A cada episódio Wave me desafia mais a segurar o riso. Costumo assistir o anime tarde da noite, daí me seguro para não incomodar os vizinhos. A verdade é que eu adoro a Minare e super me divirto com as trapalhadas dela, as quais podem não superar a bizarrice de um crime passional misturado a aliens, mas não ficam tão distantes, não quando um vacilo se transforma em uma acusação de assassinato. Minare é louca e a gente vê isso por aqui!

Estava na cara que se o quatro olhos sem noção (quem pensa em ter a primeira vez ao ar livre em fontes termais super arriscadas?) aparece em um grupinho na abertura é porque não deveria ser assassino porcaria nenhuma, além de ter sido uma boa oportunidade para judiar da Minare. Sua mania de dar vazão as caraminholas que têm na cabeça, e que fazem com que ela chegue a conclusões precipitadas, com certeza resultariam em algo assim.

Tudo bem que ela viu o que pensava ser evidência e não quis arriscar, mas não faria sentido o assassino entregar de bandeja a prova cabal de seu crime, exceto se ele não batesse bem da cabeça, não que fosse muito normal em todo caso. O fato é que ela foi bastante precipitada em seu julgamento e reação e isso causou um constrangimento daqueles que você até evita contar para os netos se não for zoeiro. Mas a Minare é, ela contará hahaha.

Enfim, a história da namorada russa espiã me fez rir demais, foi mais uma das muitas historinhas que ela cria sem pensar nos furos de roteiro (por que uma espiã se daria ao trabalhar de espionar um cara sem graça mesmo?), os quais não vale a pensar listar, mas só comprovam como a Minare é tagarela e isso se confunde com o que ela tem que fazer de sério na vida, que é o trabalho, seja reunindo material para a rádio ou no restaurante do pão.

Gente assim só se dá bem na vida tendo muita personalidade e seu relato honesto, mas não menos cômico, coberto apenas em seu segundo programa dão a dimensão das maluquices que ela ainda vai trazer a pauta. Tenho certeza de que variedade não vai falar e que, como ficou bem claro por esse episódio, nem sempre ela vai dramatizar, inventar, as coisas, pois sua vida pode ser interessante o suficiente se ela age de seu jeito todo “especial”.

Então, me prendendo a detalhes, a referência a Lovecraft foi meio inesperada, mas fez todo sentido. Aliás, a trilha sonora durante o relato do quatro olhos (esqueci o nome dele, qualquer hora lembro) casou muito bem com o momento, não porque ela fazia o público levar a coisa a sério, mas porque gritava que se falava sério, mas a história era tão ridícula que sozinha se ridicularizava. Ser real só tornou a dramatização exagerada mais divertida.

Eu já pensava na hipótese de ser só carne podre tendo seu fedor espalhado e seus sucos caindo pelo teto, mas a carne ser justamente da Minare foi praticamente a cereja do bolo. Repito, esse seu jeito pitoresco, de às vezes acreditar nos próprios exageros, tem um potencial dos bons de colocá-la em confusão. Aliás, não só ele, sua atitude despojada a atrai a mais situações “únicas” do que pode se acostumar, não à toa acabou indo para a rádio.

E não posso escrever que desgosto disso na Minare, muito pelo contrário, considero essa uma marca registrada dela e um de seus charmes. Se não fosse sua precipitação e imaginação fértil e irresponsável ela não teria feito um programa tão inusitado após o piloto e, o mais incrível de tudo, baseado em fatos reais, com a maior vítima disso tudo a acompanhando de frente e praticamente a coagindo a limpar a barra dela e ajudá-la no que fosse.

Foi o tipo de história que de tão inusitada até parece real, né. É, não parece, mas isso é irrelevante, o importante é que entregaram outro ótimo episódio, explorando muitas das qualidades da obra, inclusive, a capacidade de constranger a sua própria heroína e com isso gerar situações únicas que alimentam seu trabalho na rádio e devem continuar alimentando. A Minare não deve mudar pelo que fez e nem teria graça se isso acontecesse, não é?

Por fim, acho que foi uma forma bem divertida de tratar o segundo programa da Minare, mal posso esperar pelo terceiro e assim por diante, tenho certeza que o estilo de comédia mais “fluído” da obra deve se manter, só não deve dar tempo de explorar muita coisa, mais de metade do anime já passou, mas se terminar com a heroína arranjando um patrocinador para o programa acho que esse já será um baita avanço em sua jornada até o topo.

Até a próxima!

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