Tsumuji Magari x Spring é um mangá de Tanuki Yumeno (um experiente autor de hentais) lançado na revista Weekly Young Magazine (Akira, Chobits, Prison School).

Izumi é um colegial que herda a casa do falecido avô, na qual existe uma misteriosa fonte termal em que youkais de todo o Japão se reúnem. Lá ele reencontra uma youkai que conheceu na infância e assim sua aventura erótica e sobrenatural tem início.

Por que um ecchi de autor de hentai é mais legal como ecchi? Porque o autor de hentai costuma saber usar melhor o erotismo dentro de uma narrativa (eles dominam esse aspecto) e foi um pouco o que eu vi no primeiro capítulo desse mangá, e pontuo também o belo traço do autor.

Visualmente é um mangá consistente e divertido de ler porque tem ecchi, mas esse elemento não é só erótico na medida certa, mas nos momentos certos também. As cenas com nudez não são longas demais e nem curtas demais, além de terem aparecido quando fazia sentido.

Porém, nem tudo são flores e se as intenções do protagonista com a amiga humana e a relação de longa data dele com as youkais dão a entender que vai ser um harém (seria estranho é se não fosse), mesmo com essa proposta bem indicada, ainda assim, ficou um vazio na narrativa.

Não exatamente pela apresentação dos personagens, mas pela inexistência de uma situação problema de fato nesse primeiro capítulo. O reencontro do Izumi com a heroína Amanojaku é muito legal por N motivos, mas qual foi exatamente a adversidade que ele aborda? Nenhuma.

Talvez ela apareça no próximo ou nos próximos capítulos, mas nesse senti falta do mínimo com relação a isso mesmo que a intenção não fosse ter um pingo de ação ou de aventura e sim ser apenas um romcom ecchi com youkais. Por exemplo, decidir reerguer a casa de banho resolveria.

Enfim, isso também não chega a torna essa estreia ruim porque há coisas bem legais que posso elogiar, como um ecchi abordado com um teor erótico principalmente quando o protagonista é adolescente e um entendimento de que dá para ter curvas, peitos e bundas sem parecer bobo.

Sem parecer bobo ou ser vulgar porque o autor não pesou a mão no ecchi e, apesar de roupas “abrirem do nada”, mãos bobas ou coisa pior não foram usadas a fim de aproximar personagens fisicamente, o que não é só extra constrangedor, mas praticamente um assédio também.

Acho que o uso bacana do ecchi aliado ao ótimo traço e a leveza da proposta, o protagonista lida de maneira muito natural com as beldades youkais a sua volta, tornaram essa estreia agradável. E além de agradável, fofa, afinal, a Amanojaku é uma tsundere difícil de não gostar.

É claro, se você odeia tsunderes talvez não simpatize com ela, mas a maneira como a personagem é construída, com muita personalidade nas palavras que diz e até mesmo em algumas de suas ações, torna muito fácil curtir a interação dela com o protagonista.

Aliás, mesmo com a garota humana, pela qual ele demonstrou ter interesse, fica evidente que a youkai tsundere é a heroína principal da obra e que a relação dos dois deve ganhar uma conotação romântica ainda maior com o passar dos capítulos. Ela já disse que gosta dele, né…

Inclusive, essa declaração dela reforçou essa minha impressão de que ela é muito fofa em seu “tsundermismo”, mas também tem muita personalidade, não deve ser definida apenas pelos padrões de comportamento de uma personagem tsundere em um mangá romcom.

Por fim, o que esperar desse mangá? Um romcom harém com muito ecchi, mas também um climinha de slice of life que pode agradar a muitos leitores (eu incluso). A Amanojaku me conquistou logo de cara, vou torcer por ela antes de qualquer outra heroína, até a colega humana.

Até a próxima!

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