E quem diria que o dono das moedas é um alien mesmo? E quem diria que a Clair realmente gosta do Shuuichi? E quem diria que no episódio quatro muita coisa seria explicada, mas eu continuaria com a impressão de que nem tudo foi dito, ou melhor, algumas coisas foram distorcidas? Gleipnir continua legal, apesar da irmã da Clair ser uma yandere e de yanderes não serem legais.

Por um momento pensei que a Erena foi bem estranha ao não se desesperar quando o Shuuichi não respondeu, parecia morto, mas se formos pensar que ela indicou a irmã que fosse de encontro ao alien imagino que já esperava que ele fosse “consertá-lo”, só não entendi por que ela mesma não foi lá. Ah, já sei, tem alguma coisa a ver com ela estar procurando as moedas para trocá-las por um desejo?

Provavelmente. Aliás, como o Shuuichi bem reflete no final do episódio, alguém pode se aproveitar dessa bizarrice toda para ganhar poder e usá-lo para o mal, não que o Shuuichi seja o herói que vai salvar o mundo porque tem essa ambição, mas ele faz parte de tudo isso, precisa entender para se proteger, precisa pensar que a coisa é mais complicada do que o alien fez parecer.

Além disso, seu relacionamento com a Clair passou por outro ponto de “evolução” e isso começou a dar a ele a confiança de que precisa para se tornar mais protagonista da própria vida. Uma yandere que ele nem conhecia o transformou em um monstro sem ele saber, ele precisa tomar as rédeas da própria vida e pode fazer isso mesmo deixando a Clair entrar nele e lutar por ele.

Por que afirmo isso? Porque, diferente do que eu imaginava, ela também tem interesse e uma boa dose de apreço pelo garoto, dá até para dizer que ela o usou sim, mas que também foi verdadeiramente salva por ele e o quer bem. Sendo assim, a relação dos dois me parece bem mais saudável do que eu imaginava, havendo mais espaço para que seja benéfica para ambos.

Ela não queria apenas usá-lo para se vingar da irmã e ele não quer ela apenas para ter alguém que o diga o que fazer, me parece que as coisas se orientam nesse sentido…

Mas sabe o que é mais legal? Apesar do erotismo que a heroína evoca com sua desinibição não há pressa em desenvolver uma relação propriamente romântica e nem carnal, não que não pareça só questão de tempo, né.

Eu gosto bastante disso em animes e mangás, de como o laço entre os personagens costuma vir antes do romance, o problema é que muitas vezes (principalmente em animes que não concluem suas histórias) não se chega a definição esperada, mas não é como se mesmo o público pudesse ter tudo o que deseja…

Não é incomum que um autor queira reservar coisas grandes assim mais para frente em uma história, ainda mais quando há outras coisas que ocupam as cabeças dos personagens, como é a procura pelas moedas e a descoberta de um cenário que pode ser muito mais perigoso do que eles imaginam. Nesse ponto da trama Shuuichi e Clair tem mais o que fazer do que beijar ou transar.

Enfim, me parece bem óbvio que a Erena ainda não desistiu do Shuuichi, mas também tem em vista algo diferente (ou algo maior envolvendo o garoto pelo qual é obcecada), então, com a entrada do casal penetração inversa na jogada (que apelido horrível, eu sei) todos devem se encontrar mais vezes e com isso mais coisas devem ser reveladas.

Não só sobre as circunstâncias misteriosas da transformação do garoto, mas também das informações muito provavelmente omitidas ou distorcidas relacionadas a caçada. Não vejo por que não acreditar no alien quando ele fala de microrganismos e nave espacial, mas vejo porque desconfiar do que oferta em troca das moedas. Quando a esmola é grande demais até o prota “baka” de anime desconfia.

Pior ainda se o prota já não é mais tão bobinho assim e de boba a heroína não tem nada. Estou realmente interessado em ver como os dois vão se encontrar em meio a essa situação e como a relação deles vai progredir. Eu não esqueci que a Clair é alguém capaz de matar a sangue frio, mas o Shuuichi deve estar se transformando em um parceiro a altura também nesse sentido, então não tenho porque achá-la “perigosa” para ele.

Enfim, a recompensa sedutora e o questionamento interessante propostos pelo alien deram uma mexida boa em um episódio que começou agitado e terminou mais calmo. Foi explorada a ideia do poder que se pode obter através das moedas, assim como de identidade, então tenho tudo para crer que o caminho que eles estão trilhando não será nada simples e muito menos imutável.

Sendo assim, o Shuuichi vai ter estímulos para seguir mudando, continuando seu processo de amadurecimento, e a Clair deve encontrar ainda mais o seu lugar no mundo, sem pudor de matar se for preciso; e ambos serão tentados pelo poder, assim como vão se digladiar com aqueles que se aproveitarão da “oportunidade” para benefício próprio, os tais “inimigos loucos,” título do próximo episódio.

Ainda não sei se gostei de se tratar mesmo de aliens ou se sou indiferente, mas de uma coisa tenho praticamente a certeza, a história não foi completamente destrinchada, então ainda há muito água para rolar antes do público poder cravar que o alien é bom ou mal. Aposto que ele é “mal.” Nem os protagonistas escapam da sujeira, tem caroço nesse angu e nem preciso ver para saber, basta sentir o cheiro.

Por fim, como bem o Mexicano (o chefe aqui do blog) me deu o toque, Gleipnir se assemelha mais a Parasyte que a Tokyo Ghoul (associei a Tokyo Ghoul mais pelas sensações que me provoca, não pela estrutura da história) e Parasyte (Kiseijuu, no original japonês) é mais antigo, então deve ser influência para o autor de Gleipnir. Não estranhe se ver um pouco do Shinichi no Shuuichi, até em como os personagens se “transformam.”

A título de curiosidade, a capa do mangá que o alien lia antes de ser visitado é bastante semelhante a de outro mangá do autor de Gleipnir, o que até achei estranho, pois nesse caso costuma rolar a referência direta, da obra original mesmo. Ademais, não tenho muito mais o que comentar agora, só que realmente curti esse episódio, apesar de ainda estar um tanto “cabreiro” com certos pontos, e estou gostando bastante do anime.

Até a próxima!

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