Então não é o criador do Fushi que “planta” os desafios para ele, mas os tais Nokkers? Agora fiquei confuso. De toda forma, o importante é que o Gugu salvou o dia e essa explicação foi feita, além disso, o trágico fim da “família sem filtros” foi adiado, mas até quando? É perda de tempo esperar finais felizes para personagens de arco nesse anime? Para responder essas e outras questões, me acompanhe por mais uma semana.

Nesse episódio o Gugu descobriu o poder da pinga, não que ele não soubesse que álcool é inflamável, mas claramente não havia se tocado de que carregava uma arma perfeita para lidar com qualquer planta dentro de si. Até por isso é de se entender que o Fushi, esse ainda menos safo, tenha tentado toda hora afastar o amigo do perigo. O Fushi já tem uma noção correta de perigo e se preocupa com seus amigos, algo bom, né?

Mas como a gente viu, o Gugu não era tão indefeso quanto parecia e tirando a embriaguez dele (se houve um rompimento interno, era normal que se curasse tão rápido?) não tenho como não dizer que todo o trecho dele marchando para salvar o amigo não foi ótimo. Inclusive pela parte na casa do velho, em que ele chega e vê a Rean sendo levada. Isso me pegou um pouco de surpresa, mas estava na cara que uma hora ocorreria.

Além disso, a embriaguez dele proporcionou uma cena para lá de cômica e inusitada na qual ele se comunicou sem qualquer pudor, um pouco como ele já faz sob o teto dessa família peculiar em que se inseriu, mas de maneira ainda mais despojada, algo ao qual o álcool que sobe a cabeça da vazão. A velha sacou e agiu rápido tanto para que a pinga entrasse na barriga do garoto, como para que não descobrissem a verdade.

 

 

Mas a cereja do bolo nessa parte foi mesmo a declaração de nosso pequeno herói, que em estado normal jamais teria falado aquilo com a convicção que demonstrou, parecendo nem mesmo se abalar com a revelação sobre o noivo escolhido para a garota, fato que exemplifica bem o controle dos pais dela, mas ao mesmo tempo é marca cultural de povos ainda não tão “desenvolvidos” como grande parte da sociedade é hoje.

Ficam as aspas porque se por um lado somos desenvolvidos para que casos de casamento arranjado sejam cada vez mais raros, por outro ainda cometemos erros iguais ou piores que de povos mais primitivos. Mas deixemos essa discussão de lado, o que importa mesmo é que o Gugu assumiu sua natureza de charmander e salvou o amigo. Foi lindo, isso é inegável, e ainda mais significativo pelo que ocorreu no oitavo episódio.

Por isso chega a ser insensível pedir para o Fushi deixar a convivência com o Gugu para trás depois de tudo que os dois passaram, mas, ainda assim, entendo o raciocínio do criador dele, afinal, é no conflito, na adversidade, que o Fushi deve absorver mais estímulos diferentes, diferente de uma vida estável como a que ele ele construiu nos quatro anos que se passaram, em que seu corpo envelheceu, assim como o Gugu.

Mesmo com a óbvia partida da Rean (os pais apareceram para levá-la, né), o laço entre os três não se findou e muito disso se deve aos eventos desses últimos episódios, pela maneira como o Fushi acabou oferecendo apoio emocional ao Gugu e ele a Rean, e também como a paz chegou as vidas deles e eles puderam cultivar essa relação. Se por um lado o Fushi não se “fortaleceu”, por outro ele pôde crescer como um humano.

 

 

Imagino que isso também venha a ser importante em sua jornada, e muito em breve, afinal, o irmão do Gugu não deve reaparecer à toa, se o que eu temia, que o conflito da Rean seria o caminho mais rápido para a ruína da família, não ocorreu, imagino que a hora seja agora, pois esse arco não deve durar mais que dois episódios, o que é uma pena, pois está excelente e a cada episódio mais cativante.

O tempo passou e o Gugu cresceu, ficou maromba, a Rean mais alta, o Fushi mais velho e com pelos no rosto, os velhos iguais, só mais velhos, o que não mudou foi a ligação dos elementos dessa família incomum, mas nem por isso menos família. Vai ser difícil dar adeus a esse arco, seria pedir demais que o Gugu e a Rean tivessem um final feliz mesmo que tenham que se separar do Fushi? Espero que não, espero que não…

Até a próxima!

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