Tsuki to Laika to Nosferatu – ep 6 – A mordida da vampira
A Irina ficou tão abalada emocionalmente que só sangue para recuperá-la, e de quem mais ela tomaria sangue senão de seu fiel escudeiro e confidente, um amigo que o espaço a proporcionou nas piores circunstâncias, mas certamente na melhor hora. É hora da mordida da vampira!
Realmente achei interessante o enfraquecimento da Irina frente a sua morte provável por ter sido uma demonstração involuntária de hesitação, de fraqueza, da personagem; algo que não a diminui enquanto mulher ou vampira, e sim a humaniza, se der para dizer que isso é algo bom.
Afinal, os humanos retratados no anime são lixo em sua maioria. Ou melhor, dá sim para reduzi-los a isso, mas também dá para contextualizar e ir além. Eu prefiro o segundo caso, mas vamos ficar com o primeiro por ora, pois o foco não é nos humanos e sim na vampira.
E que ideia boa foi dar sangue a ela, né? Eu jurava que a Anya faria de tudo para ver, mas não, ela entendeu a situação, foi ficar de vigia para que ninguém impedisse o procedimento e assim a Irina pudesse se recuperar. Há um limite para a curiosidade para ela e este é o bem do próximo.
Quanto ao Lev, era mais do que esperado que a Irina recusasse o sangue de um desconhecido, mas aceitasse o dele, ainda mais após o episódio anterior e a ideia que foi nos passada, de que entre todos os humanos para ela ele é uma exceção e, como tal, tem seu respeito e apreço.
Irina e Lev se veem como iguais, não à toa a primeira coisa sobre a qual falam após o acontecido é sobre o sonho que compartilham, com ele a animando, tentando fazê-la enxergar o risco da situação sob um prisma diferente, o que só seria possível ao valorizar o bônus de tudo isso.
Para fechar meus comentários sobre essa primeira parte, não posso deixar de elogiar a cena em que ela chupa o sangue dele. Confesso que eu preferia que tivesse sido no pescoço, a coisa ficaria ainda mais íntima, mas entendo não terem chegado a tanto, pelo menos não ainda.
O resto, a trilha sonora e a composição da cena, foram ambos muito boas, mas talvez simples demais, ou melhor, sem tanta construção para chegar a esse ponto, como houve no quarto episódio. Infelizmente, vendo a animação da segunda parte temo não poder exigir muito mais mesmo.
A segunda parte já foi marcada por uma animação estranha (para não dizer ridícula), principalmente na cena da confusão que mandou o Lev para o xilindró. O que significa falta de verba, talvez até problemas com o planejamento, e diminui significativamente a qualidade do espetáculo. Sorte nossa que aqui o visual não é assim tão relevante.
Acho que muito disso se deveu a cena em si, que nem precisava mesmo tanto de movimento, e mais da atuação dos dubladores, que mandaram bem, como sempre. Quanto ao contexto do que levou a ela, é o que vinha comentando nos últimos episódios, que uma hora iriam agir.
Só que aqui o que vimos foi um combo de desgraça, de um lado superiores intransigentes que não enxergam nada além do próprio sucesso e gente muito mais imunda do que a Irina seria capaz de ser, gente que trata decentemente na frente e apunhala por trás. Sim, falo do Franz.
O cretino quase matou a Irina, mas se não conseguiu tanto, ainda piorou bastante a situação, afinal, deu margem para o velho enlouquecer e o Lev tomar a dianteira em defesa dela. Será que ele só não deu um socão dessa vez porque se tratava de um idoso? O Lev é muito decente, né?
Tanto que duvido muito que ele seria capaz de, por exemplo, prejudicar a Irina em prol do próprio sonho. Não tem aquela hora em que ele diz que faria de tudo para realizá-lo? Duvido muito disso. Mas, em todo caso, o importante agora é como a situação vai se desenrolar sem ele.
Pela prévia do próximo episódio fica claro que alguém vai aparecer e interceder por ele, mas que mesmo assim não deve dar tempo dele chegar ao lançamento de teste, e se chegar, talvez só o faça para passar confiança a Irina, o que não deve fazer uma diferença prática.
Como alento, a gente sabe que ela não vai morrer no teste, que ela ainda tem coisas a viver com o Lev e que esse não será o lançamento de fato da missão, apenas o treino. Jogo é jogo, treino é treino, mas ainda há margem para a coisa degringolar, só espero que isso não aconteça.
Por fim, apesar da animação, não foi um mau episódio. A questão do sangue e da própria fragilidade da heroína foram bem trabalhadas, assim como é inegavelmente interessante vê-la sem seu grande apoio pouco antes de uma hora tão importante. Vamos ver como ela lidará com isso.
Até a próxima!
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