Era óbvio que as garotas da Liella! passariam das eliminatórias, assim como era óbvio que eu enrolaria até não dar mais para acabar com a minha cobertura do anime, pois não queria me despedir dele. Fica de alento a anunciada sequência e a nota 10 que esse episódio mereceu!

As garotas avançaram a final da eliminatória de Tóquio e com ela veio um reconhecimento nada inesperado, da escola da Kanon e da Chinatsu, um reencontro com uma questão adormecida, mas não resolvida, e que tem ainda mais importância por fazer parte do cerne do grupo.

Afinal, se a Kanon não tivesse lidado com sua fobia de palco o grupo nem existiria e acho que ter enxugado o elenco de protagonistas não tornou o anime necessariamente mais profundo, mas deu mais tempo para investir nesse tipo de construção narrativa que é sim recompensante.

Quando a Kanon recebeu a notícia e a Chinatsu foi percebendo seu incômodo estava na cara sobre o que seria o episódio, o estágio final no processo de recuperação psicológica da heroína no enfrentamento de um problema sobre o qual é pertinente falar sempre.

Personagens são, na medida do possível, representações de pessoas reais, com problemas reais e desfechos reais. Aliás, eu nem diria que o desfecho dessa questão pareceu assim tão real, mas se alongar no caso e não tratar como resolvido passou algum realismo, né.

Mas antes de comentar o plano da Chinatsu, foi ou não foi divertido ver a presidente entregando seus gostos “peculiares”? Ren cumpre a cota de fã de GL do anime (morri de rir com a Riko tentando esconder isso no Sunshine!!) mesmo que tenha tentando se desculpar, nem tem motivo, né.

Outra coisa que adorei foi a Kanon criança. Acho que ela já havia aparecido antes, mas não como nesse episódio. Ela tem um cabeção, né? Além de ser animada ao falar de música. Espero ver mais flashbacks das cinco quando crianças na segunda temporada.

Nessa eu não esperava por um plano tão “na cara” quanto o da Chinatsu, mas devo reconhecer que ele não foi de todo ruim. Primeiro, pela visita, importante para entender melhor como a Kanon reagiria ao se defrontar de novo com seu trama. Segundo, pela ideia que isso a deu.

Não ficou nada natural as quatro cancelando o compromisso na sequência, mas ao mesmo tempo a Kanon não tirando o dela da reta também foi um baita indicativo do que se seguiria, de que ela também estava disposta a superar o medo de encarar uma multidão sozinha.

Por quê? Porque a verdade é que sozinha, sozinha mesmo, ela não estava mais, e isso fica claro com o apoio das amigas. Mas é óbvio que ainda faltava o ato de cantar sozinha em cima do palco. Conceitualmente é tudo muito bonitinho, mas inútil se você não consegue colocar em prática.

Deixando a perspectiva da final de lado, tem outros dois pontos em que queria tocar. A Lyuu tem ou não tem a voz mais fofa das cinco? Ou melhor, a atuação de voz da personagem não é a mais elaborada? Sério, a Lyuu é muito fora da curva, seja como cosplayer, dubladora ou cantora.

Além disso, não sei se você percebeu, mas esse episódio teve uns trechos de animação que ficaram bisonhos. A caminhada delas até uma sala de aula da antiga escola das amigas de infância chegou a me assustar, mas, felizmente, foi um sacrifício válido pelo trecho final bem animado.

Agora, sobre o desejo da Chinatsu, de recuperar o sorriso solto da amiga, me agrada essa simplificação do problema porque, convenhamos, também não dava para esperar algo mais complexo como um aprofundamento no trauma ou a ação de um profissional de saúde mental ali.

Ver uma amiga se preocupando com a outra, ainda que tenha achado abrupta e óbvia a forma como a Kanon foi levada a se apresentar sozinha, já deu o tom de como a situação poderia ser resolvida. Dependia da Kanon, e deixá-la sozinha para enfrentar esse problema a passou confiança.

Sem ninguém fisicamente ao seu lado, ela não teria como dividir a pressão e ao mesmo tempo também não teria como se desafiar, expor em termos mais claros sua evolução do início do anime até aqui. No fim, depende da pessoa, né, dela ter coragem e confiança para dar um passo.

E ela deu vários de uma vez. Sei que a forma como ela “curou” suas feridas do passado não se aplicaria para todas as pessoas, sei que cada caso é um caso, mas sei também que foi muito bacana ter dado mais espaço a questão, fechando o arco narrativo da heroína quase que com louvor.

Pois sua apresentação solo de Watashi no Symphony foi arrebatadora, Aliás, ouça as músicas da Liella!, não só as que aparecem no anime, como também os lados b dos singles e afins. Eu mesmo só ouvi os lados b recentemente, evitei o single que sei que encerrará o anime.

Ademais, o que posso comentar sobre esse episódio? Que ele foi de marejar olhos de marmanjos bombados e de barba aparada (nem é o meu caso), além de fazer o coração de qualquer fã de idols bater mais forte? Sim. Aliás, o anime foi assim em vários episódios, né?

Cantar é algo imprescindível para uma idol, estar em dia com seu canto, ter confiança em sua presença de palco, ser capaz de transmitir seus sentimentos através da voz; tudo isso precisava ser afirmado e confirmado nesse episódio, até para pavimentar o caminho do que vem a seguir.

Por fim, peço sinceras desculpas pelo atraso com os artigos desses dois últimos episódios. O artigo do último sucedera esse por algumas poucas horas e eventualmente farei a resenha dessa temporada exuberante, divertida ao extremo, clichê também e, claro, emocionante pra chuchu.

Até a próxima!

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