Overlord III – O fim das preparações e o começo de tudo
Após duas temporadas de muita construção, nessa terceira Ainz partiu para o ataque. Se mostrou ao mundo por meio do medo através demonstrações de seu poder e, após derramar muito sangue, conseguiu atingir seu objetivo inicial. Ok, ele não conseguiu tudo o que desejava mas não é como se importasse pois mais do que nunca, ele não se importa. Não existe mais a figura benevolente que havia sido mostrada em certos momentos, há apenas um morto vivo fazendo o que for para conseguir o que quer, não importando o estrago que faça.
Ao meu ver as temporadas iniciais foram apenas uma preparação de terreno. Ainz precisava conhecer o mundo onde estava inserido, sua situação e os possíveis perigos que poderia correr. Interessante que em momento algum ele pensou se voltaria para casa ou algo do tipo, simplesmente seguiu “vivendo” e fazendo aquilo que acredita ser correto. E convenhamos, ele nunca foi a figura mais carismática que existe, sua aparência é legal mas não passa disso (no começo até há algum tipo de piada sobre). Na primeira temporada ele descobriu que havia um inimigo em potencial que era diferente de todo o resto, porém não vimos mais nada sobre. No final da segunda tivemos a aparição do império, que num primeiro momento parecia ser algo grandioso e digno de ser enfrentado, mas no fim foi apenas uma pequena plataforma para Ainz.
Porém, a terceira prometia ser diferente e melhor que suas antecessoras, expectativa que inicialmente foi por água abaixo. Foi um começo lento e chato assim como a segunda temporada. Mostraram personagens que não apareceram mais, levando tempo demais em algo improdutivo e que poderia ter sido breve. Até mesmo Ainz, o protagonista, não aparecia e tínhamos um anime dentro de Overlord novamente (ao menos não tivemos sexo de lagartos). E ainda que fosse chato e entediante, o final disso serviu para um detalhe importante: a nova face de Ainz. Ele era um líder de certa forma gentil, afinal, salvou uma humana inútil como a Tuare (ainda que o Sebas tenha convencido ele a aceitá-la), e até mesmo ajudou Nfirea e sua amada a sobreviver (ainda que tenha sido por segundas intenções e o artefato dado para a Enri tenha sido muito mais forte que o esperado).
Porém, dessa vez foi completamente diferente. Apareceram personagens que poderiam ser muito úteis para ele e para a construção de seu império, mas o máximo que ele fez foi dar uma morte diferente para cada um. Até então eu não esperava ver Ainz entrando numa luta contra humanos aleatórios, e do nada ele apareceu armado e preparado para um massacre que nem necessidade tinha. Matar todos os aventureiros que apareceram em sua tumba não mudou nada em sua vida ou em seus planos, foi apenas uma perda de tempo e energia onde a torcida por ele diminuiu ou quase morreu. Sua crueldade chegou num nível bem acima do esperado e no fim mostrou que humanos são apenas brinquedos descartáveis.
Particularmente eu não sou o maior fã de personagens mega fortes, ainda mais quando não há concorrência e ele é soberano sobre tudo e todos. Não tem graça, não me motiva e eu apenas fico torcendo para algo ruim acontecer com ele, afinal, isso pode acabar sendo bem mais interessante do que todo o resto. E em Overlord temos um personagem que não transpira em suas batalhas (sim, ele é um esqueleto, mas enfim) e nós sabemos o resultado muito mais do que em um mangá shounen cheio de clichês toscos.
No fim, após uma grande enrolação a terceira mostrou Ainz em ação gradativamente. Sendo cruel, calculista e, claro, conquistando tudo aquilo que desejava. Foi uma temporada com seus altos e baixos, que cometeu o mesmo erro da segunda mas ao menos fechou de maneira mais interessante. Logo mais a quarta temporada vem aí e sinceramente estou curioso para ver essa nova fase da obra e até mesmo de Ainz.