O duelo é o centro das atenções, um evento destinado e inevitável. No entanto, é cedo, o intenso confronto é um encontro que não termina, um empate inconclusivo, mas em destaque, os detalhes.

 

 

A força de Xin é pouco menos da metade de seu oponente, o qual, mesmo com apenas um braço, quase oblitera o desafiante, isso caso não fosse a explosão de força de vontade que ultrapassa os limites. A fibra e o peso de Hou Ken, como revelado, não é composta por grandiosidade, é pequena e bruta, infantil, já a força de Xin, é legítima, herdeira da luz e da intensidade de um conquistador, um líder em ascensão.

A atrito de almas resulta na herança de uma superação, Xin explode em coragem e ímpeto, sobrepõe e subjuga, ou mesmo repele qualquer iminente derrota, mesmo que não consiga determinar uma completa vitória.

Com músculos e vida em limite, após dias de exaustão e esforço para além da sanidade, o jovem apresenta o seu brilho final, o seu golpe que empala e o seu salto que fende a face de uma lenda.

 

 

A longo prazo é óbvio que o resultado é o desastre, mas a situação é favorável, e em impasse o gigante é convidado a recuar. Quem assume a frente da derrota é o velho que aparentemente só pode brilhar em morte, um sacrifício dentre tantos outros, que rendidos, admitem o fim.

É o momento de respirar, agradecer e celebrar a sobrevivência, honrar os mortos, as muitas fatalidades, incontáveis tristezas, se prostrar em humildade e completa responsabilidade, o rei deve reinar, deve garantir ao seu povo o destino que seus familiares seguraram nos dentes.

O desfecho está lançado, os amigos rumam a casa, aos conflitos particulares, mas mantém a promessa e a união. Os soldados, aqueles que vivem, devem se reorganizar e curar as feridas, pois a batalha terminou, mas a guerra continua.

 

 

Os perdedores, por sua vez, humilhados e impotentes, só podem admitir o fracasso, o preço foi caro, a escolha seguinte é um capricho que busca remediar o irremediável. Já que estão organizados, que derrubem o traidor, o reino obtuso que interpretou a víbora astuta.

A campanha de redenção é feroz e impiedosa, a capital do novo inimigo, o qual foi quase aliado, queima em derrota, e assim ao menos uma conquista paliativa e efêmera os reinos em questão arrancam, isso sem grandes glórias, o amargo não sai da boca.

 

 

Finalizamos aqui essa jornada de sofrimento e morte, sabemos que o reino de Chin não tem nada de inocente em sua trajetória de ambições, que atrocidades foram cometidas e genocídios foram implementados, mas sabemos que o sangue da tragédia não tem nome, que vidas ceifadas não tem nação, são apenas vidas, nada mais do que vidas que por acaso nasceram em reinos artificiais sob a tutela de jogos de poder já estabelecidos desde tempos imemoráveis.

Os protagonistas não são santos, os santos são pecadores, os inimigos são algozes da fútil empreitada chamada orgulho, uma vingança vazia que traz apenas a escuridão para a prosperidade herdada da natureza pelos humanos. Ficamos por aqui, na espera de mais heroísmo frente a tempestade da existência.

 

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