O Junpei foi claramente aliciado/iniciado no universo das maldições pelo Mahito e já era óbvio há muito tempo que teria sua participação na série, nesse início de desenvolvimento do protagonista, o qual certamente vai tentar ajudar o garoto a lidar com seus problemas, afinal, ele era o alvo de bullying dos valentões mortos e gazeava aula, então precisa de ajuda, mas aceitará alguma? Veremos! Esse arco promete! É hora de Jujutsu Kaisen no Anime21!

O Junpei quer que quem o odeia morra, não quem ele odeia, isso pode significar o quê? Que ele não quer se sentir como aqueles que praticavam bullying com ele? Mas se é o caso, por que se interessou em aprender o que o Mahito faz? Não é contraditório? Não, pois em nenhum momento ele disse que não mataria ninguém, só que queria ver mortos aqueles que querem seu mal, portanto, não ficou triste com o que viu no cinema, só surpreso e empolgado.

Isso faz do Junpei uma pessoa ruim? Isso faz do Junpei um adolescente que precisa de ajuda. Mas claro, se ele começar a matar pessoas vai passar de qualquer ponto compreensível, e é isso que o Yuuji tenta evitar ao levar as maldições consigo para saber se o Junpei é capaz de vê-las e esta se envolvendo em seu mundo. E antes de falar um pouco mais dele, como não comentar a apresentação do Nanami, o salaryman feiticeiro de Jujutsu Kaisen?

Sabe do que mais gostei na apresentação dele? De como o fato dele ser mais sério, ao mesmo tempo em que não quer dizer que é um burocrata ferrado, também não significa que não possa ser envolvido em cenas cômicas. Inclusive, usar o contraste da personalidade dele com as de outros personagens para gerar comédia foi uma forma bacana de demonstrar quem ele é de forma natural dentro do contexto. Nanami é flexível, mas é coxinha ao mesmo tempo.

Tanto é que deixa o Yuuji lutar ao seu lado, mas não reconhece a qualificação do garoto de cara e nem o toma como um adulto, mas como uma criança que carece de proteção e orientação. Isso é ele assumindo responsabilidades de forma mais louvável e menos questionável que o Gojou, ao mesmo tempo em que também exige mais, afinal, o Yuuji vai ter que mostrar a ele que é capaz em um nível de exigência que ninguém teve com o protagonista da história ainda.

Tanto é isso que ele não confia no Yuuji e a prévia entrega que irá atrás do Mahito sozinho, o que se por um lado é prova inequívoca de que seu modus operandi difere do que o Gojou faz, também é inegavelmente uma forma prática de lidar com a situação, afinal, a organização tem na falta de pessoal um problema recorrente e não faz mais sentido que um adolescente se abra com outro? Nanami pode ser forte, mas também é inteligente, diria até que a última o caracteriza melhor.

Inclusive, concordo com o ponto de vista dele de que é o acúmulo de pequenos desesperos que faz de alguém um adulto, só com a experiência das dificuldades do dia a dia que alguém pode se achar um, o que claramente o Yuuji ainda não é, mas certamente, caminha para isso. E sobre a apresentação da habilidade do Nanami e do próprio Yuuji, gostei de como a explicação fez parte da condição de melhor execução da técnica do senpai, matou dois coelhos com uma cajadada só.

Além disso, Gege deve ter visto Hunter x Hunter e outros battle shounens em que há a ideia de condições para a execução de uma habilidade, o que não justifica todo tipo de coisa também, carece de contexto e nesse caso houve um contexto plausível para as coisas. Até mesmo no que se refere a habilidade do Yuuji, já que era a primeira vez que o Nanami a presenciava e ela era digna de atenção tanto pelo poder, quanto pelo que representava dado o que é o personagem até o momento.

Enfim, só eu vi a inspiração em “A Centopeia Humana”, tanto no filme em exibição quando houve os assassinatos, quanto na habilidade que tem o Mahito, a de modificar de corpos? É claro que modificar corpos é um tema recorrente em peças de horror sobrenatural, mas essa intenção de brincar com os corpos humanos com requintes de crueldade imagino que tenha um pouco de inspiração no filme sim. Aliás, o Junpei é fã de filmes de horror/terror, né? E o Yuuji, será também?

Mas o mais legal nem é essa conexão temática e sim uma outra coisa que também tem a ver com isso, mas ao mesmo tempo dá pistas do que é o Mahito, ao que tudo indica uma maldição que nasceu de sentimentos negativos nutridos entre humanos, não de humanos para com as forças da natureza, como parece ser o caso de seus companheiros maldições. E essa ideia de explorar o medo humano em suas mais diversas facetas a fim de construir os inimigos aproveita muito bem a essência da proposta.

Não chega ao ponto de perder a mão no que tece a consistência na caracterização das habilidades na história, mas também aproveita algo que sim, poderia muito bem ser uma fonte de adversidade para os mocinhos, em teoria os humanos, afinal, existem bilhões de pessoas no mundo e diariamente esse número só cresce, então não é incoerente pensar em um acúmulo constante de energia negativa através do tempo, o qual faz com que o surgimento de maldições poderosas e inteligentes oriundas da natureza seja bem plausível.

Por fim, gostei bastante da luta, apesar de ter sido rápida, gosto muito da ideia por trás da habilidade do Nanami e é inegável que o plano do mocinho tem fundamento, além de promover uma abordagem, que eu imagino que será simultânea, dos dois núcleos de conflito desse arco, o instigador Mahito e o influenciável Junpei. Qual dos dois será convencido ou perecerá primeiro? Ou nem o Yuuji e nem o Nanami conseguirão sucesso com suas (prováveis) diferentes abordagens? Vou pagar para ver. Jujutsu está legal para quem tem um fraco por battle shounens.

Até a próxima!

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