casos está se perdendo. Ele está virando só o amiguinho inteligente que ajuda os seus coleguinhas. Até o egocentrismo dele está se perdendo devido a essa sequência de altruísmo.

Também destaco o fato da garota não ter reconhecido o pai. Sei que já havia passado bastante tempo, mas ele não havia mudado nada, além de só de ouvir o nome dele a memória dela já deveria trazer à tona a identidade do seu atencioso presenteador.

E para não dizer que não há mais nada para se comentar, ainda tivemos aquela cena final. James Moriarty fugiu da prisão, e, está acontecendo uma campanha eleitoral para decidir quem será o prefeito de Shinjuko. Ou seja, só pode dar muito errado essa combinação.

Além disso, provavelmente será contado a história de como discorreu toda a fuga da prisão, o que talvez leve mais um episódio, ou metade de um ao menos. Aliás, o próximo episódio provavelmente irá focar exatamente nisso.

No fim, uma curiosidade:

O prefeito Moran é homônimo de um personagem das histórias do detetive londrino, e adivinha só, é um vilão. Sebastian Moran aparece no conto A Casa Vazia, e segundo Sherlock Holmes era um dos maiores atiradores do mundo, além do segundo bandido mais perigoso de Londres, ficando atrás somente do gênio do crime, o professor Moriarty.

Moran é um personagem muito interessante, e A Casa Vazia uma de minhas histórias favoritas do detetive de Baker Street. Confesso que havia esquecido o nome do Moran, e imaginando que aquele cara da cadeia poderia ser o velho e perigoso atirador daquele conto fui pesquisar e imediatamente fui surpreendido pelo “Moran” no nome.

Para um maior entendimento de A Casa Vazia deve ser lido antes o conto O problema final, o que vale a pena já que as duas histórias estão entre as melhores do detetive.

É só isso, até mais!

  1. E aí peoples!! James chegando!!!
    Estive em Shinjuku a um tempo atrás é o lema de lá é “o que acontece em Shinjuku fica em Shinjuku, do contrário vc não terá problemas somente em Shinjuku os terá também fora de Shinjuku”

    Gostei do ep. até policiais defenestrados da corporação por corrupção tem seu lado “soft”.

    P.S. Prezado Sr. K17 sei que não é a hora mais adequada, mas vai rolar resenha de Babylon? Pelo visto estou em dúvida se “aquilo” mereceria uma resenha…Entenderei o vosso silêncio ;

    • Opa, e aí James. Pela forma que tá falando já vi que não gostou do final. Eu deduzo sua opinião pois vi muita gente achando uma merda, mas confesso que não odiei ele. E quem dera eu odiasse! Esse episódio final me fez ficar indiferente, ele não me despertou emoções, o que talvez seja pior do que uma avaliação negativa. Nem bem nem mal, decepção me parece a palavra certa.

      Dessa forma sentei e escrevi tanto o texto do último episódio quanto a resenha geral, depois cortei e tirei umas partes de um e joguei pro outro, etc. Então eu diria que a resenha geral é tipo uma parte 2 da do episódio, e nesse sim eu fiz uma crítica aos defeitos de Babylon. Mas você já está convidado a atacar o anime nos comentários do próximo artigo, até porque você já fez isso muito bem em muitas outras vezes para deixar de fazer agora.

      Foi mal se to enrolando, papo é o seguinte, o artigo do episódio final já está terminado e sairá futuramente. Babylon já não tinha mais data fixa e eu enrolei nesse último artigo, então fica de olho. O mesmo vale para a resenha geral, então fica esperto que vai ter duas resenhas de Babylon ainda.

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