Marulk-chan no Nichijou é um spin-off de Made in Abyss dividido em quatro curtas exibidos na sessão do terceiro filme da série (até onde lembro o único a conter material original em relação a série de TV). O curta cobre o dia a dia de Marulk-chan, o ajudante da apito branco, Ouzen, dentro e fora do abismo.

A animação dos curtas segue a qualidade da série de TV, mas notei que as cores e a ambientação ficaram mais claras, o que contribui para a experiência prometida pela sinopse, a de ver um slice of life de um dos personagens mais queridos do anime. Tecnicamente tudo é muito bonitinho, então não tem o que comentar sobre isso além de elogiar. Felizmente, dá para comentar o conteúdo dos eps.

A engenhosidade e variedade de situacões contadas nos curtas tornam esses eps uma bela pedida para os fãs da série principal, afinal, só faz sentido acompanhar se conhecer o personagem e a vida que ele leva, até para entender qual a graça (ou desgraça) naquilo a ser mostrado.

O primeiro episódio mostra uma situação simples do Marulk cuidando de sua mestra, o destaque fica para a posição constrangedora no final. O autor curte esse tipo de situação envolvendo personagens infantis ou de visual moe e já foi contestado por isso antes, mas parece que não decidiu mudar por conta disso.

Não acho que ele precise deixar de usar esse tipo de cena, apesar de achar o gosto dele bem duvidoso, e é legal que ele não mude mesmo com as críticas, claro que mantendo algum pudor. Como ainda mantém eu não vejo porque criticar tanto isso, e tem coisa mais “inusitada”, para ser bonzinho, em outro curta.

O segundo episódio já saiu do abismo e mostrou o Marulk na cidade se encontrando com o Nat; o amigo da Riko, a protagonista da série principal; ganhando sua simpatia e talvez roubando seu coração mesmo sendo um garoto? Não acho que chegou a tanto, mas o tanto que a situação diverte é o mesmo tanto que cai na piadinha batida do Marulk ser uma “trap” e isso surpreender as pessoas.

Não é mesmo o melhor dos quatro curtas, mas vale o destaque por ter levado o personagem para a superfície, o que trouxe rapidamente variação e só reforça outro ponto recorrente, o sadismo da Ouzen em relação a seu ajudante, o qual acaba sendo bom por propiciar os constrangimentos que nos divertem.

O terceiro episódio é o que tenta ser mais engraçado e ao mesmo tempo deixa mais nas entrelinhas. Não duvido que você tenha notado, mas ainda assim vale o comentário, as ilustrações eróticas acabam meio que “entregando” quais são os objetos estranhos que aparecem depois e pelas entradas podem ser ligados a um onahole. Se você não sabe o que é pesquise no google, uma imagem e você verá a semelhança.

Claro que o material deve ser diferente, mas o fim é o mesmo e foi uma dose de humor adulto não sacada pelo Marulk que denota toda a inocência e senso de humor do autor. De resto não tem muito o que falar do ep, é menos engenhoso que o primeiro e menos interessante que o segundo por onde e pelo que rola.

Por fim, o quarto episódio certamente fica deslocado em relação aos outros três, mas isso é ótimo, porque mostra ao público como o Marulk e a Ouzen se conheceram e acrescenta uma carga dramática as aventuras diárias do personagem. As variações da série podem não explorar um dia a dia padrão, mas talvez nem exista um, então acaba que faz sentido e é mais interessante assim, é um slice of life agitado.

Não fica a sensação de que o úlltimo episódio está ali de metido, porque se trata de como o Marulk conheceu aquela que se tornou a pessoa mais importante em sua vida e sem a qual jamais teria essa série de curtas tão fofinha e capiciosa, afinal, o Marulk quando esta só é bem tranquilo, é ao lado da Ouzen que sua vida muda e fica mais “interessante”.

Até a próxima!

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