Kyoukai no Rinne – Epis 12 e 13 – A grande família damashinigami
[sc:review nota=3]
Eu já tinha comentado no meu post sobre Ore Monogatari sobre a função e as vantagens em se adicionar um novo personagem a um plot consolidado, e vejam só, Rin-ne teve exatamente a mesma ideia. Pura coincidência, é claro, já que absolutamente todas as histórias fazem isso com certa frequência. A diferença é que, aqui, eu não vi utilidade nenhuma na presença da Ageha, além de disparar o gatilho do romance na Mamiya Sakura. Mesmo com todo o plot montado sobre sua irmã mais velha, sua relação com o Sabato e tudo o mais, no fim a sensação que ficou foi de que ela só serviu como terceira ponta em um triângulo amoroso ordinário, e que não tem absolutamente nenhuma chance com o garoto. Se ela fosse uma adolescente normal e brasileira com acesso às redes sociais, teria todo o direito do mundo de sair postando: “Vim enviada a este mundo pra sofrer”.
Ageha é uma shinigami, a primeira apresentada que não tinha relação nenhuma com Rokudou. Ela e a irmã lutavam contra a empresa Damashigami, até que esta foi brutalmente derrotada…pelo amor. Psé, ela se apaixonou por Sabato e se tornou secretária dele (heeeeeim?). E ao que tudo indica, é um relacionamento bem sério. Ao menos pra ela, e eu adoraria saber se ela tá informada daquele monte de candidatas a noiva que ele tem, pobre iludida. Mas Ageha tá convencida de que a irmã não está apaixonada coisíssima nenhuma, e que tem algo muito estranho nesta história, então está há meses tentando encontrar o seu namorado de cabelos vermelhos. Nessa empreitada, ela acidentalmente se depara com Rokudou enquanto caça damashigamis, inclusive ela inicialmente até o confunde com um, mas logo entende a verdade. Rokudou tentou não se meter numa história que não o dizia respeito, mas com Sabato o buraco é bem mais embaixo, e ele nem ferrando deixaria seu menininho descansando feliz.
Até aqui belê, mas eu achei que ele já estava livre da influência do pai e que não era mais o seu fiador, tanto que sua vida seria menos pobre a partir de então. Como o pai conseguiu fazer dívidas em seu nome mais uma vez? Ficou no ar, e tentarei não pensar muito nisso. Por hora, nos concentremos nas dezenas de esqueletos que ruivo-pai mandou pra infernizar o filho, tentando não só arrancar dinheiro dele mas ainda insistindo que ele se case e herde a companhia. Comprou até um anel de noivado (Na conta do filho, claro)! Essa sucessão de encheções de saco trazem uma consequência inesperada: o ciúmes de sua enamorada, quando flagra Ageha e Rokudou acidentalmente de mãos dadas. Seria fofo, se junto com o ciúmes não viesse uma carga considerável de desprezo também. Sakura é uma garota mais emocional do que aparenta.
Mas e a Ageha? Começa a gostar dele, claro, por motivos menos válidos do que os utilizados pra justificar animes harém. Claro que ele a impede de cair em armadilhas, mas é só porque ele não suporta vê-la perder dinheiro de forma tão estúpida. Aliás, essa é uma boa palavra para definir a garota, que mesmo no meio do caos, ouvindo os damashigamis chamarem o garoto de vice presidente e constatando a óbvia semelhança entre Rokudou e Sabato (que dá as caras em certo momento), ela só descobre que os dois têm relação um com o outro quando o segundo se chama de papai. Posso estar sendo crítica e até mesmo cruel, mas poxa, ela passou os dois episódios olhando pro Rokudou e se perguntando de onde ela reconhecia aquele cabelo! Comassim, amiga, se sua irmã for presa fácil assim se explica porque é que ela caiu nas garras desse imprestável cafajeste, iludida a ponto de espionar a Sakura à mando do namorado! Bem, se ela tivesse espionado direito, teria sacado que a garota não cederia simplesmente por conta de um anel bonito e caro, ainda mais agora que está se mordendo de ciúmes e dizendo o tempo todo que os dois são “apenas colegas”. Ai, essa doeu em mim.
As confusões românticas se aprofundam até irem parar no outro mundo. Entre uma Sakura cercada por falsos Rokudous, um Rokudou de verdade perdendo a paciência com Ageha e Sabato e sua namorada apenas querendo se dar bem, os dois shinigamis adolescentes acabam se deparando com um youkai (?) cuja recompensa pela derrota era exatamente o valor do anel de noivado (??), solucionando ao menos este problema. Sim, mó solução sem noção, mas nem tanto assim, já que o pai e a loira fugiram impunes, e pra piorar Sakura flagrou os dois mais uma vez, porém agora se abraçando. Se ela ficou toda mordida com um segurar de mãos, que dirá um abraço. Saldo final de uma confusão infrutífera: negativo pra todos os lados. Sabato continua sem um vice presidente que herde sua empresa no vermelho. Rokudou voltou a ter problemas financeiros. Ageha voltou pra casa sem a irmã e com uma paixão totalmente platônica. Sakura acha que o cara de quem ela nem sabia estar a fim está com outra. A única coisa interessante foi finalmente termos conseguido algum vislumbre de que a nossa heroína não é uma boneca sem sentimentos e que, quando ela e Rokudou enfim formarem um casal, não será uma coisa tão forçada assim.