Nunca termos visto o Shin tão preocupado com um ataque da Legion era sinal mais do que significativo do que esse evento poderia ser e se a dificuldade pareceu contornável até os instantes finais da jornada, aquele cliffhanger veio para arrasar quarteirão em um episódio já excelente.

Foi a primeira vez que me empolguei com luta em 86, e não só pelo alongamento dos embates, mas também pela coreografia mais sofisticada e a própria carga de tensão que o Shin trazia com sua postura mais sisuda, como se estivesse indo para uma luta de vida ou morte, e estava.

Então, o esquadrão Nordlicht foi sabiamente usado para abrir a retaguarda inimiga e criar um caminho para o contra-ataque, suficiente ao menos para retardar os avanços da Legion. Mas sabe o que é mais interessante disso? É que esse evento não deve ser o clímax do anime.

Ainda está muito cedo para isso. Além disso, se antes era ao irmão do Shin a alma a ser mandada para descanso, dessa vez é o Kiri, o cavaleiro da Frederica que ela realmente projeta no Shin, mas não teria como ser de outra forma, pois ambos fazem cara de “psicopata” em luta insana.

Meu último destaque a primeira parte desse episódio vai justamente a isso, a habilidade da Frederica, que a permitiu saborear da sede de sangue do Shin e compará-la com a do seu amado Kiri. Eles são até parentes, né? Nem precisava disso para aproximar os personagens.

Porque é assim que alguns ficam depois de tantas batalhas, de tanta habilidade aprimorada para destruição como eles aprimoraram. Dá para entender o Shin, até porque, ou ele entrava nesse frisson ou talvez não conseguisse dar tudo de si. Para isso precisou arriscar a própria vida.

Enfim, a segunda metade trouxe a Lena e San Magnólia e não teria como ser diferente, pois o ataque foi direcionado as quatro nações próximas que ainda resistem a Legion, sendo a única que conhecemos, além de Giad, a que segrega Eighty-Six e precisará logo deles para não perecer.

Depois que ela fala com o tio e ele demonstra aceitação frente a ruína de sua nação confesso ter ficado um pouco chateado com a Lena e sua insistência em salvá-la mesmo que usando das vidas daqueles que já tiveram tanto tomado. Por outro lado, é, há alguma lógica nisso sim.

Se ela desistisse e se entregasse, como poderia encarar de cabeça erguida o sacrifício feito por seus ex-subordinados? Como poderia continuar querendo um mundo melhor se abandonasse pessoas que, como ela, odeiam as injustiças praticadas contra os Eighty-Six?

Mas para isso precisa suportar o peso de buscar a cooperação dos Eighty-Six em tudo menos pé de igualdade. No que dará isso me parece claro, ela vai resistir, eles vão resistir, até a chegada de Giad. Shin e os outros devem salvá-la, salvar San Magnólia, a pátria que virou a cara para eles.

Só que ela não virou a cara e nem vai. Ela aceitou sua hipocrisia ao pedir ajuda para defender a nação podre que não pertence aos Eighty-Six, mas também é deles por direito, como Giad é do Shin e dos outros, bombardeados por um cavaleiro alimentado por memórias e sangue.

Por fim, esse final, que a mim pegou de surpresa, encerrou com requintes de crueldade um episódio excelente, com direito a boa ação, bom drama, boa direção, bom roteiro, etc; o tipo de coisa que espero quando o calo da guerra aperta, revelando o melhor e o pior (ou tudo junto) de nós.

Até a próxima!

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