Estou vivendo um sonho ou esse episódio foi realmente muito bom? De cara logo vimos dois exemplos de independência das heroínas, Tarte e Maha, em aspectos parecidos no quesito “se defender sozinha”, mas diferentes, afinal, uma foi testar sua lança, a outra o tino para os negócios.

Ambas, em certo nível, ganharam alguma independência do protagonista, ainda que, obviamente, tudo que façam continue atrelado a ele. Mas o que mais me fez gostar desse episódio nem foi isso e sim algumas reflexões que ele me provocou e a decisão óbvia do Lugh. Seguimos?

O tempo do Lugh disfarçado de mercador chegou ao fim com direito a despedidas, conversa sobre negócios, mas também alguns pontos interessantes a abordar, como a independência da Maha, que não se deu só nos negócios, mas por intermédio deles ganhou espaço.

A garota deseja envolver sentimentos pessoais em seu trabalho, buscando resgatar tudo que foi roubado de sua família, um envolvimento pessoal perigoso, mas até útil se pensarmos no quesito da motivação, e desta não ter nada a ver com o protagonista, ser um desejo da Maha e só.

Apesar disso, é inegável que ela é devota a ele, que ela o admira e segue, mas não cegamente. A exposição do modo de pensar dela, da dúvida preceder a confiança, torna a construção da personagem, senão rebuscada, com certeza melhor do que parecia até agora.

Quanto a Tarte, não tenho muito a acrescentar, só que por um aspecto entendo ela ainda estar tão atrelada ao protagonista, é sua assistente direta, só que pelo menos não depende dele para se defender, o que é importante em uma história de assassinos em um mundo com magia.

Contudo, não é como se eu não tivesse nada a comentar sobre a heroína e uma fala dela me levou a refletir sobre uma situação bem comum no isekai contemporâneo, a formação do harém. Ou você acha que o Lugh vai ficar só com a Dia? Por favor, a gente sabe onde isso vai acabar.

O meu ponto é que, diferente da sociedade individualista e cheia de minúcias em que vivemos, nessas sociedades de fantasia dos isekais eu até entendo os haréns que se formam, ao menos quando há uma mínima construção da relação entre os personagens, o que é o caso aqui.

Claro, há também uma lógica de subserviência delas para com seu “chefe”, mas mesmo sem isso acho que faria sentido que o harém se formasse levando em consideração a amizade da Maha com a Tarte, a forma como ele trata a todas igualmente, suas qualidades, etc.

Tem a Dia, o que é outra questão, mas duvido que ela aja diferente das outras duas. Nem sei se ela sabe que elas existem, mas se souber deve entender os sentimentos que têm pelo Lugh e como os quatro formam um grupo perfeito, não à toa o anime começa com eles trabalhando.

O último ponto que trago a discussão é a ideia de coletivo, que me parece mais presente em sociedades menos desenvolvidas tecnologicamente e culturalmente, como são as de isekai. Não à toa a Maha pensa em reerguer o nome da família e o próprio Lugh fincou raízes em Tuatha Dé.

E aí chegamos ao último momento desse episódio, a definição do Lugh como o sucessor da casa Tuatha Dé. Mas para fechar a questão, eu sei que os animes se aproveitam do harém para fanservice principalmente, mas há uma brecha no horizonte para se valer dessa cartada.

Não é algo jogado ao vento, como não foi forçada a reação do Lugh a proposta do pai, dessa vez subvertendo a lógica que se aplicava quando ele era assassino em seu mundo. Lugh tenta ser um assassino dono de si e agora até mudei um pouco meu ponto de vista sobre a missão que aceita.

Pensando em reencarnar em um mundo no qual pode desempenhar um papel crucial para sua prosperidade, podendo se fortalecer para tal, por que não fazê-lo? Ainda mais após viver uma vida sendo controlado. Por si próprio entendo ele ter querido manter as memórias e matar o herói.

Quanto a desposar a Dia, não sei se isso foi caô ou não (para não revelar a missão da deusa), mas no fundo a gente sabe que nem é, e que ele não abandonaria seu PhD na graduação. Lugh se tornou oficialmente um assassino e o herói que se cuide porque a batata dele tá assando.

Até a próxima!

P.S.: A mãe até que foi comedida na recepção ao filho, né? Pensei que ela fosse provocar alguma saia justa, querer sentir o cheiro da sua cria eu compreendo. Aliás, foi por isso que apreciei tanto esse episódio, não foi dos mais divertidos, mas até que foi bem escrito para um isekai médio.

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