PuraOre! Pride of Orange – Um time multifacetado que veio para alegrar os campos gelados do hóquei – Primeiras impressões
Entre uma ideia ambiciosa e um grupo de jovens animadas e sem nada a perder com qualquer loucura, o que surge? Bom, PuraOre estreia nessa temporada para nos responder essa pergunta através da jornada de várias garotas que estão pondo o seu pé no mundo do hóquei, mas não de qualquer jeito, afinal elas também são idols fofas e cativantes – aliás, serão.
PuraOre! Pride of Orange é um anime original produzido pelo estúdio C2C (Harukana Receive e Majo no Tabitabi) e que traz um grupo de garotas comuns que numa tentativa de aproveitar a juventude e tentar algo novo, acabam se apegando ao hóquei e entrando de cabeça nesse esporte que embora violento vai mostrar aqui um lado mais leve e menos “físico” – elemento esse que pode dividir opiniões e diminuir o interesse, mas que o Flávio e eu estamos aqui pra falar sobre.
Flávio: Uma coisa simples mas que me chamou a atenção é que a protagonista (e suas amigas) não é tipo de personagem sem nenhum interesse em algo, mas que de repente descobre uma atividade que desperta o seu interesse.
Manaka e suas amigas estão felizes no simpático clube de bordado, contudo, resolveram dar um giro de 180° nas suas rotinas ao tentarem aprender hóquei no gelo. Vale ressaltar o contraste das duas atividades. A primeira mais delicada e tranquila, enquanto a segunda se trata de um esporte dinâmico.
Outro detalhe que por mais banal que seja, também me chamou a atenção, que é o fato de não termos um clube da atividade tema do anime (hóquei no gelo). Isso pode significar que o cenário escolar não seja predominante.
JG: Eu admito que não esperava muito dessa estreia, mas não no sentido negativo, apenas pensei que fosse ser o moe de sempre, com as personalidades de sempre, as dinâmicas de sempre – o que eu gosto -, e no fim ganhei um anime legal e que mesmo pautado nos clichês que são naturais do gênero, consegue ter seu diferencial nos detalhes.
De fato o contraste das atividades chama bastante atenção e o que é mais curioso é que normalmente esse animes temáticos sempre envolvem um clube ou um grupo ligado às escolas e faculdades. No caso daqui, isso já é algo completamente avulso a vida escolar das meninas, o clube elas já tem, agora só vão praticar uma outra atividade fora, daí eu dizer que são multifacetadas.
Como elas precisam se dividir entre a prática do esporte e ainda canto e dança – coisa que ainda não sabem -, realmente a escola deve ficar em segundo plano, porque são muitas atividades em jogo e não acho que o tempo contribua pra mostrar tantos ângulos de uma mesma história.
Flávio: As personagens se encaixam nós arquétipos comuns em animes slice of life com moe (e em outros gêneros) que vão dá garota cheia de energia garota mais tímida, passando pela tsundere e a menina responsável que lembra uma irmã mais velha. Por falar em personagens, achei bonito o character design das garotas, com destaque para os olhos brilhantes e cheios de vida.
JG: São arquétipos comuns, mas que em nada desmerecem o carisma do grupo, já o design realmente é lindo e essa expressividade é o que ressai. Pessoalmente eu acho que os olhos são fundamentais para um bom visual e aqui eu não fui decepcionado, o resto é um bônus muito do bem vindo.
Falando um pouquinho das garotas, a Manaka é muito simpática e acho que deve cobrir bem o papel de “líder”, até porque foi sua ação que movimentou as demais a tentarem o hóquei.
Ayaka e Kaoruko pouco mostraram de sua personalidade, e a Mami segue o modelo delicada que tem medo de arriscar, inclusive foi a que teve mais destaque assim por dizer, por ser a que ainda estava um pouco presa a seu medo e ao bordado que tanto gosta – mas no fim foi quem se soltou.
Flávio: A treinadora é um show á parte. A personagem é um bom alívio cômico, mas ela não é apenas isso. A personagem leva a sério o esporte que ensina.
Ela é meio assustadora, mas se esforça em parecer gentil e amável (algo que achei hilário) A ideia dela em transformar as personagens em idols, além de ser um fanservice, é engraçada e passa a impressão que ela quer que as meninas realizem o sonho que a própria não conseguiu realizar.
JG: Se alguém me fisgou em segundos foi essa mulher, porque ela é um dos raros casos em que a figura do treinador sai dos estereótipos de rigoroso, frustrado ou desinteressado demais pelo time.
Como um extra a ambição dela de colocar jogadoras idol em campo é o que da vida à personagem e cria essa veia cômica, o que inclusive as pessoas ao redor dela apontam como bizarro, mas que mesmo assim ela leva a sério.
Obviamente ela não é o foco da obra, mas gostaria de saber que tipo de ligação ela tem com o universo idol e com o próprio hóquei, já que ela parece entender muito bem dos dois mundos, o que me leva a pensar que ela já foi ambas as coisas, porém isoladamente.
Flávio: Esse negócio de inserir idol em animes de esporte é no mínimo exótico para nós ocidentais (eu gostei dessa combinação). Mas eu vejo uma lógica aqui. Por ser parte de um projeto multimídia, é interessante inserir idols para criar músicas que serão vendidas e cantadas em shows e eventos pelas atrizes de voz que interpretam as personagens principais.
Vale ressaltar que antes de Puraore! Pride of Orange, Uma Musume: Pretty Derby fez essa “mistura”. O anime das garotas-cavalo fez escola.
JG: Uma Musume veio abrir as portas que agora se estendem para PuraOre, só espero que consigam tornar essa uma obra tão boa quanto, e que a popularidade venha também.
No mais acho que o potencial existe justamente porque o anime conseguiu se sair bem nessa estreia de forma geral. Quanto a animação, no design e movimentação, não deixaram a desejar na apresentação e partida que mostraram – que por sinal foi um spoiler do bom.
O grupo central tem seu charme e a treinadora é um trunfo inesperado, ademais ainda temos outras peças pra serem apresentadas e uma delas já deu as caras no segundo final, de um modo bem dramático, vamos ver o que o anime vai tentar fazer com essas figuras e suas atividades diversas.
Flávio: O começo nos deixa empolgado para sabermos como elas chegarão lá. Eu também gostei de como o anime foi didático em explicar algumas coisas sobre o esporte, nem todo mundo conhece hóquei, então é legal saber um pouco das regras.
JG: Realmente, mesmo que de forma simples, o que era necessário ficou claro para nós e para as personagens. Acho que a introdução fez tudo certinho e dosou corretamente o didatismo em cena, que continuem assim.
PuraOre se mostra um anime promissor, dinâmico, com um bom elenco e uma boa ideia nessa mistura que faz entre idols e esporte. Definitivamente merece uma chance de ser visto caso aprecie esses gêneros, se não, tente do mesmo jeito, afinal pode dar certo.
Agradecemos a quem leu e até a próxima!