Como fiquei feliz quando anunciaram a nova adaptação para uma das minhas séries favoritas! Bem verdade que existe um risco de que tudo acabe dando errado – sim, estou olhando para você Digimon Tri -, mas a estreia fez o suficiente para me fazer crer que é possível fazer esse projeto dar certo mais uma vez.

Mais alguém sentiu falta da Angélica na abertura? – ok brincadeiras a parte, vamos ao que interessa porque não vim para tratar desses detalhes memoravelmente cômicos. Um reboot sempre causa medo já que pode ser um sucesso, aproveitando as boas ideias do original e melhorando outros setores, como um verdadeiro fracasso, não passando de uma cópia vagabunda e sem inspiração alguma.

Nesse primeiro episódio, senti que Digimon Adventure toma um caminho bom, respeitando as suas origens, o espírito da série, mas adequando toda a ambientação e enredo para uma nova legião de fãs que pode se formar agora. Alguns elementos podem causar certa estranheza ou repulsa nos mais conservadores, porém eu não senti que perdi nada grave com as novidades.

Começando pelos personagens que foram reapresentados – Taichi e Koshiro ou Tai e Izzy -, até então não vi diferenças de personalidade em relação as suas versões anteriores, exceto pelo fato de parecerem um pouco mais corajosos, lidando melhor com a nova realidade fantasiosa que rapidamente os jogou no problema.

Confesso que ainda não me acostumei a arquitetura atual do mundo digital – embora eu ache que o anime ainda vá oferecer mais do que isso -, mas uma coisa que me chamou atenção foi o fato de remodelarem a ideia do encontro entre todos.

Originalmente sabemos que o grupo é engolido por um mar e assim chegam juntos e seguem. Aqui tive a impressão de que pretendem inserir todos separadamente, fazendo com que se encontrem pelo caminho, conforme as necessidades surjam, assim como aconteceu ao final com o Taichi e o Yamato.

Não sei se essa foi uma interpretação equivocada minha da cena, mas a forma como os protagonistas ganharam os digivices também tem seu mérito, mostrando que o sentimento correspondente aos brasões das crianças, primeiramente brota deles, os fazendo de fato serem escolhidos pelo digimundo por demonstrarem aptidão para a função.

De resto toda a batalha entre Agumon e o digimon do tipo vírus foi bem interessante e movimentada – inclusive achei esse Agumon poderoso até demais -, mantendo o ritmo intenso do episódio.

Apesar de tudo parecer apressado, gostei do fato de o Greymon já ter feito a sua entrada, e ter isso devidamente justificado. Penso que talvez um dos motivos pelo qual o formato antigo não se encaixaria agora, seria exatamente a espera que por vezes ocorria para que eles avançassem a fase seguinte – no final apenas dois foram até o limite e poucos tiveram um tempo de tela digno. Olhando isso, ponto para a equipe que entendeu como transformar esse detalhe, facilitando esse diálogo entre as gerações sem ofender a lógica.

Outro grande plus dessa estreia foi a qualidade da animação – que apesar de ter infantilizado um pouquinho mais os digiescolhidos -, está muito boa para os padrões normais da Toei. Estou com o pé atrás por causa da regra do primeiro episódio que costumam aplicar em Precure, mas vai que mudam pela história e força da franquia? Oremos.

Se tivesse que destacar algo negativo seria somente a trilha sonora, que na verdade não está exatamente ruim, mas preciso dizer que sinto falta de uma musiquinha da evolução e porradaria. Era no momento em que elas tocavam que a gente pulava do sofá e sabia que o negócio ia ser bom – saudades Wada Kouji e Miyazaki Ayumi.

A abertura e o encerramento para mim também ficaram devendo, não tendo aquele mesmo impacto dos originais, tanto no visual como na música. Notei que tentaram fazer uma homenagem básica com o Taichi girando no comecinho, porém poderiam ter chegado em ideias melhores para o conjunto geral, principalmente dando a devida importância a todos e não só ao menino.

Como fã só posso dizer que estou mais do que satisfeito com esse início. Acredito que do seu modo, esse novo Digimon Adventure pode surpreender positivamente, contando uma boa história para quem está chegando e quem já é de outras viagens. Estou confiante que dessa vez vai e nossos monstrinhos digitais voltarão com tudo!

Agradeço a quem leu e até a próxima!

  1. Este Reboot é Promissor Demais. Como Deve ter perto de 50 Episódios (Possivelmente terminando em 28 de Março de 2021), tenho a Impressão de que este Reboot Deverá ter 3 ou 4 Grandes Arcos, homenageando momentos da Franquia, como no exemplo que fiz:
    Arco 01: Guerra Digital (Ep. 01 a 13/5 de Abril a 28 de Junho)–> Releitura de “Eiga Digimon Adventure Our War Game”, com as Evoluções Completas de Agumon (Taichi até WarGreymon) e Gabumon (Yamato até MetalGarurumon) até a Fusão Omegamon. Apesar dos 8 originais aparecerem, o Foco estará, apenas no Taichi.
    Arco 02: Mundo dos Humanos (Ep. 14 a 33/5 de Julho a 01º de Novembro, se o Corona não adiar para 4 de Outubro, indo até 31 de Janeiro de 2021)–> Situada dias depois da Batalha e Desaparecimento de “Omegamon”, Taichi Recebe uma Missão de “Tailmon/Gatomon” de encontrar seis crianças destinadas a despertar um novo e perigoso poder: a dos Digi-Metals (Digi-Ovos), e não deixá-las cair nas mãos de uma misteriosa organização. Personagens e Elementos vindos de “Digimon Adventure Zero-Two” serão introduzidos, além dos Digimon dos 6 dos oito Originais (Koushiro, Sora, Takeru, Hikari, Joe e Mimi) ganharem suas linhas evolutivas completas.
    Arco Final: (Ep. 34 a 50) a definir…

    Digo…
    Acho que o anime não vai ter nova temporada pois o horário deve ser ocupado por um Medalhão da JUMP que fará 30 anos nesse ano e que não é Dragon Ball.

    • Opa Camilo tudo bom?

      Então, ainda não sabemos como vão usar do tempo, mas sinceramente não acho que vá ser longo como o original não. Penso que talvez a intenção desse reboot seja justamente enxugar algumas coisas enquanto trazem as novidades.
      De todo modo fiquei impressionado com o roteiro que montou aí, ele mostra que você conhece muita coisa e gosta bastante da franquia Digimon, mas aproveitando mate minha curiosidade: você andou conversando com os autores do projeto foi? Kkkkkkk

      Agora deixe eu te falar, me preocupa a possibilidade dessa adaptação focar somente no Taichi e no Yamato – até porque gosto bem mais dos outros. Eles tem seu destaque como líderes e tal, mas no fim das contas todos os digiescolhidos são igualmente protagonistas, então esse descaso com o resto da equipe não é algo que eu ficaria feliz em assistir.
      Se a história buscar novos arcos e caminhos, acho que será bem legal e interessante de ver, mas espero de coração que independente da história, usem todos o máximo possível – como a primeira adaptação procurou fazer.

      Agradeço o seu comentário e volte sempre para trocarmos mais ideias!

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