O Abel é um monstro que não merece a nossa pena e contar seu passado dando a entender que ele se amargurou pela distância da Helena não vai me convencer do contrário.

Pensa comigo, se ele a amava tanto por que em nenhum momento tentou salvá-la, fugir com ela, ou até mesmo se sacrificar ao seu lado? Seu pragmatismo pode ser realista, mas esse conformismo anda de mãos dadas com as atrocidades que veio a cometer.

E por que acho que o anime tentou trazer uma ambiguidade frágil ao personagem? Porque em nenhum momento antes da Helena deixá-lo ele fez nada de errado.

Ter uma circunstância familiar/social ruim (ser um filho de um rei e ao mesmo tempo uma pária) não é justificativa suficiente nem pra sua falta de ação frente a tragédia que se abatia sobre a amada, nem pra a face desprezível que adotou depois.

Tocando o barco, você vai achar ruim se eu não for atrás da história (que imagino ter nada ou muito pouco a ver com o anime) e focar na narrativa?

Acho que não, então sim, a Helena, mão da Fena, não é nenhuma heroína de novela do Manoel Carlos, mas nos mostrou toda a sua graciosidade, e isso em meio a uma situação muito desagradável, o tipo de coisa que faz a gente simpatizar mais com a personagem.

Então sim, gostei da mãe da Fena e até da situação de merda que impediu o amor dela e do Abel, assim como da hipocrisia que vi no amor dele, ao menos se isso for explorado mais a frente, como obviamente não foi nesse episódio.

Nem tudo está perdido, até porque, e meio que conectando os plots, graças ao Yukimaru e Fena desvendou a charada da localização do Éden, que vai decepcionar se não for grandes coisas.

Porque toda hora é Éden pra cá, Éden pra lá, uma hora cansa. Assim como cansa esse “cozinhamento” na progressão romântica dos protagonista, então gostei de ter visto o dito pelo não dito ter durado no máximo segundos pra dar lugar a alguma evolução de verdade.

E isso foi a conversa dos dois sobre a música secreta da Fena que não é mais secreta coisa nenhuma. E que bom que não é, pois duas cabeças pensam melhor que uma.

Por fim, foi bacana ver a conversa dos dois e a progressão do “desvendamento”, que sim, contou com retomada de memórias conveniente, mas olha, desde o começo do anime a Fena tem lembrado de coisas a partir de gatilhos, né?

Então não dá pra reclamar disso, não quando deu um belo norte a trama que se aproxima do final ou ao menos o final da primeira temporada. Vai depender do quanto quiserem explorar a história.

Aliás, a primeira parte desse episódio não me convenceu, mas a segunda sim, só que foi um episódio bem morninho, então 3 estrelas tá mais que bom pra ele.

Até a próxima!

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