Sailor Moon é uma das obras mais importantes do mundo dos animes. Com mais de 20 anos desde sua estreia, Sailor Moon voltou a ser adaptado em 2014, com o anime intitulado Bishoujo Senshi Sailor Moon Crystal, que tinha como proposta ser um remake da primeira adaptação. Desde então, tivemos 39 episódios e 3 temporadas que acabariam de forma misteriosa, deixando espaço para uma continuação.

Sendo assim, Sailor Moon Eternal é a tão esperada continuação que está disponível na Netflix. Com dois filmes de 120 minutos, a obra traz uma ótima conclusão para o que foi iniciado lá em 2014. Claro, ainda tem muita coisa para adaptar e refazer, mas ao menos nesse primeiro momento, temos um encerramento mais do que suficiente. Enfim, vamos comentar um pouco sobre esse encerramento que foi lançado no início deste mês.

Para quem não conhece, Sailor Moon é um anime de garotas mágicas. E como é de se esperar de um anime desse gênero, ele é muito mais do que isso. Dentre tantas coisas, é uma obra que marcou uma geração e conquistou fãs ao redor do mundo. Sendo sincero, o ideal era fazer uma resenha ou um artigo especial sobre a franquia e sua importância, mas infelizmente vamos ficar apenas com essa resenha sobre os filmes.

Produzidos pelos estúdios Deen e Toei Animation, Sailor Moon esbanja uma animação realmente bela… e brilhante (sério, é muito brilhante no sentido mais literal possível). Os filmes foram lançados no início desse ano, em janeiro e fevereiro, respectivamente. Com isso, temos a explicação sobre a divisão do filme em duas partes, algo que eu achei meio estranho num primeiro momento.

Talvez por ter maratonado as duas temporadas anteriores (são 3, mas as duas primeiras estão juntas) antes de ver os filmes, notei que houveram melhoras no visual. São mudanças sutis que não alteram o design dos personagens e o estilo original, mas torna-os mais “atualizados”. Posso estar errado, claro, mas foi uma impressão que tive em alguns momentos. 

Sobre a história, temos uma continuação de onde o anime encerrou. Para recapitular, Chibiusa estava com data marcada para retornar ao século 30 (finalmente rs) e com isso, todos estavam ali para se despedir. Porém, um eclipse começa e no meio desse raro evento, ela e sua futura mãe, Usagi, notam que há algo de errado. No filme, o início pega um pouco mais do final do anime, facilitando para quem assistiu na época do lançamento (2018) e não lembra tão bem do final.

Pois bem, a ideia central do filme é bem interessante pois ela vai se alterando até mostrar sua verdadeira face. É aquela coisa que quem acompanha a série já está acostumado. Tem um inimigo inicial, seus lacaios e o inimigo final é alguém que quer renascer e dominar a Terra, visto que o reino da lua não existe mais. Porém, além disso o filme vem com a intenção de completar e explorar a história do Mamoru, ou melhor, do príncipe Endymion.

Eu realmente gosto dos conjuntos de roupa que os personagens usam

O filme como um todo é cheio de desenvolvimentos de todos os personagens e a forma como foi projetado é realmente ótima. Ali, praticamente todos os personagens centrais tiveram seu momento de despertar, após superar suas incertezas, medos e temores que foram amplificados dentro dos pesadelos em que estavam. Era necessário que eles enfrentassem esses sentimentos de frente, antes de despertar para a forma eternal.

Além disso, como mencionado acima, houve espaço para explorar ainda mais o passado de Endymion e até mesmo da Usagi, antes dos dois terem sido mortos no evento que marcou a queda do Reino de Prata. No caso do Endymion nos foi revelado sobre o seu grande poder e a existência do seu próprio cristal, o Cristal Dourado. Além disso, tivemos também a explicação de mais alguns detalhes interessantes sobre o já esquecido Reino da Terra, que nunca teve uma menção decente na obra.

Já no caso de Usagi, tivemos a explicação da ruína do Reino de Prata, sendo a causa uma maldição feita pela inimiga da vez. Foi algo bem interessante de se ver, mas assim como o que foi mostrado sobre o Cristal Dourado, acabou sendo raso demais. É aquela coisa: o filme é ótimo em tudo o que se propõe e consegue encerrar com chave de ouro tudo o que estava em aberto até então. Porém, ainda assim algumas coisas deixam a desejar na execução. De qualquer forma, ele consegue fazer um fechamento do ciclo que envolve os reinos de Usagi e Mamoru, mostrando enfim, todos os segredos que restavam (aparentemente).

E isso acaba acontecendo no anime também. O caso mais claro é o da Sailor Pluto que é a guardiã dos portões do tempo. Após determinados acontecimentos no futuro, ela aparece em sua forma renascida no presente. E apesar de não conhecer a Chibiusa, que é do futuro, quando vemos o reencontro entre as duas ela reconhece imediatamente a jovem princesa. Entretanto, quando Usagi e Mamoru foram para o futuro e se encontraram com ela, a mesma não os reconheceu. Enfim, não faz sentido.

Mas voltando ao que estava comentando, é dito que o Cristal Dourado é o grande poder que Mamoru protegia e que o mesmo estava dentro dele. Quando ocorre a libertação do Cristal, eu realmente achei que o Mamoru iria usar o Cristal Dourado para participar da batalha e isso simplesmente não acontece. Ele usa para ajudar a Usagi e no final das contas, de nada serviu o tal Cristal super poderoso do guerreiro que é protegido pelo Sol. Enfim, é algo que poderia ser bem mais explorado, mas ok.

No mais, os filmes tem uma versão dublada que está realmente muito boa pelo pouco que conferi. Apesar disso, optei pela versão original pois não estava conseguindo ouvir a Chibiusa com a voz da lendária Úrsula Bezerra, que dubla entre outros personagens, o Naruto. Sim, estava muito estranho ver uma garotinha mágica (chorona) com a voz do Naruto enquanto usava seus poderes mágicos.

Enfim, estranhezas à parte, Sailor Moon Eternal é um ótimo filme. É altamente recomendável que você assista a 3 temporadas que antecedem os filmes e se gostar, compre os 12 volumes do mangá que foram publicados pela JBC (quando eles ficarem disponíveis novamente, claro) e os spin-off (o da Sailor V e o Short Moon Stories) caso tenha condições para tal. Ah, lembrando que tem vários episódios lançados na década de 90 que podem ser opções bem interessantes também!

Comentários