Ballroom e Youkoso – ep 4 e 5 – O Tango Derradeiro e o Meu Primeiro Par
Olá pessoal, se um é pouco e dois é bom, hoje falarei sobre dois episódios de Ballroom e Youkoso – o que é melhor ainda! – aqui no Anime21!
A boa notícia é que hoje teremos Tatara e sua turma em dose dupla, a má é que não deve ter episódio nesse sábado, dia 05. A boa notícia é que esses dois episódios foram muito bons, a má é que tenho um ou outro ponto negativo a comentar, mas longe disso ter estragado eles.
O quarto episódio começa com Hyoudou e Shizuku dançando Tango apaixonadamente, como se ele quisesse mostrar para o Tatara que também consegue empolgar os outros com sua dança –, parece que nosso “valseiro” conseguiu acender uma chama nele! – fazendo-o ter seu momento de êxtase no salão.
Isso rendeu a melhor cena de dança do anime até aqui, pois ela teve: animação mais fluida que o mostrado até agora, cenas de dança um pouco mais longas e expressões ainda mais intensas, além de ter entregado um ótimo clímax para esse arco – e tudo regado a um belíssimo Tango.
O arroubo que Hyoudou teve mostrou ainda mais da sua personalidade, pois ele não é só talentoso e perfeccionista, mas também apaixonado pelo que faz e pode aliar técnica e emoção com maestria em sua dança. Não foi só uma grata surpresa para a plateia – ele foi aplaudido e ovacionado – e o telespectador, como também uma forma simbólica de mostrar o quanto o Tatara terá que melhorar para chegar a tal nível.
O resto do episódio se ateve às consequências da dança do “substituto” – Hyoudou vai ter que cuidar da perna machucada e seu par recebeu uma suspensão –, mostrar que o rival da competição não era um vilão – o suspense deixado no ar anteriormente foi só um embuste – e sim um cara legal que até ajudou Kiyoharu e teve uma boa conversa com o Tatara, e resolver qualquer pendência entre o protagonista e seu admirado “senpai”.
É legal ver que as coisas se resolveram de forma simples, sem briga ou mágoas entre os dois, chegando até o ponto de Hyoudou confiar a Shizuku ao Tatara, apesar de ele não saber bem em que sentido se deu isso. Pelo que podemos ver os dramas e conflitos de Ballroom devem se resolver prioritariamente no salão de dança, me arrisco até a dizer que a frase “um passo vale mais que mil palavras” pode vir a exemplificar bem o que deve ser o anime!
Agora vamos ao próximo episódio, que dessa vez teve um bom marco para representar o começo de arco: a aparição de um novo par de dança! Dessa vez se trata de dois irmãos: Mako e Gaju Akagi. Ele quer fazer par com a Shizuku – e ele fala isso na frente da irmã, que belo cuzão temos aqui! Kkk – que topa – seu líder está “de molho”, afinal –, enquanto Mako acaba por montar um par com Tatara para competir com seu irmão e mostrar para ele que é boa o bastante para continuar sendo sua parceira.
Em dois episódios nosso protagonista ganhou o respeito de um dançarino experiente, uma parceira – linda e muito amável, por sinal – e um novo desafio: dar o troco no babaca do irmão dela! Isso que é fazer a história andar, hein!
Nesse momento também entendemos porque Sengoku jogou o Tatara “no fogo” – ele queria provocar a suspensão de Hyoudou para ele poder se recuperar direito – e como a Shizuku se sente com tudo isso. Podemos perceber que seu par tem uma ligação forte e é bastante talentoso, mas há um problema de confiança ali – ele não se abre com ela e guarda os problemas para si –, que tem que ser resolvido para que eles possam voltar a dançar juntos.
Antes de falar dos pontos fortes do episódio gostaria de dizer que não engoli a dublagem do Gaju, até reconheço o esforço que o dublador fez, mas ela ficou bem estranha. No começo fiquei desconfiado quanto a algumas vozes, mas nesse episódio comparando a dele a dos outros vi como há uma diferença de adaptação e entonação que ao meu ver não casou bem com o personagem. Talvez essa minha impressão mude mais para frente, mas por ora ele parece mais caricato – achei que algumas falas dele não ficaram naturais – do que eloquente, como é no mangá.
Agora uma polêmica: os pescoços! Não vou ficar reclamando disso toda análise, mas sim, há cenas em que mesmo a postura ereta dos dançarinos não justifica pescoços tão grandes. No final das contas não acho isso um grande problema, vou me incomodar mais se a animação cair de nível, coisa que passou longe de acontecer até agora.
Como pontos positivos posso citar as cenas de treinamento que foram legais, a exploração do drama da relação Shizuku-Kiyoharu e até os novos personagens, mas para mim o que me ganhou mesmo foi a relação Mako-Tatara. Digo isso pois era algo que eu tinha muita expectativa para ver desde que li no mangá e fui muito bem recompensado pela espera!
Desde a voz ao seu design soberbo de lindo e as suas expressões, Mako me cativou muito em sua versão em anime, mas não só pelos detalhes técnicos como também por sua personalidade tímida e gentil que contrasta com a sua vontade de se impor e ser reconhecida pelo irmão e abre um leque de possibilidades para explorar a relação entre os dois e porque ela acabou daquele jeito – com um não querendo mais dançar com o outro.
Também foi muito bom ver o modo como o Tatara trata ela, com carinho e respeito, passando-a segurança e confiança para ser seu primeiro líder além de seu irmão. É interessante ver como a conexão entre eles se forma, não há vaidade ou orgulho envolvido, são apenas dois adolescentes que se deram bem um com o outro e veem nessa relação uma oportunidade para crescerem como dançarinos.
Não é como se o inexperiente Tatara pudesse ajudar a aprimorar a técnica dela, mas ele pode ajudá-la a trabalhar melhor suas qualidades, ganhar autoconfiança e se dar conta de todo o seu potencial – ela e Gaju são considerados rivais à altura de Shizuku e Hyoudou, afinal.
Ele, por sua vez, poderá finalmente formar um par “pra valer” – mesmo que uma hora ele se desfaça –, descobrindo como é formar laços atados pela dança com uma parceira, além de também ter a oportunidade de aprender ainda mais e uma hora vir a brilhar no salão.
A cena em que ele se movimenta com ela simbolizou extremamente bem – considero o que foi escrito na areia uma “licença poética” e por isso dou um “desconto” kkk – a harmonia que o par tem e como ele deve render cenas interessantes de superação, júbilo e até comédia nos próximos episódios – ainda mais por terem Sengoku como seu mentor.
Por fim, posso dizer que adorei esses dois episódios e, tirando a dublagem do Gaju, gostei de praticamente tudo o que foi – e como foi – apresentado neles. A trilha sonora continua ótima, a animação também e torço para que no torneio que está por vir haja cenas de dança ainda melhores que a daquele Tango emocionante.
Bem, eu fico por aqui e que esses dias até o próximo artigo passem mais rápido que os passos do quick-step!
Alex Henrique
Gostei da análise