Esse episódio em si continua nos preparando para toda a agitação subsequente e construindo a motivação dos personagens, especialmente com tudo o que está em jogo. Se antes apenas a Tamakoma-2 precisava se esquentar com a possível participação nos planos do Comandante Kido, agora outras pessoas tem mais motivos para fazer frente a eles, seja para estar no topo ou para conquistar o acesso a expedição.

Algo que achei bem interessante nesse episódio é que até indiretamente, esse episódio meio que acabou sendo da Chika. Ela apareceu em alguns momentos sem fazer nada de especial, mas era fora de cena que ganhava um foco diferente.

Ao longo de duas temporadas um dos grandes problemas da equipe protagonista era tornar a menina uma máquina de combate que garantisse o êxito deles, porém com as suas limitações e ideais, ela nunca conseguiu deixar de ser mais que um bom suporte. Não que por isso ela seja menos útil, mas ao se restringir, ela reduz bastante o potencial do grupo – que já tem sua defasagem certa pela falta de trion do Osamu.

Tanto isso é certo que normalmente em todos os embates que travam, os adversários da Tamakoma-2 sempre aparecem com o mesmo argumento, se aproveitar da debilidade natural do capitão e do fato da Chika não gostar de disparar nas pessoas – o que por vezes dá certo e em outras nem tanto.

Ao meu ver os diálogos do episódio e até a entrada do Hyuse, que normalmente é mais crítico, já estão servindo de ponte para construírem a mudança da personagem – ou ao menos assim espero. Querendo ou não, se ela realmente deseja fazer mais por si mesma e pelos outros, cedo ou tarde precisará se desfazer da sua questão e partir para o ataque.

O ponto do Toma sobre ela é bem curioso, porque diz exatamente o que eu sempre achei da garota. Se ela realmente tivesse algum medo, ou algo que a impedisse de assumir uma postura mais ofensiva, jamais se colocaria em campo, então de algum jeito ela tem consciência do que escolheu e o que precisará fazer quando pressionada pelas circunstâncias.

Na temporada passada a Chika já evoluiu um degrau ao mudar seu estilo de disparo e se colocar em mais riscos diretos, o que não tinha feito desde que entrou na equipe, quero pensar que agora, com os adversários dando tudo de si para arrancar o spot deles na expedição, ela vai desatar de vez os nós que lhe prendem.

Do lado “engraçado” da coisa, o jeitinho especial dela meio que cativou o Yuzuru – o inimigo dessa rodada, ironicamente -, e diria inclusive que com o cuidado especial que ele tem, esses dois é o que mais aproximam a história de uma possível tentativa de romance, a pergunta é se um dia isso vai render, porque acho que não, mas fiquemos com o “bait” jogado.

Vendo o lado bom, ao menos o desejo de proteger a Chika vai servir para deixar algumas cenas mais divertidas com a reatividade dele, além de guinar o menino nas batalhas e tornar toda a competição mais interessante ao invés de apenas desistir e entregar os pontos.

Se a Chika está em evidência pelo que já sabem dela, outro que sobe a superfície é o Hyuse, porém por motivos diferentes. Quem já lutou com o rapaz sabe o potencial que ele tem, só que existe um pequeno adendo, já que na época em que lutou, ele não estava em plena faculdade dos poderes de seu trigger – que agora está bem mais refinado e equipado.

Fico curioso para ver o que ele vai mostrar e como vai se mesclar ao time, pois se com o Yuma a relação parece um pouco melhor – a ponto de trabalharem juntos em manobras -, não dá para dizer que com o Osamu a música vai tocar do mesmo jeito, especialmente por causa das limitações do capitão e da autoconfiança do neighbor.

Falando no Osamu, acredito que assim como para a Chika essa fase é de mudança, para ele é uma chance de se reinventar e tornar ainda mais úteis as suas habilidades, já que terá uma mão extra. Talvez seja por conta dessa necessidade que ele permaneceu incômodo até o fim do episódio.

Penso que o protagonista percebe que de forma diferente, todos os seus colegas tem evoluído de forma constante, enquanto ele continua basicamente na mesma, contando apenas com sua astúcia. A chegada do Hyuse chama atenção e potencializa a ofensiva do time, mas isso não deve restringir ainda mais a sua ação, daí o conselho do Jin no final: “vá com tudo”.

Como eu disse lá no título, agora as coisas estão mais tensas, então é hora da Tamakoma-2 liberar sua força total e “meter o pé” em geral, porque se falharem agora, já era a expedição e os sonhos que eles tinham.

TRIGGER ON!

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