takt op.Destiny é uma distopia na qual eu morreria de tristeza, afinal, a música até existe, ela só não pode ser tocada deliberadamente. Aliás, falando em música, sou só elogios a abertura e o encerramento, mas o que ganhou metade do meu coração nesse segundo episódio foi o Takt (e depois ele com a Cosette) tocando piano. Na virtuose, na inspiração, a música propriamente dita. Menos referência, mais música.

Inclusive, costumo gostar das inversões que ocorrem em animes, mas não acho que foi a melhor escolha dessa vez. Digo, esse segundo episódio é melhor, mais simpático, humaniza mais as personagens que o primeiro, apesar do primeiro conter a essência do que deve ser o anime e ter sido eficiente a fim de apresentar isso. Quer eu tenha gostado ou não, a estreia não foi ruim.

Mas enfim, tratando da trama, não gosto do Takt, não quero gostar do Takt, não vejo muito porque gostar dele, mas nesse episódio a gente saca bem melhor o personagem, que o pai dele tem a ver com toda a treta envolvendo os inimigos aliens anti-música, que ele é um músico e deve ser frustrante demais não poder tocar, que a vida dele é triste e só quem a alegra são as irmãs amigas de infância, etc.

Ele parece bem menos babaca do que na estreia, até porque quando sai para tocar é a pedido da Cosette e com o apoio da população da cidade, não é exalando indiferença com os outros, ou pior, colocando a vida deles em risco, pois se pensarmos bem, o que tocar piano no meio da cidade foi senão isso? Okay, ele sabia que poderia derrotar o bicho, mas, ainda assim, não foi a atitude mais sensata.

Voltando ao que importa, quem brilhou muito nesse episódio foi a Cosette, que além de ter sido simpática e fofa, demonstrou um carinho enorme pelo Takt que foi traduzido pelo interesse na música dele e em tocar com ele, mas não só nisso, afinal, foi ela que o impeliu a sair de seu casulo e mostrar seu talento para o mundo mesmo com o que o Takt disse, que abandonou quem abandonou a música. Mas como não abandonar, né?

E aí eu volto a reclamar da construção da personagem, pois fica parecendo intransigência dizer que as pessoas abandonaram a música quando fazer música pode matar pessoas. Okay, tem o passado dele, intimamente ligado ao problema, mas, ainda assim, isso me faz pegar birra do Takt porque, poxa, ele viu a amiga quase morrer na frente dele e só ser “salva” por um “milagre”, como não aceitar isso?

Sei que ele age dessa forma unidimensional antes do ocorrido, mas na estreia ele age de forma melhor? Não me pareceu. Espero que o terceiro episódio pinte a personagem com novas cores ou continuarei desgostando dele mesmo que entenda um pouco porque ele é assim. E sim, eu queria entender como nasce um Conductor (só homens) e uma Musicart (só mulheres), mas sei que isso é o de menos.

Mais importante nesse anime é a música, o piano sendo tocado várias e várias vezes, dando até mesmo vida aos sonhos do rapaz; e a Cosette surpreendendo com seu próprio talento e sua vontade de se conectar mais intimamente ao protagonista, coisa que é bem recebida por ele, afinal, é ele quem propõe os duetos dos dois, é ele que, por mais chato que seja, entra completamente na vibe dela.

Quando você lida com isso é importante explorar os sentimentos das personagens, a criatividade delas, o que as influencia, o que as cativa. Inclusive, é interessante observar a acentuação dos pequenos conflitos entre o Takt e a Cosette depois que ela vira uma Musicart. O que isso pode esconder? Qual o preço que a garota precisará pagar por essa sobreviva sobrenatural? E as outras duplas, quando vão aparecer?

Por fim, eu não poderia ligar menos para os bichos, mas passei a ligar um pouco mais para as personagens, até a curti-los. Não espero muito do plot do anime como um todo, mas se a questão da música, de sua importância, for bem explorada já devo me dar por satisfeito, afinal, é o que mais importa. Sem mil referências usadas para esconder a falta de identidade, tudo o que interessa diz respeito as personagens e seus sons.

Até a próxima!

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